terça-feira, 2 de setembro de 2025

Opção B Reserva Estágio em Barricas (2017): 6/10

Bebi o 2016 em 2023 e agora o 2017 em 2025. E, no essencial, as ideias mantêm-se: um vinho com muita madeira( eu gosto...), mas um pouco curto em boca. Por aqui nada a assinalar de diferennte entre o 2016 e o 2017.

O problema é o preço: este vinho foi comprado no produtor na Essência do Vinho Verde deste ano e custou €25. Esse é o preço do Soalheiro Reserva (o benchmark nesta gama!) e bem mais do que o extraordinário Regueiro Barricas. Ou seja, claramente excessivo. Ainda por cima, encontrei online a €18, o que é uma diferença significativa. Daí a nota cair um ponto - foi comprado no produtor, insisto.

Ano da produção: 2017
Data de compra: junho 25
Preço de compra: €25
Local de compra: Essência do Vinho Verde 25
Data de consumo: setembro 25
Produtor: AB Wines
Localidade: Amarante, Vinho Regional Minho
Enólogo: António Sousa
Acidez Total: 6,6 g/L (2016)
Açúcares residuais (g): 4,7 g/L (2016)
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação: Estágio em barricas de carvalho francês (quanto tempo?)
Aberto quanto tempo antes: 60 minutos antes
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 14º
Acompanhou: polvo no forno
Pode acompanhar por exemplo:
(372)


sábado, 23 de agosto de 2025

Quinta de Linhares (2023): 6/10

Pouco a dizer deste colheita produzido em Penafiel: um alvarinho discreto, sem vivacidade, que não se bebe com sacrífício mas a que faltam vários predicados. Salva-se a acidez final, de média intensidade.

Ano da produção: 2023
Data de compra: junho 25
Preço de compra: ? [por erro, não tomei nota do preço pago] [€7,71 online]
Local de compra/prova: Festa do Vinho Verde, Porto
Data de consumo: agosto 25
Produtor: agri-roncao.pt
Localidade: Penafiel (DOCVV)
Enologia: António Sousa
Acidez Total :  4.9 g/dm³
Açúcares totais:  2.70 g/dm³
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: " A fermentação ocorreu em cuba de inox a uma temperatura controlada entre 15 a 16ºC - durante aproximadamente 30 dias. Estágio em cuba de inox de 3/4 meses, durante o qual o vinho esteve em contacto com as borras"
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 10º
Acompanhou (prato principal): zamburinhas na chapa
Pode acompanhar, por exemplo:
(487)


 

domingo, 17 de agosto de 2025

Gorro (2021): 6/10

Este Gorro, apresentado como sendo da subregião de Monção e Melgaço, resulta da compra de vinho de Melgaço e engarrafado em Moncorvo pela Portugal Boutique Wines.

Já vou ao vinho, mas queria destacar a questão do preço: paguei pela garrafa €10,57, mas vejo que pode custar mais de €15, o que é uma diferença de quase 50% e um preço claramente inflacionado em termos de qualidade (e a nota que aqui se atribui tem quase sempre a ver, também, com o preço). É preciso ter em conta que, sendo de Monção e Melgaço, este vinho está a concorrer com o Soalheiro, Regueiro ou Portal do Fidalgo, para citar três exemplos óbvios, mais baratos e... melhores.

Estamos perante um alvarinho de perfil mineral, pouca fruta, aqui e ali um pouco de cítricos, que se tornam muito presentes sobretudo no final, para alguns, talvez em demasia.

Ano da produção: 202    
Data de compra: maio 25
Preço de compra: €10,57 no produtor [€17,95 online]
Local de compra/prova: garrafeira Vinh'Alvarinho
Data de consumo: agosto 25
Produtor: Portugal Boutique Wines 
Localidade: Moncorvo, (vinho de Melgaço DOC Vinho Verde)
Enologia: ?
Acidez Total : 7,5 g/dm3
Açúcares residuais (g/L): 1,5 g/L
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Decantação a frio durante 2 dias à temperatura de 10 °C, fermentação em cubas de inox com temperatura controlada de 16 °C. Estágio em inox sobre borras finas durante 5 meses."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou (prato principal): cantaril grelhado na brasa
Pode acompanhar, por exemplo:
(486)


domingo, 10 de agosto de 2025

Quinta de Gomariz Espumante Bruto (2023): 7/10

Até agora provei apenas dois espumantes de alvarinho fora da subregião: o Quinta de Carapeços (Amarante) e este Quinta de Gomariz (Santo Tirso). Existe pelo menos mais um, o Camaleão.

