sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Valença quer entrar na subregião. Faz sentido?

O município de Valença deu a conhecer, esta semana, a vontade de integrar a subregião, que assim deixaria de ser apenas Monção e Melgaço. 

O presidente da Câmara diz que já manifestou "esta vontade aos meus colegas Presidentes de Câmara de Monção e de Melgaço. Valença também produz uvas de muito boa qualidade e muitas dessas uvas vão sobretudo para adegas de Monção e já temos também uvas a seguir para Melgaço”, disse José Manuel Carpinteira.

Já a vice-presidente, Ana Paula Xavier, deu uma entrevista em que afirma: “Muitos dos nosso produtores de uva vendem o seu vinho para produtores e engarrafadores de vinho da adega de Monção. Toda aquela fronteira com Monção tem uma boa qualidade de solo e de condições climáticas, porque o que faz a diferenciação é o Monte de Faro. Fazia sentido estes produtores estarem integrados na sub região do Alvarinho."

Compreende-se o interesse de Valença, porque isso significaria um salto em termos de quantidade e prestígio do alvarinho ali produzido.

A minha dúvida é de outro tipo: desconhecendo quantas uvas são realmente vendidas a Monção (e Melgaço?), apenas tenho registo de um produtor devidamente reconhecido nesse concelho, a Quinta Edmun do Val, pelo que a reivindição nasce de cima para baixo, em vez de aparecer organicamente: primeiro é preciso Valença mostrar a qualidade que reivindica ter, para depois, de uma forma quase natural, entrar na 'equipa'.


PS - as declarações dos dois autarcas de Valença têm uma outra consequência: se há produtores de Monção e de Melgaço a comprar (pelos vistos, muitas) uvas nesse concelho, então estamos perante uma ilegalidade e uma acusação que desprestigia a subregião. Tem a palavra a APA.

 

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Côto de Mamoelas Assemblage Espumante Super Reserva (2019): 9/10

São muitos os que dizem que Abel Codesso é o melhor enólogo de espumantes de alvarinho e este novo Assemblage confirma-o.
Trata-se de um espumante com 36 meses de estágio (super reserva) mas que resulta da mistura (assemblage) de três colheitas diferentes. Para efeitos de registo na Comissão, ficou o 2019.
O resultado é um vinho muito sofisticado, com muitos recursos no nariz e na boca - por isso também difícil de descrever nas suas características.
Apesar da nota atribuída ser idêntica, este Assemblage não está exatamente ao mesmo nível do Grande Reserva, mas em contrapartida tem um preço muito mais em conta [no Saudáveis e Companhia, de Monção, vi recentemente uma garrafa deste Grande Reserva 2015, esgotadíssimo, a €60!]
A relação preço-qualidade é por isso excelente.
Ano da produção: 2019
Data de compra: dezembro 23
Preço de compra: €24,90
Local de compra: Garrafeira Onwine
Data de consumo: dezembro 2023
Produtor: Provam [a informação não consta do site]
Localidade: Monção
Enologia: Abel Codessso
Acidez Total (g/l): -6.5
Açúcar (g/l)  < 0,6
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "As uvas previamente selecionadas são cuidadosamente transportadas e prensadas inteiras para obtenção de um mosto de grande qualidade(...). O mosto é clarificado a 12º C durante 48 horas e fermentado a temperatura controlada durante 12-15 dias. Segue-se um período de estágio sobre borras finas de 5 meses. Posteriormente, procede-se ao engarrafamento, fermentação (método clássico) e estágio mínimo de 36 meses, findo o qual se realiza a “remouage” e o “degorgement”".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 9/10
Primeiro copo servido a: 10º/11º
Acompanhou: robalo no forno
Pode acompanhar por exemplo:
(414)



quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Dona Paterna Espumante Bruto (2019): 7/10

Basicamente, mantenho tudo o que escrevi há quase quatro anos, sobre o 2016. Acrescento apenas que, por gosto, prefiro uma bolha mais delicada e elogio o final, que fica na boca durante um tempo muito bom.

