quinta-feira, 16 de maio de 2024

Dona Paterna 30º aniversário (2020): 9/10

Seguramente um dos melhores vinhos produzidos até hoje na subregião.

Trata-se de um blend de várias colheitas (a mais antiga, 2016), registado na Comissão como 2020. 

Tem dois anos de barrica (o primeiro com battonage) e mais um em garrafa.

O resultado é de excelência, com muia evolução, resultado do envelhecimento e da madeira (mas não 'sabe' a madeira).

Final potente, com a acidez a prolongar-se.

Para mim é o melhor vinho feito até hoje por Fernando Moura, o enólogo que muitos na subregião tratam por mestre.

Relação preço-qualidade: tem um pvp recomendado de €50 euros. Os leitores deste espaço sabem que atribuo muita importãncia ao preço. Por alguma razão este é o primeiro vinho com um preço de €50 ou mais euros a receber nota 9. Porque merece [e neste contexto não faz sentido estar a discutir por exemplo se poderia ser cinco euros mais barato, para se aproximar do Jurássico, por exemplo]. 

Ano da produção: 2020
Data de compra: 
Preço de compra: oferta do produtor (pvp recomendado: €50]
Local de compra: Feira do Alvarinho, Melgaço, 2024
Data de consumo: maio 24
Produtor: Dona Paterna (não consta do site]
Localidade: Melgaço
Enologia: Fernando Moura
Acidez Total: ?
Açúcar: ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Selecionado a partir de um mosto da colheita de 2020, este vinho fermentou e estagiou em barricas usadas de carvalho francês durante dois anos, com
processo de batonnage durante o primeiro ano"
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 9/10
Primeiro copo servido a: 11-12º
Acompanhou: arroz de marisco
Pode acompanhar por exemplo:
(434)


terça-feira, 14 de maio de 2024

Foral de Monção Reserva (2017): nota não atribuída

Esta 'mania' de querer beber os alvarinhos o mais tarde possível tinha de dar nisto: apanhei um Foral de Monção Reserva 2017 a caminho de se tornar vinagre.

A rolha estava ótima, não se percebia qualquer perda, pura e simplesmente o vinho estava 'passado'. Dará para temperos?

Por essa razão decidi não atribuir nota.

Ano da produção: 2017
Data de compra:maio 2021
Preço de compra: €11
Local de compra: 
Data de consumo: maio 2024
Produtor e Engarrafador: Quinta das Pereirinhas
Localidade: Troviscoso, Monção
Enólogo: João Pereira
Acidez total: ?
Açúcar Residual: ?
Quantidade de garrafas consumidas: 3
Pontuação:
Primeiro copo servido a: entre 11º
Passou pelo arejador? não
Acompanhou: bacalhau com todos
Pode acompanhar por exemplo:
(93)

Foral de Monção Reserva 2016 

Foral de Monção Reserva 2017

Foral de Monção Reserva 2020



domingo, 12 de maio de 2024

A relação da Subregião Monção & Melgaço e o Concurso dos Vinhos Verdes

Se a subregião produz os melhores vinhos da Região dos Vinhos Verdes (e eu acho que sim, pelo menos ao nível de brancos), isso deveria refletir-se no concurso anual organizado pela Comissão. No ano passado, recordo, o vencedor foi um alvarinho... de Amares e o melhor espumante de alvarinho... de Santo Tirso. (CORRIGIDO: já o melhor espumante foi o Canhotos Sublime, da subregião)

Este ano o 'problema' é de outro tipo: entre os quatro principais vencedores há dois da subregião, mas onde estão os mais conhecidos? Não há, entre os principais premiados, Anselmo Mendes, não há Soalheiro, Provam (o Portal do Fidalgo Reserva é a exceção), QM, Regueiro, Quinta de Santiago, etc. [nota: o grande vencedor é um vinho de Melgaço, muito elogiado neste espaço]. Há, e bem, Casa de Canhotos, há Dona Paterna, mas sinto que falta qualquer coisa.



Não sei se bem, deduzo que nenhum deles tenha concorrido. O que nos leva à questão da relação entre a subregião e o concurso da Comissão dos Vinhos Verdes e da falta de um concurso nacional só de alvarinhos. Se concorreram com as suas melhores referências, mais estranho é.

PS: destacando apenas os principais troféus, foram premiados com a chancela Grande Ouro o Cícero Alvarinho 2021 e o Via Latina Grande Reserva Branco 2018 na categoria Grandes Vinhos com Estágio; o Vila Nova Azal 2023 na categoria Grandes Vinhos Jovens; e o Messala Alvarinho Bruto 2019 na de Vinhos Espumantes.

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Borges Estagiado em Borras Finas (2022): 6/10

Uma das mais recentes tendências é deixar o vinho estagiar com as borras (finas) durante alguns meses. O obejtivo é permitir que o vinho ganhe outros sabores que resultam desse contacto.

Até agora provei cinco vinhos com essa vinificação mas só um era verdadeiramente excelente

Este Borges está um furo abaixo dos restantes. Sendo um vinho agradável, não se percebe um ganho que resulte desse estágio, talvez por estar apenas 4 meses no processo. Um leve, com pouca estrutura.