Neste caso, estamos perante um espumante muito leve, elegante, com uma bolha extraordinariamente final. Falta alguma estrutura em boca, que é (pelo menos parcialmente) compensada pela acidez final, muito fresca.

Relação preço-qualidade: tem o preço de um espumoso da subregião, o que não deve ajudar na hora do consumidor decidir.

Ano da produção: 2023
Data de compra: julho 25
Preço de compra: €15 no produtor [€17,95 online]
Local de compra/prova: 
Data de consumo: agosto 25
Produtor: Quinta de Gomariz (não consta do site)
Localidade: Santo Tirso
Enologia: António Sousa
Acidez Total : ?
Açúcares totais (g/L): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "?"
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 9º
Acompanhou (prato principal): arroz de berbigão com filetes de pescada
Pode acompanhar, por exemplo: 
(485)



quarta-feira, 6 de agosto de 2025

"A borla é um extraordinário intensificador de sabor"

 "Quando é à borla, o jornalista excede-se na hipérbole, os croquetes de rabo de touro tornam-se “do outro mundo”, o bloguista pinta a foto e a metáfora para salvar “a musse de garum” e até o cronista que estudou o “Larousse Gastronomique” arranja maneira de injetar na prosa o chefe amigo. Quando é à borla, a comida sabe melhor. A borla inebria, a borla é um tónus, a borla é um extraordinário intensificador de sabor.

(Ricardo Dias Felner, Expresso, 31/7/25)

terça-feira, 5 de agosto de 2025

Provam substitui Adega de Monção no Mercadona

É, certamente, um dos negócios do ano: a Provam passou a produzir e engarrafar a marca branca de alvarinho (e não só, também, alvarinho e trajadura e ainda um verde tinto) que a Mercadona vende em Portugal.

O Castelo de Moinhos era produzido antes pela Adega de Monção.



segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Anselmo Mendes - Alvarinho do Gonçalo (2021): 8/10

Gonçalo é filho de Anselmo Mendes e tem aqui o primeiro alvarinho em seu nome.

Na apresentação disse, entre outras coisas, que quis fazer um vinho mais suave. E essa palavra define bem o resultado final.

Talvez por ser um jovem (e porque não fazia sentido 'imitar' o que o pai faz), Gonçalo apresenta-nos um vinho que se pode descrever como mais leve, sem que isso seja defeito. Leve no sentido em que não é intenso, arrebatador na fruta, como (pelo menos) os da subregião se caracterizam.

Leve e equilibrado, no sentido em que, por exemplo, pode agradar tanto a mulheres como a homens.

Destaque para o final fresco e salivante.

Como agora está na moda dizer, mais uma boa interpretação da casta.

Relação preço-qualidade: os €22,50 são justificados pela vinificação, mas para uma vinho novo não é barato. Depende do que pretende o produtor.

[Curiosidade: os filhos de António Luis Cerdeira e Anselmo Mendes lançam num curto espaço de tempo novos vinhos, ambos com fermentação malolática, que vai trazer suavidade e alguma cremosidade ao vinho]

Ano da produção: 2021
Data de compra: julho 25
Preço de compra: €22,5 na Feira de Monção
Local de compra/prova: Feira de Monção
Data de consumo: agosto 25
Produtor: Anselmo Mendes
Localidade: Monção/Melgaço
Enologia: Anselmo Mendes/Gonçalo Mendes
Acidez Total : ?
Açúcares totais (g/L): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Depois de um estágio em barricas usadas durante 9 meses, onde fez fermentação malolática completa, entregou-se ao tempo, repousando em garrafa durante três anos."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 11º
Acompanhou (prato principal): arroz de marisco
Pode acompanhar, por exemplo: além do óbvio, acompanará bem carnes não muito temperadas
(484)



sexta-feira, 1 de agosto de 2025

O principal evento de albariño (que nos devia inspirar)

O Conselho Regulador da Denominação de Origem Rias Baixas faz coincidir a grande feira do alvarinho, por estes dias a decorrer em Cambados, Pontevedra, com um evento que merecia ser replicado em Portugal: o Túnel del vino.