Relação preço-qualidade: genericamente o normal nestas circunstâncias.

Ano da produção: 2019
Data de compra: dezembro 2023
Preço de compra: oferta do produtor [€15,9 online]
Local de compra: 
Data de consumo: dezembro 2023
Produtor: Carlos Alberto Codesso
Localidade: Paderne, Melgaço
Enólogo: Fernando Moura
Acidez: ?
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 12º
Passou pelo arejador? Não
Acompanhou: salmão grelhado
Pode acompanhar por exemplo:
(232)

Dona Paterna Espumante Bruto 2016



terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Bagagem (2022): 7/10

[texto atualizado com informações que chegaram posteriormente, a negrito]

Bagagem é um novo alvarinho produzido na zona de Monção pelo responsável (desde 2017) pela viticultura e enologia da empresa Lua Cheia/Saven. Este vinho, contudo, resulta do trabalho realizado por Luís Moreira, 29 anos, nos seus 2,5ha de vinha, ele que é natural de Monção.

[Segundo o enólogo e produtor, o nome Bagagem pretende ser uma homenagem à história de Monção, em concreto, ao fluxo migratório ocorrido nos anos 50 a 70 e ao contrabando desenvolvido ao longo das margens do Rio Minho].

A primeira edição foi limitada a 1800 garrafas, com engarrafamento em maio e lançamento em agosto deste ano.

Sobre o vinho: abri a garrafa meia hora antes e mantive-a no frigorífico. O primeiro copo foi bebido a 12º e o resultado deixou-me dececionado: um vinho muito fechado (mesmo no aroma), curto, com a acidez demasiado presente. Acontece que Luís Moreira me tinha sugerido que o vinho se viria revelar com o aumento da temperatura. E assim aconteceu. A 15º/16º o vinho ganhou outra vida e abriu-se, revelando um perfil cítrico já bem relacionado com a acidez final.

Relação preço-qualidade: com 1800 garrafas o produtor entendeu subir o preço. Acredito que as vá vender todas, mas na prateleira não é fácil optar por um vinho desconhecido a €18 (é preciso ter em conta de que estamos a falar de um convencional colheita) quando há outras referências, de qualidade superior, ao mesmo preço ou mais baratas. Pela minha experiência €15 seria o teto. [O Luís enviou entretanto estas observações para justificar o preço, o que agradeço: vinha com baixa produção por hectare, vinificação em barricas, impressão premium dos rótulos, rotulagem e aplicação do lacre manual].

Ano da produção: 2022
Data de compra: novembro 23
Preço de compra: €18
Local de compra: Saudáveis e Companhia, Monção
Data de consumo: dezembro 2023
Produtor: Luís Moreira
Localidade: Monção
Enologia: Luís Moreira
Acidez Total: ?
Açúcar residual: ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Para a produção do vinho foram usadas uvas colhidas numa vinha própria com 22 anos de idade na freguesia de Segude em Monção. A vinificação foi realizada com recurso a maceração pelicular durante 12 horas com temperatura controlada, para extrair a essência da casta. A totalidade do lote fermentou e o estagiou durante 4 meses em Barricas de Carvalho Francês, com bâtonnage regular, para desta forma, aumentar a complexidade do vinho e potencializar os aromas".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 12º 
Acompanhou: arroz de camarão
Pode acompanhar por exemplo:
(413)








 . Em todo o processo priorizou-se a identidade da Casta Alvarinho. 

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Singellus Private (2017): 6/10

Preço: caro. €22,49 por este vinho ( mais ou menos o preço do Soalheiro Reserva, por exemplo) é caro.

2017: seria de esperar um 'amadurecimento' do vinho, o que não se verifica (a madeira, por exemplo, não se sente, direta ou indiretamente).

Anselmo Mendes: aumenta as expetativas, que neste caso não se confirmam.

Dito isto, é um vinho com um bom aroma e uma acidez bastante marcada. Nesse aspeto, é fantástico como o alvarinho permite vinhos frutados mas também vinhos em que a acidez é o elemento em destaque.

