sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Quinta da Pegadinha Escolha (2022): 6/10

Primeiro destaque: pela primeira vez encontrei um rótulo que nos dá verdadeiramente informação em vez do rol de adjetivos, muitos deles apenas tretas, que são habituais em quase todos os vinhos.
Caro leitor, veja como Miguel Lemos, viticultor e proprietário da Quinta, resolveu o problema:
Tem a minha admiração, mesmo não havendo site a suportar o produto!

Sobre o vinho: estamos perante um aroma menos frutado (quando muito cítrico) e mais vegetal.
Em boca não se revela muito personalizado, mas claramente distingue-se pela acidez final, bem marcante.

Relação preço-qualidade: caro. Custou €14,45 e percebo que a produção seja pequena (996 garrafas, segundo o produtor), mas não está ao nível de muitos alvarinhos da (sub)Região de Monção e Melgaço. No final, o cliente, quando vai comprar, tem uma enorme capacidade de escolha; duvido que escolha este, se puder comprar um vinho (vamos dizer igual, para não dizer melhor) a €10 euros (veja-se este exemplo recente)
Ano da produção: 2022
Data de compra: dezembro de 24
Preço de compra: €14,45
Local de compra: Portugal Vineyards
Data de consumo: dezembro de 24
Produtor: Quinta da Pegadinha
Localidade: Barcelos (VV DOC)
Enologia: Miguel Lemos
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "fermentação em inox, estágio em borras finas".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 11º
Acompanhou: robalos na brasa
Pode acompanhar por exemplo:
(462)


segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Contemporal (2021): 3/10

Guardei esta garrafa do alvarinho de marca branca do Continente, que comprei em 2022, até agora. A ideia era testar até que ponto um vinho de menos de 4 euros aguentaria dois ou três anos em garrafa.

Não aguentou e já foi sacrifício bebê-lo. Deveria ter sido bebido no ano de lançamento ou no seguinte, no máximo

Por isso, é importante dizê-lo: a culpa é minha e não do vinho. (quando bebi o 2016 e 2018 atribuí sempre notas positivas)

Em 2025 vou continuar a fazer experiências

Ano da produção: 2021
Data de compra: outubro 2022
Local de compra: Continente, Vila do Conde
Preço de compra: €3,79
Data de consumo: dezembro 2022
Produtor: Continente /"Engarrafado por Quintas de Melgaço"
Localidade: Melgaço
Acidez:
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 3/10
Primeiro copo servido a: 11º
Acompanhou: (ou iria acompanhar...) bacalhau assado
Pode acompanhar por exemplo:
(8)

Contemporal 2016

Contemporal 2018

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Chicane Voyage (I) (2020): 6/10

 Apesar de haver pouca informação, este Voyage tem algumas coisas que merecem ser ditas.

A primeira é que, com uvas plantadas em Vila Nova de Tazem, é o primeiro alvarinho cm origem na região do Dão.

A segunda é que surge como IVV e a única referência a alvarinho aparece neste código L.ALV20 (lote alvarinho, 2020, se bem percebo). Nas lojas online, onde está à venda, é apresentado como alvarinho.

Voyage é o nome do vinho, Chicane a marca criada pelos enólogos Carlos Ferreira e António Teixeira a partir de uvas criadas na Quinta dos Garnachos, Tazem.

E agora o vinho: vale os €17,25 que paguei? Não. Tem um aroma bastante vegetal e uma acidez interessante, mas em boca é mostra-se sem personalidade.

É, como agora se diz, uma interpretação do alvarinho? Claro que sim, com toda a legitimidade. Mas não me convenceram.

Ano da produção: 2020
Data de compra: dezembro de 24
Preço de compra: €17,25
Local de compra: Portugal Vineyards
Data de consumo: dezembro de 24
Produtor: Vinhos Chicane
Localidade: Vila Nova de Tazem (IVV)
Enologia: Carlos Ferreira e António Teixeira
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "...".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 13º
Acompanhou: bacalhau cozido com legumes
Pode acompanhar por exemplo: 
(461)


sábado, 14 de dezembro de 2024

Quinta de Santiago Espumante Bruto Velha Reserva (2017): 8/10

Só muito recentemente os apreciadores de alvarinho (e, sem exagero, penso. muitos dos produtores) perceberam o potencial de guarda do alvarinho, seja para vinhos tranquilos seja para espumantes - ou colheitas tardias. 

Daqui a alguns anos saber-se-á muito mais do que hoje sobre quantos anos pode um vinho destes 'aguentar' sem começar a perder qualidades - como se imagina, a validade não é infinita.

Vem isto a propósito deste Velha Reserva (estágio em garrafa de pelo menos 36 meses) da Quinta de Santiago, se não estou enganado, o primeiro que produziram.

Abri-o com mais de uma hora de antecedência, tendo o cuidado de preservar ao máximo o gás carbónico. E mesmo assim, revelou-se muito fechado. Foi abrindo ao longo da refeição e estava bem melhor no final. Mas fiquei com a ideia de que deveria ter sido bebido um ou dois anos antes.

Relação preço-qualidade: paguei €30 e esse é, mais ou menos, o preço em garrafeira, hoje (2017 e 2018). Acho que há uma boa relação, que seria melhor se bebido quando foi lançado.