Quase 200 produtores expõem os seus vinhos, podendo fazer-se representar com mais do que uma referência. Durante três dias são organizadas diversas sessões (90 minutos) em que profissionais e profissionais podem provar o que entenderem. Há também um concurso. Por €25. Num ambiente muito agradável, com a presença de um sommelier, etc - no fundo, tudo o que não temos em Melgaço ou Monção.

Pelo que percebo os produtores aderem em massa, sendo uma forma de muitos deles, com produções de menos de 5000 garrafas, darem nas vistas junto de quem os pode encomendar.

A maior parta são vinhos do ano (2024), mas o mais antigo era de 2011! Faz tudo parte do mesmo bilhete.


Estes foram os meus três preferidos.

PS - uma nota a desenvolver depois: dá para perceber que o alvarinho português está muito mais desenvolvido ao nível da vinificação do que do outro lado do rio Minho: por lá, mais de 90 % são vinhos em inox com battonage e borras. Ou seja, demasiado iguais. Nos espumantes isso ainda é mais visível.




domingo, 27 de julho de 2025

Ainda as provas pagas na feira do alvarinho: "Outros pensam a mesma coisa e não têm coragem de o fazer"

A iniciativa do produtor Terras de Real na última Feira de Monção de acabar com as provas grátis (e de que aqui se falou) continua a gerar reações.

Já depois da publicação aqui feita, Anabela Sousa publicou um vídeo em que volta ao assunto (já tem uns dias, mas o assunto continua atual) e em que, entre outras coisas, diz que:

- a iniciativa não visa ganhar dinheiro, mas valorizar o produto;

- muitos dos que querem provas grátis nas feiras apenas qurem 'copo cheio';

- muitos (produtores, deduz-se) concordam consigo, mas não têm coragem de o fazer;

- "sei que estou a marcar a diferença, quem quiser Terras de Real tem de o pagar; não posso ser obrigada a fazer o que não quero [a dar provas grátis]".

Vale o que vale, mas nos comentários ao vídeo, uma esmagadora maioria apoia os argumentos de Anabela Sousa (que, na minha opinião, os defende com convicção e de forma genuina). 




sexta-feira, 25 de julho de 2025

Súmius (2024): 7/10

Encontrei a primeira referência a este vinho na lista do restaurante Chiote Monte da Mina, provavelmente o restaurante de Monção com maior oferta de alvarinhos. Pedi e... não encontraram. Teria acabado? A arrumação na entrada pareceu-me um pouco confusa, mas provavelmente já não haveria.
Não descansei enquanto não encontrei e foi através do produtor que obtive uma resposta positiva (são 1000 garrafas, provavelmente não estará à venda em garrafeiras).

Súmius é uma nova marca, com origem em Monção, que começa com um caminho inovador: dar voz e vida às castas tintas da Sub-região que noutros tempos. A isso, juntaram um alvarinho de 2024.

Começo por dizer que este 2024 pede tempo, daqui a dois ou três anos estará certamente melhor. Mas nem sempre podemos esperar e, por isso, aqui vai: estamos perante um vinho de perfil acentuadamente mineral, sem frutas tropicais que caracterizam a maioria da oferta na subregião. 
Fugindo ao perfil 'médio', o produtor é o primeiro a saber que não vai enriquecer com este vinho.
Mas ele tem o seu espaço e por isso distingue-se.

Se a ligação com o prato principal (que não era fácil) não foi satisfatória, acabou por se revelar no final: a sua mineralidade, aliada à acidez e frescura, casou perfeitamente com figos secos e com uma meloa bem docinha.
Guardei um pouco para o almoço do dia seguinte e revelou-se mais aberto, no nariz e na boca.

Relação preço-qualidade: em termos absolutos €15 é caro; em termos relativos percebe-se.
Ano da produção: 2024
Data de compra: julho 25
Preço de compra: oferta do produtor (pvp pelo produtor €15)
Local de compra/prova: 
Data de consumo: julho 25
Produtor: Súmius
Localidade: Uvas de Barbeita, Monção
Enologia:  ?
Acidez Total : 6,6 g/l
Açúcares totais (g/L): <2 
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Desengace total da uva e fermentação a baixa temperatura durante 15 dias"
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 12º/13º
Acompanhou (prato principal): Salada de  muxama de atum com laranja
Pode acompanhar, por exemplo: 
(483)

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Dom Ponciano Memória Grande Reserva (2017): 8/10

Dom Ponciano, um dos produtores mais qualificados da subregião, surpreendeu na última Feira de Melgaço com a apresentação de um produto de luxo: um grande reserva (de base 2017, mas com lotes de 2016 e 2015), numa caixa de três unidades, com edição limitada, destinada, penso, a colecionadores, e que evoca Ponciano de Abreu, avô de Rui Esteves.