[Nota final: bebi este Singellus em casa de um familiar no fim de semana e não me encheu as medidas. Decidi, então, abrir a garrafa que tinha para comprovar. Bateu certo]

Ano da produção: 2017
Data de compra: novembro 23
Preço de compra: €22,49
Local de compra: Continente, Vila do Conde
Data de consumo: dezembro 2023
Produtor: Realejo [é uma empresa dos herdeiros de Belmiro de Azevedo]
Localidade: Marco de Canavezes
Enologia: Anselmo Mendes
Acidez Total: ?
Açúcar residual: 
Teor Alcoólico (%vol): 112,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: 
Quantidade de garrafas consumidas: 1 + 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 12º (segunda garrafa)
Acompanhou: salada de salmão fumado
Pode acompanhar por exemplo:
(412)


sábado, 9 de dezembro de 2023

Muros de Melgaço (2017): 6/10

Esperava que tivesse envelhecido melhor.

Dá a ideia de que perdeu alguma força, o que, para um vinho com estágio em madeira, é um pouco surpreendente.

O resultado é que, mesmo mantendo um aroma muito personalizado, há um pouco de acidez a mais.

Ano da produção: 2017
Data de compra: outubro 2023
Preço de compra: €15,99
Local de compra: 
Data de consumo: dezembro 2023
Produtor: Anselmo Mendes
Localidade: Melgaço
Enólogo: Anselmo Mendes
Acidez: 6,4º (2015)
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 11º
Passou pelo arejador? Não
Acompanhou: massa com salmão
Pode acompanhar por exemplo:
(80)

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Um (notável) livro sobre o clube de viticultores do Soalheiro

Vários fatores contribuem para que a Quinta do Soalheiro seja o mais importante produtor de alvarinho em Portugal. Entre eles, a visão estratégica e coerente que têm demonstrado, o crescimento sustentado do volume de negócios ou a elevada qualidade de muitos dos seus vinhos (de quase todos...). Um dos segredos está no clube de viticultores, iniciativa pioneira em Portugal (pelo menos com este nível de organização), que é uma fórmula claramente vencedora: em vez de se limitarem a vender os seus vinhos, estes viticultores envolvem-se e são envolvidos no projeto e ajudam a crescer o Soalheiro. Ganham ambos.

Para que os viticultores sejam mais do que meros fornecedores de uva, António Luís e Maria João vêm desenvolvendo diversas politicas de atratividade, que visam o tal nível de comprometimento que garanta o sucesso.

"Manta de Retalhos" é um desses exemplos: é um notável livro de fotografias e pequenos textos que mostra quem são os viticultores do clube (que já é uma associação legalmente constituída, desde 2018).

O projeto inclui também uma exposição fotográfica, que começou pelo Porto (Galeria Fernando Santos), mas - acredito - chegará também a Melgaço (ou a outras zonas de Portugal)




domingo, 3 de dezembro de 2023

Tojeira Grande Escolha (2021): 7/10

Há muito que procurava este vinho, que não é fácil de encontrar.

Durante a primeira Paixão pelo Vinho Braga Wine Party (setembro) conversei com o produtor, que tinha diversos vinhos em prova, mas não este alvarinho.

Finalmente fui encontrá-lo numa garrafeira de Gondomar.

Uma boa surpresa, este alvarinho de Cabeceiras de Basto: fruta muito presente, sobretudo tropical, mas sem excessos, e uma excelente acidez, que não se limita ao final.

Relação preço-qualidade: aceitável.