Relação preço-qualidade: paguei €7,37 pela garrafa no distribuidor, o que é um preço incrível, mas na loja online do mesmo distribuidor está agora a €17,90, claramente inflacionado.

Ano da produção: 2022
Data de compra: fevereiro 24
Preço de compra:  €7,37 [na loja online está a €17,90
Local de compra: Armazém da JMV, Gondomar
Data de consumo: maio 24
Produtor: Vinhos Borges
Localidade: Monção e Melgaço
Enologia: ?
Acidez Total: 6,9 g Ac.Tart./l.
Açúcar: ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "O mosto proveniente das uvas prensadas é arrefecido para 8-12 ºC de forma a decantar. Após decantação o mosto limpo é separado das borras e inicia-se a fermentação com controlo de temperatura (16-17 ºC). No final da fermentação o vinho estagia sobre as borras finas durante 4 meses."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: salmão grelhado
Pode acompanhar por exemplo:
(433)


terça-feira, 7 de maio de 2024

Quinta de Santiago Espumante Extra-Bruto Reserva (2021): 7/10

O que mais se destaca neste espumante da Quinta de Santiago é, para além da bolha muito elegante, a acidez (8,2 g/dm3 é um valor relevante).
Discreto no aroma (perfil mais cítrico?), compensa depois com o final em grande.

Uma nota lateral: os espumantes da Quinta de Santiago distinguem-se de todos os outros vinhos da subregião pelos rótulos. Muito bonitos, sem margem para dúvida. Não tenho a certeza, contudo, que sejam tão informativos quanto o público pode desejar (nomeadamente, quando estão à venda em garrafeira).

Relação preço-qualidade: os €13,99 pagos no Coca são (como sempre...) um excelente preço e é com base nesse preço que faço o meu juizo. 
Ano da produção: 2021
Data de compra: fevereiro 2024
Preço de compra: €13,99
Local de compra: Coca, Monção
Data de consumo: maio 24
Produtor: Quinta de Santiago
Localidade: Monção
Enologia: ?
Acidez Total: 8,2 g/dm3
Açúcar: 3 g/l
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Prensagem direta, decantação, fermentação e estágio sobre borras finas 8 meses. Após esse período vinho base faz a 2ª fermentação em garrafa e estágio sobre as borras, conforme o método clássico pelo período de 1 ano. Garrafas são sujeitas ao
processo de remuage e dégorgement manual."
Quantidade de garrafas consumidas: 2
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 10º-11º
Acompanhou: arroz de polvo no forno
Pode acompanhar por exemplo:
(432)

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Soalheiro Cota 27 (2022): 7/10

Numa altura em que se percebe uma tendência para que os alvarinhos sejam cada vez mais secos, retirando alguma doçura associada tradicionalmente à própria casta, eis que a Quinta do Soalheiro surpreende o mercado com um novo vinho, um pouco em sentido contrário - ainda que se apresente como 'seco' (no caso, 0,37g por 100 ml).

Este Cota 27 (porque nasce nas cotas mais baixas do vale de Monção e Melgaço, junto ao Rio Minho, onde os solos são mais ricos em barro) parece(-me) destinado a um público mais feminino e provavelmente estrangeiro (nórdico?).

Um vinho muito frutado, a que não falta a característica acidez final, mas também ela mais discreta do que o temos visto em muitos alvarinhos recentes. Comparando com o Clássico da Soalheiro, mais frutado e um pouco menos de acidez.

(atualizo com informações do texto promocional, onde a Soalheiro fala de um vinho "elegante e complexo. Com volume e frescura em perfeito equilíbrio, tem um final de boca longo e persistente. A acidez é equilibrada e integrada, conferindo-lhe uma característica amigável e subtil" - sublinhados meus)

Relação qualidade-preço: seguindo o preço que encontrei online, posiciona-se na mesma fasquia do Soalheiro clássico, o que se percebe. Já o pvp recomendado parece-me elevado, mas a marca Soalheiro tem muito peso.

Ano da produção: 2022
Data de compra: abril 2024
Preço de compra: oferta do produtor [€12,5 online; pvp recomendado €15]
Local de compra: 
Data de consumo: maio 24
Produtor: Quinta do Soalheiro (ainda não consta do site]
Localidade: Alvaredo, Melgaço
Enologia: António Luis Cerdeira
Acidez Total (g/l): 5.6 g/dm3
Açúcar (residual): seco
Teor Alcoólico (%vol): 12º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Após a prensagem e antes da fermentação, o mosto é clarificado a baixa temperatura. Este vinho inicia a fermentação num foudre de carvalho francês e termina em barricas usadas de 225 litros de carvalho francês e num ovo de inox. No ovo existe uma bâtonnage natural e nas barricas sofre bâtonnage durante 9 meses sobre as borras mais finas. Faz um estágio de 6 meses em garrafa."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: filetes de pescada com arroz de berbigão 
Pode acompanhar por exemplo:
(431)



Dona Paterna 30º aniversário (2020): 9/10

Seguramente um dos melhores vinhos produzidos até hoje na subregião. Trata-se de um blend de várias colheitas (a mais antiga, 2016), regista...

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