A caixa será posta à venda por €120, o que significa que cada garrafa custaria, se vendida separadamente, €40. Foi o meu caso, por especial deferência de Rui.

Há duas coisas que quero dizer:
- Iniciativas como esta valorizam a subregião, elevando-a para outro nível, sobretudo tratando-se de produtos genuínos e não mero marketing (artificial, portanto). São produtos diferenciadores, que chegam a novos públicos e mostram uma ousadia comercial que se saúda, até por não vir de um dos 'big five' da subregião (Adega de Monção, Soalheiro, Anselmo, QM e Provam);

- Esperava um pouco mais de complexidade neste vinho. É um vinho muito bom (no nariz é fantástico), mas pelo preço esperava que fosse excelente. Em boca mostra-se um pouco mais curto do que seria de esperar.  (apesar de aberto uma hora antes, estava muito melhor no final do que no início da refeição).

Ano da produção: 2017
Data de compra: abril 25
Preço de compra: €40 (uma garrafa do conjunto de três)
Local de compra/prova: Feira do Alvarinho Melgaço
Data de consumo: julho 25
Produtor: Dom Ponciano (site não está atualizado)
Localidade: Melgaço
Enologia:  José Lourenço
Acidez Total (g/dm): ?
Açúcares totais (g/L): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 11º/12º
Acompanhou:
Pode acompanhar, por exemplo:
(482)



sexta-feira, 11 de julho de 2025

Rebouça Espumante Extra Bruto Super Reserva (2019): 8/10

Luís Euclides Rodrigues levou à Feira de Monção o seu novo espumante, um extra bruto com 38 meses de estágio (poderia porttanto ser um Grande Reserva), que fez o degorgement em janeiro deste ano.

O resultado impressiona, não apenas porque o alvarinho casa muito bem com os espumantes extra brutos (açúcar residual, inferior a 6 gramas por litro, o que potencia a acidez), como porque se sabe que essa vinificação vai evidenciar a complexidade dos sabores (mais brioche do que croissant). 

É o que se verifica com este Rebouça, com uma bolha muito fina, quase invisível, um pouco de madeira (discreta) e cítrico. Final longo e lento.

€20 é uma pechincha!


Ano da produção: 2019
Data de compra: 
Preço de compra: prova em feira (o produtor indica um pvp ridículo de €20! €17 na Feira]
Local de compra/prova: Feira do Alvarinho Monção
Data de consumo: julho 25
Produtor: Rebouça (não está atualizado)
Localidade: Monção
Enologia: Luís Euclides Rodrigues
Acidez Total (g/dm): ?
Açúcares totais (g/L): ?
Teor Alcoólico (%vol): ?
Método de vinificação, segundo o produtor: "."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: ?
Acompanhou: 
Pode acompanhar, por exemplo: 
(481)



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segunda-feira, 7 de julho de 2025

O fim das provas grátis nas feiras de alvarinho?

Outra das novidades da Feira do Alvarinho de Monção foi o aparecimento, pela primeira vez, de um produtor que impôs um preço mínimo para as provas que habitualmente são grátis.

Por €0,50 bebia-se um 'shotinho' no stand do produtor Terras de Real.

Pude conversar com Anabela Sousa, que explicou que o objetivo era evitar aqueles que querem beber por beber e, assim, tentar selecionar o cliente que poderá estar interessado em conhecer/apreciar o seu alvarinho. Por outro lado, é uma forma de ajudar a gerar receitas que ajudem a pagar o custo de um stand na Feira, bastante elevado.

Trata-se de uma proposta tão radical quanto polémica. Posso garantir que outros produtores ali presentes comentavam a opção, quase todos (entre aqueles com quem fui falando) criticando, mas com alguns a reconhecer que quem prova em todos os stands (quase 40, muitos deles com mais do que uma referência aberta)... só quer beber e, com isso, não traz mais-valia às marcas.

Eu percebo a opção de Anabela Sousa, mas se todos fizessem assim a Feira perdia muito do seu interesse.