Ano da produção: 2021
Data de compra: setembro 23
Preço de compra: €7,95
Local de compra: Garrafeira da Carvalha, Gondomar
Data de consumo: dezembro 2023
Produtor: Casa da Tojeira lda
Localidade: Cabeceiras de Basto
Enologia: Filipe Ribeiro e Nuno Grosso
Acidez Total: 6,2 g/L
Açúcar residual: – 4,0 g/L
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "As uvas são colhidas manualmente e desengaçadas, sendo depois submetidas a uma prensagem suave. O mosto é inoculado com leveduras selecionadas, decorrendo a fermentação durante 15 a 20 dias à temperatura de 14-16ºC. Estagiou durante 5 meses com batonnage em cubas de inox."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 10º
Acompanhou: salmonetes grelhados
Pode acompanhar por exemplo:
(411)



Quinta da Raza (2022): 7/10

Tal como escrevi, quando provei o 2021, a nota que atribuí a este vinho está 'condicionada' pelo preço: se €7 já era um excelente preço na loja online, menos um euros na loja física, em Celorico, ainda o torna mais atrativo (não consigo ser preciso, porque perdi a informação, mas sei que foi menos de €6).

Sobre o vinho também mantenho o que então escrevi: com bom aroma, fruta bem doseada e um final, sendo agradável, curto.


Ano da produção: 2022
Data de compra: setembro 2023
Local de compra: loja do produtor
Preço de compra: menos de €6
Data de consumo: novembro 2023
Produtor: Quinta da Raza
Localidade: Celorico de Basto
Enólogo: ?
Acidez (g/dm3): 6,6
Açúcar Residual (g/l): 2,4
Teor alcoólico: 13,% Vol
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 12º-13º
Acompanhou: salmonetes grelhados
Pode acompanhar por exemplo:
(350)

Quinta da Raza 2021

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Muros Antigos Espumante Bruto Natural (2022): 8/10

A última festa do Espumante, em Melgaço, tinha uma (boa) surpresa reservada: o primeiro espumante de alvarinho produzido por Anselmo Mendes [se excluirmos, claro, o espumante que produz para o Pingo Doce desde 2020]

Há muito que Anselmo Mendes procurava um espumante que estivesse ao seu nível e acertou em cheio: aroma frutado, bolha muito fina, um vinho suave, muito tropical (manga, papaia) com um final muito bom.
Um oito quase nove na minha classificação.

[Acaba de ser lançado mas já devia estar no site oficial do produtor, onde não há qualquer informação; assim ficamos sem saber, por exemplo, porque é que se trata de um IG Minho, como o do Pingo Doce, e não de um Monção & Melgaço]

Relação preço-qualidade: excelente, no pressuposto de que o pvp será inferior aos €15.
Ano da produção: 2022
Data de compra: nov23
Preço de compra: €15 (na Festa do Espumante, não há ainda preço de venda ao público)
Local de compra: Festa do Espumante 2023, Melgaço
Data de consumo: novembro 2023
Produtor: Anselmo Mendes
Localidade: Melgaço [IG Minho]
Acidez Total (d/dm3): ?
Açúcar residual (g/dm3): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12º
Método de vinificação, segundo o produtor: ?
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 10º-11º
Acompanhou: arroz de marisco
Pode acompanhar por exemplo:
(410)


domingo, 26 de novembro de 2023

Comprar alvarinhos? Intermarché de Monção

O novo Intermarché de Monção trouxe a oferta de alvarinhos para outro patamar.

Ao contrário de outros supermercados, o Intermarché beneficia da possibilidade comprar local e decidiu apostar na venda de alvarinhos (isso também se verifica, ainda que em menor grau, no Intermarché de Melgaço).

A imagem diz (quase) tudo:

A oferta é muito diversificada (estão representadas todas as gamas, incluindo vinhos a mais de €50) e completa - a mais completa que conheço numa loja física, já que tem vinhos de Monção e de Melgaço.

Com um pouco mais de critério seria possível separar os vinhos que são apenas alvarinho dos que, tendo alvarinho, resultam da mistura com outras castas, mas este é um detalhe.

(Os preços? Foi apenas a primeira observação, mas parece-me que o Coca, também em Monção, continua imbatível).

Com o Intermarché, o Coca e o Saudáveis e Companhia, Monção é definitivamente o melhor local para comprar alvarinhos.

