segunda-feira, 8 de maio de 2023

Sobre os concursos (1)

Falar dos concursos de vinhos é falar de um assunto sensível e que gera sempre discórdia.

É que os concursos estão limitados aos vinhos que os produtores enviam para serem avaliados - se a amostra é pequena a vitória tem um significado, se é grande, outra.

A Comissão dos Vinhos Verdes organiza anualmente o seu concurso (em prova cega, como se impõe), cujos últimos resultados foram conhecidos nos último dias. E ganhou um vinho absolutamente inesperado, digo eu.

O meu ponto é o seguinte: ao contrário do que aconteceu em 2022, o vinho que ganhou é um alvarinho fora da subregião e entre os quatro alvarinhos premiados na categoria mais importante, a 'ouro',  há apenas dois da subregião (Deu la Deu Reserva e o espumante Canhotos Sublime Bruto). A situação não se altera se tomarmos em conta a lista 'prata', mais alargada.

O que é que isto significa? Que a generalidede dos produdores da subregião não concorreu, o que não valoriza o concurso: entre todos os premiados só encontramos três produtores da subregião: Encostas de Melgaço (vencedor no ano passado, agora remetido à segunda lista), Adega de Monção (o referido Deu la Deu e uma aguardente vínica) e Casa de Canhotos.

Consulte os premiados AQUI

Há alvarinhos fora da subregião tão bons como muitos de Monção e Melgaço. Mas são uma minoria. Nesse sentido, este concurso passa (involuntariamente*) uma imagem errada. É um dos problemas dos concursos (nota: 300 amostras este ano, contra 200 no ano anterior, segundo a organização). Culpa apenas dos produtores ou algo precisa de ser repensado no concurso?

* Por falar em imagem errada: no ano passado uma das distinções foi para um vinho, produzido pela Adega de Monção, que não se vende em Portugal. Que sentido faz?


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