Ano da produção: 2017
Data de compra: abril de 24
Preço de compra: €30
Local de compra: Saudáveis e Companhia [nota: a loja fechou entretanto; que pena, pois tinha um serviço diferenciado]
Data de consumo: dezembro de 24
Produtor: Quinta de Santiago [site off, nesta altura]
Localidade: Monção
Enologia: Abel Codesso
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "...".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: arroz do mar
Pode acompanhar por exemplo: tem potencial para acompanhar quase todo o tipo de pratos
(460)


quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Borges Estagiado em Barrica (2022): 6/10 [ATUAL.]

Como os leitores saberão, valorizo diversos elementos, além do apreciação intrínseca do vinho.

É o caso deste Borges.

Comecemos pelo preço.

A Sociedade dos Vinhos Borges recomenda um preço de venda ao público de €17,90, que é o preço na loja do distribuidor oficial, mas comprado na loja física custou €20,80. Não percebi.
ATUALIZAÇÂO a 10/1/25: a empresa contactou-me, de uma forma muito correta, e explicou-me que houve uma falha, no momento da compra e emissão da fatura, explicação que eu aceitei.
A origem das uvas: a garrafa não nos dá qualquer informação sobre a origem das uvas, apenas pela leitura da imprensa se fica a saber que vêm da Quinta do Ôro (Felgueiras). Quem compra um alvarinho de quase €20 euros, fora da região Monção e Melgaço, 'exige' mais informação.

Finalmente o vinho: o aroma tropical é intenso, mas depois 'morre' um pouco na boca, onde lhe falta intensidade. Percebe-se a madeira, que está equilibrada, mas também falta que a acidez seja um pouco mais prolongada.

Relação preço-qualidade: se o extraordinário Regueiro Barricas custa mais ou menos o mesmo, concluo que este vinho é caro.

Ano da produção: 2022
Data de compra: fevereiro 24
Preço de compra: €20,80
Local de compra: JMV (Rio Tinto)
Data de consumo: dezembro de 24
Produtor: Vinhos Borges
Localidade: Uvas de Felgueiras?
Enologia: ?
Acidez Total (g/l):  7 g ac.tart (2023)
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "o mosto proveniente das uvas prensadas é arrefecido para 8-12 ºc de forma a decantar. Após decantação o mosto limpo é separado das borras e inicia-se a fermentação com controlo de temperatura (15-17 ºC). No final da fermentação o vinho estagia sobre as borras finas em barricas de carvalho francês durante 5 meses".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 13º
Acompanhou: bacalhau assado na brasa
Pode acompanhar por exemplo:
(459)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

O mercado resiste ao aumento do preço do Soalheiro (e o que acontece com a concorrência)

Talvez os leitores se lembrem dos textos que aqui escrevi sobre o 'movimento' de preços associados ao Soalheiro: a empresa a recomendar um pvp de €11,5 e o mercado (nós, portanto...) a resistir.

Passou ano e meio desde o primeiro texto e eis o que encontrei num supermercado perto de casa:

Soalheiro a €9,99 (era €11,59).
QM a €8,89 (era €11,89)
Dona Paterna a €9,49 (era €11,99)
Muros de Melgaço a €9,99 (sem promoção)
Contacto a €8,99 (era €11,59)
E Regueiro a €9,09 (sem promoção)


Duas notas: 
- a luta está feroz neste segmento (as chamadas colheitas);
- em alguns casos a poupança é de quase dois euros em garrafa, o que significa 20%;

(mesmo que as marcas sejam alheias a estas promoções, como acredito que sejam, parece-me evidente que o supermercado em causa acha que só consegue vender estes alvarinhos, quase todos muito bons,  abaixo dos €10)


quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Duas cervejas de alvarinho Mesmo Boa

Carlos Araújo é um empresário sedeado na Póvoa de Varzim que trabalha há muitos anos com vários produtos relacionados/derivados do alvarinho.

Entre esses produtos destacam-se duas cervejas, a que deu o nome de Mesmo Boa.

Uma é apresentada como 'grape ale, cerveja especial' (no mercado desde 2016) e outra 'Portuguese grape ale, cerveja extra'.

Como tenho escrito diversas vezes, não é fácil evidenciar as características do alvarinho em produtos que incluem outras matérias.

Em ambas há mosto de cevada, lúpulo e mosto de alvarinho (além de um pouco de vinho alvarinho).

No caso da  'grape ale cerveja especial' o resultado é bem conseguido. Obviamente que não é vinho, mas, além da cerveja ser muito agradável, é possível, em boca perceber alguns traços da casta.

Já relativamente à 'Portuguese grape ale cerveja extra', a grande diferença é o nível de alcoól: 8,9%, contra 5,7º da anterior.
Emboara os ingredientes sejam os mesmos, gostei mais da primeira, por permitir perceber a sensação de alvarinho.
Em resumo, duas boas cervejas, compradas num pack de quatro (duas de cada), que custou €20 na Feira do Espumante de Melgaço, um preço muito bom.


Contactos do produtor: Bebipedala – Carlos Araújo, geral@bebipedala.pt ou +351919227419.

Casa de Rodas (2023): 7/10

Casa de Rodas é o primeiro vinho produzido pela parceria Mendes & Symington. A aposta foi jogar pelo seguro, com Anselmo Mendes a titula...

Textos mais vistos