Acredito que o assunto será motivo de discussão e que poderá levar a uma posição da Associação de Produtores. Pró ano veremos. 

Outras coisas que retive da Feira:

- a Feira esteve 4 dias aberta e, em alguns deles, até muito tarde (5 da manhã...). Resultado, na manhã de sábado vários stands estavam fechados (sobretudo entre os produtores que não têm pessoal para fazer diversos turnos). Estica-se a manta de um lado, mas descobre-se de outro... Vale a pena manter horários tão alargados? O cliente que foi na manhã de sábado ou de domingo sentiu-se valorizado?

- Outra das consequências é que alguns produtores recorreram a colaboradores que estariam ali como numa sapataria a vender sapatos. Nada sabem do vinho que estão a promover nem o que devem por num copo. Não é bom para ninguém [num deles, era mesmo tão pouco vinho para prova que tive de pagar um copo; custou €3, a garrafa custava €8...];

- apesar de ser a maior feira, faltaram produtores como Quinta do Regueiro, Márcio Lopes ou o novo projeto de António Luis Cerdeira, para falar dos mais conhecidos. 

domingo, 6 de julho de 2025

Vinha Antiga (2001): 10/10

A  maior sensação da Feira do Alvarinho de Monção, que hoje termina, é um vinho que custa €150. Pelo preço? Inevitavelmente. Penso não estar errado se disser que é o vinho mais caro até hoje numa feira de alvarinhos em Portugal.

Não é, contudo, o alvarinho mais caro aqui produzido, pelo que o que sobressai é o facto de se tratar de um colheita (o vinho mais 'banal', portanto) de 2001, o Vinha Antiga, da Provam.

A Provam 'descobriu' que tinha em cave umas 120 garrafas e, em boa hora, decidiu 'partilhá-las' com quem as puder provar/comprar.

Fui um desses privilegiados e só posso dizer que fiquei encantado.

Claro que, como diz um reputado enólogo da subregião, não há bons vinhos velhos, há boas garrafas de vinhos velhos. Porque, com facilidade, o líquido pode não estar em condições. Muito mais, tratando-se de um colheita. Será diferente com um velha reserva, por exemplo.
Já tinha provado o 2007 e tinha ficado fascinado. O 2001 pode até nem estar tão 'afinado' como o 2007, mas é incrível como um vinho, que não é pensado para tal, pode durar 24 anos e estar ainda melhor! Continuava fresco, com muitas camadas de sabores e um travo de madeira, muito agradável. O final é incrível e ficou largos minutos na boca. O mais curioso? Em prova cega, e só pelo nariz, talvez não adivinhasse que era alvarinho, tal a revolução que ali aconteceu. Na boca, depois, não engana.
Ano da produção: 2001
Data de compra/prova: julho 2025
Preço de compra: €150 euros 
Local de compra: Feira do Alvarinho de Monção 2025
Data de consumo: Julho 25
Produtor: Provam
Localidade: Barbeita, Monção
Enólogo: ?
Acidez Total: (g/l):
Açúcares (g/l):
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação: "." (produtor)
Aberto quanto tempo antes: 
Quantidade de garrafas consumidas: um fundinho...
Pontuação: 10/10
Primeiro copo servido a: ?
Acompanhou:
Pode acompanhar por exemplo:
(27) 

domingo, 22 de junho de 2025

Principais produtores de Monção e Melgaço continuam a boicotar o concurso dos Vinhos Verdes?

Das duas, uma:

- ou os grandes produtores (Soalheiro, Anselmo Mendes, Regueiro, Santiago, etc) participaram, enviando os seus melhores vinhos, que o júri recusou sistematicamente;

-ou não participaram. E se assim foi, só posso entender como um boicote (o que acontece, pelo menos, pelo segundo ano consecutivo).

Conheço bem os três vinhos que venceram a medalha de ouro, mas como dizer que são os melhores da Região Verde? O espumante Dona Paterna é bastante bom, mas posso, de memória, enumerar 15 melhores vinhos, só para citar um exemplo. O mesmo se passa com o Deu-la-Deu Reserva 2023. E o Quinta das Pirâmides Reserva 2021 não é, nem de perto nem de longe, o melhor vinho com estágio da Região!