PS - As câmaras de Monção (Museu do Alvarinho) e de Melgaço (Solar do Alvarinho) mantêm abertos espaços de promoção e venda de alvarinhos, mas nem a exposição é boa nem a oferta tão completa (até porque cada uma das autarquias só vende os 'seus' vinhos e há basicamente uma referência por produtor)


sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Casa de Vila Pouca Reserva (2021): 5/10

Mesmo aberto com uma hora de antecedência, este Casa de Vila Pouca Reserva mostrou-se muito fechado. 

O aroma é muito ténue e a presença do alvarinho mostra-se discreta.

Sabe a madeira, mas fiquei na dúvida se é a madeira que salva o vinho ou se a madeira esconde a casta.

(Bebi um segundo copo 24 horas depois e, embora um pouco mais aberto, as diferenças não foram significativas, o que se percebe, porque se trata de um vinho relativamente recente).

Relação preço-qualidade: caro.

Ano da produção: 2021
Data de compra: set23
Preço de compra: €14 [€18 na loja do produtor!]
Local de compra: DouviCoisas, Vila do Conde
Data de consumo: novembro 2023
Produtor: Fernando Carvalho Teixeira
Localidade: Celorico de Basto (Regional Minho)
Acidez Total (d/dm3): 5,3
Açúcar residual (g/dm3): <1,5
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: Estágio 4 meses em Inox e de 12 meses em Barrica de Carvalho Francês
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 5/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: arroz de bacalhau
Pode acompanhar por exemplo:
(409)




sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Passo de Gigante (sem data): 6/10

Primeira curiosidade: em lado nenhum se diz que é alvarinho. Só na loja onde foi comprada (e respetivo site) se obteve a informação. O que, tratando-se de um vinho da zona dos Verdes, é anormal.

Segunda curiosidade: o vinho não tem qualquer data. 2021? 22?

Terceira curiosidade: pelas minhas contas é o quarto curtimenta de alvarinho produzido em Portugal (com liderança de Anselmo Mendes, recentemente secundado por Élio Lara).

Finalmente: em prova cega não diria que é alvarinho - nem pelo aroma. Tem boa acidez, é verdade, mas quase todas as castas do Verde a têm. [resta acrescentar que é um vinho de vinificação natural].

Relação preço-qualidade: caro.

Ano da produção: ?
Data de compra: set23
Preço de compra: €19 
Local de compra: Cave Bombarda, Porto
Data de consumo: novembro 2023
Produtor: João Pedro da Mota Pires
Localidade: Vila Verde (IVV)
Enólogo: Ana Zarricueta e Rui Oliveira
Acidez Total (d/dm3): ?
Açúcar residual: ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: fermentação com as películas durante 13 dias. Estágio 12 meses.
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 11º
Acompanhou: Robalo no forno
Pode acompanhar por exemplo: 
(408)


domingo, 12 de novembro de 2023

Borges (2018) [2ª prova]: 6/10

Em novembro de 2020 comprei duas garrafas deste Borges 2018.

A primeira foi bebida em dezembro de 2020 e guardei a segunda para 'uns anos mais tarde.'

Foi bebida esta semana.

Ou seja, um vinho de 2018 foi provado cinco anos depois.

A primeira observação, que me parece a mais importante, é que tenho vindo a constatar que estes colheitas, com vários anos, não podem ser bebidos logo após a abertura.

Este foi mais um caso em que a primeira prova, menos de meia hora após a abertura, se revelou uma desilusão: vinho muito fechado, sem força e sem revelar a personalidade da casta.

Parei após o primeiro copo e guardei o restante para a refeição seguinte, 12 horas depois.

E, aí, o Borges já se revelou diferente: já apareceram os sabores secundários, a fruta madura, a revelar um bom envelhecimento.,

Talvez cinco anos tenha sido demais, sobretudo para um colheita sem sofisticação na vinificação, mas, ainda assim, valeu.

