segunda-feira, 7 de julho de 2025

O fim das provas grátis nas feiras de alvarinho?

Outra das novidades da Feira do Alvarinho de Monção foi o aparecimento, pela primeira vez, de um produtor que impôs um preço mínimo para as provas que habitualmente são grátis.

Por €0,50 bebia-se um 'shotinho' no stand do produtor Terras de Real.

Pude conversar com Anabela Sousa, que explicou que o objetivo era evitar aqueles que querem beber por beber e, assim, tentar selecionar o cliente que poderá estar interessado em conhecer/apreciar o seu alvarinho. Por outro lado, é uma forma de ajudar a gerar receitas que ajudem a pagar o custo de um stand na Feira, bastante elevado.

Trata-se de uma proposta tão radical quanto polémica. Posso garantir que outros produtores ali presentes comentavam a opção, quase todos (entre aqueles com quem fui falando) criticando, mas com alguns a reconhecer que quem prova em todos os stands (quase 40, muitos deles com mais do que uma referência aberta)... só quer beber e, com isso, não traz mais-valia às marcas.

Eu percebo a opção de Anabela Sousa, mas se todos fizessem assim a Feira perdia muito do seu interesse.

Acredito que o assunto será motivo de discussão e que poderá levar a uma posição da Associação de Produtores. Pró ano veremos. 

Outras coisas que retive da Feira:

- a Feira esteve 4 dias aberta e, em alguns deles, até muito tarde (5 da manhã...). Resultado, na manhã de sábado vários stands estavam fechados (sobretudo entre os produtores que não têm pessoal para fazer diversos turnos). Estica-se a manta de um lado, mas descobre-se de outro... Vale a pena manter horários tão alargados? O cliente que foi na manhã de sábado ou de domingo sentiu-se valorizado?

- Outra das consequências é que alguns produtores recorreram a colaboradores que estariam ali como numa sapataria a vender sapatos. Nada sabem do vinho que estão a promover nem o que devem por num copo. Não é bom para ninguém [num deles, era mesmo tão pouco vinho para prova que tive de pagar um copo; custou €3, a garrafa custava €8...];

- apesar de ser a maior feira, faltaram produtores como Quinta do Regueiro, Márcio Lopes ou o novo projeto de António Luis Cerdeira, para falar dos mais conhecidos. 

4 comentários:

  1. Será Anabela (é não Leonor)?

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  2. Nos dias que esteve aberto até às 5 da manha, não se ficou mais tempo por ordens das autoridades que determinaram previamente o horário. A Feira antigamente já chegou a fechar ás 7 e tal da manha. E ao fechar às 5, fecha com milhares de pessoas no recinto. Valerá a pena prescindir de uns milhares até às 5 da manha por causa de umas dezenas que vão de manha??? Em relação ao shotinho, sou mais a favor de um limite de provas. Ao comprar o copo, receber um numero de senhas (3 a 5) e nas provas entregar a senha. Ao acabar, acabou. Existe muita gente que não gasta um tostão na Feira e consegue beber das castas todas. Finalmente em relação aos colaboradores, terão de ser os proprios produtores a zelar pelo seu produto e a ter colaboradores minimamente qualificados para explicar e vender o seu vinho. Em relação numero de produtores...este anos estiveram 39 presentes, mais 3 que na anterior edição. Será que os produtores que referem que não estiveram, quiseram estar presentes? Opinião de alguém que vive a Feira do Alvarinho à muitos anos e tem constatado a sua constante evolução.

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    1. Quando pergunto se vale a pena manter horários tão alargados também me refiro à abertura de manhã. A partir das uma da tarde?

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