Curioso observar como a presidente da CVRVV, Dora Simões afirmou que "a Região dos Vinhos Verdes está a apostar em segmentos premium que registam uma afirmação crescente no mercado” e os três vinhos vencedores são entradas de segmento ou quase.

Alguma coisa se passa.

Já não é a primeira vez que deteto situações estranhas neste concurso (O vencedor de 2021 não se vende em Portugal; em 2023 o vencedor foi tão surpreendente quanto absurdo e já no ano passado se percebia o boicote dos principais produtores da subregião, apesar do mérito do vencedor).

Porquê este boicote? Terá a ver com a incapacidade da Comissão em criar uma DO Monção e Melgaço?

A lista dos vencedores.



terça-feira, 17 de junho de 2025

Anselmo Mendes A Torre (2019): 9/10

É certo que o Parcela Única é um alvarinho de referência, mas faltava a Anselmo Mendes um vinho topo de gama (Tempo, pelo preço, destaca-se, mas continuava a faltar alguma coisa).

Provam e QM já tinham arriscado no patamar dos €50, fazia sentido que outros produtores, como Anselmo, fizessem o mesmo.

E este ano Anselmo Mendes decidiu resolver esse 'problema', com o lançamento de A Torre (2019), uma seleção das melhores vinhas da Quinta da Torre, que comprou vai para 20 anos, em Monção.

Como seria de esperar, trata-se de um vinho sofisticado, sobretudo na boca, com forte mineralidade. No nariz percebe-se os cítricos característicos da casta, mas na boca são muitas camadas, perfeitamente harmonizadas com a madeira das barricas usadas, que está lá, mas discretamente.

O ponto alto é o final: além de longo, mostra uma acidez vibrante, que o torna fresco e meio salino.

Daqui a 10 anos terá nota 10!

Relação preço-qualidade: é um dos mais caros da subregião (produção pequena), mas também um dos mais distintivos. 

Ano da produção: 2019
Data de compra: abril 25
Preço de compra: oferta (online varia entre os €43 e os €53]
Local de compra/prova: Feira do Alvarinho Melgaço
Data de consumo: junho 25
Produtor: Anselmo Mendes (alguns meses depois ainda não consta do site da empresa)
Localidade: Monção
Enologia: Anselmo Mendes
Acidez Total (g/dm): ?
Açúcares totais (g/L): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Fermentou em barricas usadas durante nove meses, com bâtonnge suave."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 9/10
Primeiro copo servido a: 12º/13º
Acompanhou: panados e arroz de le
Pode acompanhar, por exemplo: tudo, menos, talvez, carnes vermelhas mal passadas
(480)


sexta-feira, 13 de junho de 2025

Casa do Capitão-mor Unfiltered (2020): 8/10

 Trata-se de um vinho produzido com uvas da Quinta de Paços / Casa do Capitão-mor (Monção) e enologia de Henrique Cizeron e Paulo MG Ramos, que se destaca pelo facto de não ter sido filtrado.

O mais curioso é que, mesmo assim, o vinho não parece ter depósito, apresentando-se muito limpo no copo.

Vinho com uma acidez excelente e muito fresco, destaca-se também pela complexidade de sabores, que tanto vão do cheiro de charuto à madeira de carvalho, passando por amêndoa torrada.

Relação qualidade-preço: não consegui saber o preço, mas a produção não ultrapassa as 400 garrafas. Em 2020 foi o primeiro ano.

Ano da produção: 2020
Data de compra: junho 25
Preço de compra: oferta do produtor
Local de compra/prova: Essência do Vinho 2025
Data de consumo: junho 25
Produtor: Quinta de Paços /Casa do Capitão-mor
Localidade: Monção
Enologia: Henrique Cizeron e Paulo MG Ramos
Acidez Total (g/dm): 7,2
Açúcares totais (g/L): 2.0
Teor Alcoólico (%vol): 13,7º
Método de vinificação, segundo o produtor: "fim de fermentação e estágio em barricas de carvalho francês usadas, durante 15 meses com batonnage durante 8 meses, sem trasfegas e engarrafamento sem filtração. Sem estabilização tartárica. Sujeito a deposito. Estágio adicional em garrafa durante 28 meses. A produção das uvas está certificada como “Produção Integrada”."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: ?
Acompanhou: 
Pode acompanhar por exemplo: 
(479)


quarta-feira, 4 de junho de 2025

Soalheiro O Cubo (2022): 8/10

Uma curiosidade, para começar: se o leitor procurar informação sobre etse vinho não vai encontrar... a não ser no site do Soalheiro. Esta será, portanto, a primeira crítica online a um vinho de 2022, resultado daquilo a que Luis Cerdeira chamou a Cave da Inovação e que não teve distribuição/venda ao público. Acabei por o conseguir, solicitando uma garrafa ao produtor (não tenho, também por isso, informação sore o preço).