Ano da produção: 2018
Data de compra: novembro 2020
Local de compra: Jumbo, Maia
Preço de compra: €8,99
Data de consumo: novembro 2023
Produtor: Sociedade Vinhos Borges
Localidade: "Monção e Melgaço" [engarrafado em Felgueiras por Sociedade Vinhos Borges, Gondomar]
Enólogo:
Acidez: ?
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 11-13º
Acompanhou: pargo no forno
Pode acompanhar por exemplo:
(22)

Borges 2016

Borges 2017

Borges 2018

domingo, 5 de novembro de 2023

Encostas de Melgaço Espumante Bruto (2020): 9/10

Começo por dizer que este é o melhor espumante de alvarinho que bebi e classifiquei este ano [sim, porque houve um, com, pelo menos, igual apreciação a que não pude dar classificação). Um 9 quase 10.

2020 foi a primeira produção de espumante da renovada Quinta da Pigarra e acertaram em cheio! Aroma inconfundível, bolha do mais elegante que é possível imaginar, na boca sabores muito evoluídos, como se fosse um reserva em madeira (caramelo, manga madura, frutos secos), e a acidez a corresponder.

Um espumante suave e delicado. 

Relação preço-qualidade: €15 é um excelente preço para um espumante tão bom.

Ano da produção: 2020
Data de compra: nov22
Preço de compra: €15 [online encontrei diversos preços]
Local de compra: feira do espumante de Melgaço
Data de consumo: novembro 2023
Produtor: Quinta da Pigarra [não existe qualquer informação online, que possa explicar por exemplo que a quinta é de Melgaço, mas o produtor esteja em Famalicão)
Localidade: Famalicão
Enólogo: Jorge Sousa Pinto
Acidez Total (d/dm3): ?
Açúcar residual: ?
Teor Alcoólico (%vol): 12º
Método de vinificação, segundo o produtor: ?
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 9/10
Primeiro copo servido a: 9-10º
Acompanhou: douradas grelhadas
Pode acompanhar por exemplo: trata-se de um espumante altamente gastronómico, que pode acompanhar quase toda a gastronomia.
(407)


 

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Castelo de Moinhos (2022): 4/10

O alvarinho do Mercadona, feito na Adega de Monção.

Trata-se de um vinho com pouca intensidade, muito levezinho.

O aroma tem fruta e a acidez é interessante, mas na boca falta profundidade.

Ano da produção: 2022
Data de compra: outubro 23
Local de compra: Mercadona, Vila do Conde
Preço de compra: €3,80
Data de consumo: novembro 2023
Produtor: [Engarrafado por Adega Cooperativa de Monção]
Localidade: Monção
Enólogo: ?
Acidez: nd
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 4/10
Primeiro copo servido a: 11º
Acompanhou: robalos na brasa
Pode acompanhar por exemplo:
(211)

Castelo de Moinhos 2018


segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Terras de Real (2018) [2ª prova]: 7/10

Bebi pela primeira vez o 2018 no ano seguinte e adorei.

Esta segunda garrafa ficou guardada para beber uns anos depois (neste caso, cinco!) e este foi o momento.

Está um vinho completamente diferente, como aliás seria de esperar, muito mais evoluído, ainda que com alguma 'perda' em boca. No nariz e na acidez manteve a pujança.

Envelheceu bem, mas acredito que se o tivesse bebido ao quarto ano estaria excelente.

Ano da produção: 2018
Data de compra: julho 2019
Local de compra: Feira Alvarinho 2019, Monção
Preço de compra: €8 na Feira 
Data de consumo: outubro 23
Produtor: Leonor da Conceição Rodrigues
Localidade: Real, S. Paio, Melgaço
Enólogo: ?
Acidez: ?
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 12º 
Acompanhou: salmonetes fritos
Pode acompanhar por exemplo:
(59)


sábado, 28 de outubro de 2023

Quinta das Pirâmides Premium (2019): 7/10

Este é o quarto alvarinho da Quinta das Pirâmides, Famalicão, que provo.

E claramente é o melhor.

Um alvarinho com aroma muito vincado e com as características da casta muito presentes em boca (perfil mineral, com alguns traços cítricos). Acidez excelente.

[inexplicavelmente, quem compra este vinho não fica a saber que é alvarinho e só através da ficha técnica é que isso se torna claro. Será porque existe um Quinta das Pirâmides alvarinho? Não provei]

Relação preço-qualidade: boa.

Ano da produção: 2019
Data de compra: dez22
Preço de compra: €9.61
Local de compra: no produtor
Data de consumo: outubro 2023
Produtor: Darumi
Localidade: Famalicão
Enólogo: ?
Acidez Total (d/dm3): 6.2-6.8 
Açúcar residual: 3.6g
Teor Alcoólico (%vol): 13,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: ?
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 11º
Acompanhou: salmonetes fritos
Pode acompanhar por exemplo:
(406)




sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Repartido (2021): 9/10

O Repartido 2018 foi um dos melhores vinhos que bebi este ano. Um vinho tão diferente quanto excitante. Fiquei à espera de nova edição, sempre limitada a poucas garrafas, e acabo de encontrar a produção relativa a 2021- acreditem que não foi nada fácil...

No essencial mantém tudo o que de bom escrevi: a técnica de solera permite-lhe uma salinidade que não encontro em qualquer outro alvarinho produzido em Portugal e que, sem surpresa, casa perfeitamente com as características da casta.

Continua a ser um vinho com enologia de Abel Codesso, a partir de uma ideia de dois jovens que têm vários projetos para a produção de vinho.
As uvas são da sub-região, mas desta vez temos um IVV, para não ficar limitado às exigências técnicas da Comissão do Vinho Verde.  

Numa altura em que a subregião parece ter perdido alguma capacidade de inovar e está sobretudo a apostar no que já foi feito, este é realmente um vinho diferente e altamente gastronómico. Mas experimente o leitor bebê-lo ao fim da tarde ou antes da refeição. Vai ter mais uma surpresa.
Ano da produção: 2021
Data de compra: outubro 2023
Preço de compra: Oferecido pelo produtor (preço em garrafeira: €22/€23)
Local de compra: 
Data de consumo: outubro 23
Produtor: Repartido Wines (engarrafado na Provam)
Localidade: uvas da subregião, mas vinho IVV
Enólogo: Abel Codesso
Acidez Total: ?
Açúcares residuais (g): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Aberto quanto tempo antes: 30 minutos antes
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 9/10
Primeiro copo servido a: 10º (parece-me que pede frio)
Acompanhou: caldeirada de petinga
Pode acompanhar por exemplo: também ligou bem com doces;
(370)

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Uivo (2022): 5/10

Uivo é um vinho com intervenção mínima na adega, aquilo que hoje se designa por vinhos naturais.

Isso faz dele um vinho melhor ou pior?

Uma coisa é certa, não faz dele um vinho para recordar.

Trata-se de um vinho leve, que explora muito pouco o potencial e as características da casta. O aroma é agradável e a acidez interessante, mas em boca percebe-se que é um vinho frágil (salino?).

Apenas 11 graus de álcool.

[Como costumo fazer, guardei um copo para a refeição seguinte, devidamente arrolhado, mas estava já em perda]

Relação preço-qualidade: por €12 euros há muito melhor, mas não como vinhos naturais.

Ano da produção: 2022
Data de compra: set23
Preço de compra: €12
Local de compra: Cave Bombarda, Porto
Data de consumo: outubro 2023
Produtor: Folias de Baco
Localidade: Sanfins do Douro, Alijó (IVV)
Enólogo: ?
Acidez Total: ?
Açúcar residual: ?
Teor Alcoólico (%vol): 11º
Método de vinificação, segundo o produtor: 
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 5/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: bacalhau à Gomes de Sá
Pode acompanhar por exemplo:
(405)


Cozido à portuguesa e alvarinho (1ª tentativa)

Já todos sabemos que os mitos que rodearam décadas (centenas?) de anos de vinho branco estão felizmente a desfazer-se a uma grande velocidad...

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