Outra nota: à semelhança de outras novidades que o Soalheiro lançou em ou até 2023, não houve, até agora, edição posterior.

Sobre o vinho: diz-se que está tudo inventado no vinho e no alvarinho, mas Cerdeira voltou realmente a inovar, com este vinho fermentado numa cuba de vidro (o Cubo): trata-se de um vinho muito salino, tão salino que as papilas gustativas ficam aos saltos! Chega a parecer picante, mas é só perceção. Boa acidez.

O aroma revela-se complexo, quer com fruta tropical madura quer com maçã verde (mais vegetal).

Relação preço-qualidade: como escrevi antes, não sei o preço ao certo, mas deduzo que andará pelos €20 já que o preço deste pack é €45.

Ano da produção: 2022
Data de compra: abril 25
Preço de compra: oferta do produtor
Local de compra/prova: 
Data de consumo: junho 25
Produtor: Quinta do Soalheiro
Localidade: Melgaço
Enologia: António Luís Cerdeira
Acidez Total (g/dm): 6,5
Açúcar residual (g/L): seco
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "utilizamos uma seleção de uvas de Alvarinho provenientes do vale de Monção e Melgaço, uvas de perfil semelhantes ao nosso Soalheiro Alvarinho Clássico, mas que fermentam e estagiam num recipiente de vidro." 
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: Bacalhau no forno
Pode acompanhar por exemplo: fiquei com vontade de experimentar com queijos
(478)



terça-feira, 27 de maio de 2025

Soalheiro Primeiras Vinhas (2020): 9/10

Este 2020 aberto em 2025 revelou-se brutal!

Sofisticação, complexidade, aroma, acidez. Excelente.

É mesmo preciso mudar a mentalidade do consumidor português, relativamente aos alvarinhos de Monçaõ e Melgaço: comprar e guardar em vez de comprar e beber logo.

Ano da produção: 2020
Data de compra: 2021
Preço de compra: oferta do produtor
Local de compra:
Data de consumo: maio 2025
Produtor: Quinta do Soalheiro
Localidade: Melgaço
Enologia: António Luis Cerdeira
Acidez Total (g/dm3): 6,9
Açúcar (g/l): seco (residual)
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor:
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 9/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: arroz de marisco
Pode acompanhar por exemplo:
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Primeiras Vinhas 2016

Primeiras Vinhas 2017

Primeiras Vinhas 2018

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Casa de Oleiros (2023): 4/10

Este vinho custou €6 na última edição da UVVA em Amarante. Não se pode dizer que seja um vinho caro, embora saibamos que as grandes superfícies têm alvarinhos muito semelhantes ou até melhores, mas mais baratos. É, portanto, ingrato querer competir neste patamar.

Este Casa de Oleiros é um vinho que não se bebe com sacrifício, embora seja desinteressante. Destaca-se pelo aroma. No resto é curto.

Ano da produção: 2023
Data de compra: outubro 24
Preço de compra: €6
Local de compra/prova: UVVA, Amarante
Data de consumo: maio 25
Produtor: Casa de Oleiros
Localidade: Amarante
Enologia: Jorge Sousa Pinto
Acidez Total (g/dm):7,0
Açúcar residual (g/L): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Após a escolha criteriosa das uvas, segue-se uma vinificação cuidada para enaltecer todo o potencial da casta Alvarinho. O Casa de Oleiros Alvarinho apresenta aspeto límpido e cor cítrica. Aroma predominante frutado, exibido em notas exóticas e revelando uma harmonia com notas florais delicadas. Fim de boca envolvente e prolongado." [haja criatividade!]
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 4/10
Primeiro copo servido a: 13º
Acompanhou: Pargo no forno
Pode acompanhar por exemplo:
(477)


Opção B Reserva Estágio em Barricas (2017): 6/10

Bebi o 2016 em 2023 e agora o 2017 em 2025. E, no essencial, as ideias mantêm-se: um vinho com muita madeira( eu gosto...), mas um pouco cu...

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