domingo, 28 de abril de 2024

Alvarinhos e doces, um casamento difícil

Uma das curiosidades das duas feiras do alvarinho (a de Melgaço, que hoje termina, e a de Monção) é a oferta de uma série de produtos deverivados de alvarinho. 

E não me refiro a bebidas (há licores, hidromel, cerveja, gin, vodka ou vermute) mas a doces. 

Desta vez comprei bombons de alvarinho no stand "Sabor do Céu" e umas bolachas de farinha de milho que tinham um creme com alvarinho (na 'Melgaço em Sabores').

Em comum, o facto de o alvarinho ser (quase, para ser simpático) indistinguível.

Os dois produtos são agradáveis, comem-se sem sacríficio (o que é doce nunca amarga...) mas não consigo encontrar o alvarinho.

A culpa não é do 'fabricante' mas da matéria-prima: como verter para o doce os aromas frutados/vegetais e a acidez final que são as marcas características da casta?

Até hoje só encontrei alvarinho, num derivado doce, neste sorvete. 

 

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Casa do Capitão-Mor Reserva Maceração (2021): 6/10

Pontos fortes deste Casa do Capitão-Mor Maceração: o aroma (forte, personalizado) e a acidez final, bem marcada e longa.

Já na boca o vinho 'não me encheu as medidas': achei-o curto, com pouca complexidade (que seria de esperar em resultado da maceração, que visa, penso, trazer novos e mais sabores ao vinho).

Um vinho agradável (que provavelmente ganhará com o tempo, já que, segundo o produtor, tem um potencial de envelhecimento de 15 anos).

Relação preço-qualidade: se a concorrência direta é o Regueiro Reserva está com dois euros a mais (tomando o preço de venda na Feira e não em garrafeira)

Ano da produção: 2021
Data de compra: julho 2023
Preço de compra: €12
Local de compra: Festa do Alvarinho, Monção 2023
Data de consumo: abril 24
Produtor: Quinta de Paços, Sociedade Agrícola, Lda,
Localidade: Mazedo, Monção
Enologia: Rui Cunha e Gabriela Albuquerque
Acidez Total (g/l): 6,3
Açúcar (g/l) <1,5
Teor Alcoólico (%vol): 14º
Método de vinificação, segundo o produtor: "O mosto é fermentado em inox, ficando o vinho sobre as borras finas com batonnage até à preparação do engarrafamento. Passagem parcial (10%) por madeira. O vinho fica em estágio na garrafa durante 6 meses"
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 11º 
Acompanhou: robalo no forno
Pode acompanhar por exemplo:
(430)


terça-feira, 16 de abril de 2024

Rinha (2020): 8/10

Como Anselmo Mendes descobriu há mais de 30 anos, alvarinho e madeira podem ser grandees companheiros de viagem.

O que é que é suposto acontecer para o casamento resultar? Que a madeira, sobretudo quando elimina alguns excesso de fruta, não se sobreponha às características essenciais da casta e que esse sabor da madeira fique na boca quando a acidez final chegar. 

É o que se sucede com este Rinha 2020, um vinho produzido em Vizela por uma empresa familiar (Manuel Costa & Filhos, Lda,) já na terceira geração (Rita, a enóloga, é neta do fundador, e João, o diretor do negócio internacional, o neto).

Apesar de não haver dúvidas sobre a presença da madeira, distingue-se bem a manga madura e um pouco de papaia ou até de ananás.

[Este Rinha 2020 era um IG Minho, mas o Rinha 2022 já saiu como DOC Vinho Verde]

Relação preço-qualidade: €15 euros parece-me um preço justo.


Ano da produção: 2020
Data de compra: setembro 2023
Preço de compra: €15 (desconheço pvp recomendado)
Local de compra: Festa do Vinho Verde, Porto
Data de consumo: abril 24
Produtor: Manuel Costa  Filhos Lda (IG Minho)
Localidade: Vizela
Enologia: Rita Costa
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar (g/l) ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "6 meses em caso de carvalho francês"
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 12º (à medida que foi aquecendo na garrafa foi perdendo vigor)
Acompanhou: arroz de camarão
Pode acompanhar por exemplo:
(429)




quinta-feira, 4 de abril de 2024

Pássaros Reserva (2022): 8/10

Pássaros é uma marca da produção Anselmo Mendes. Nos últimos tempos ouvi falar de um alvarinho+loureiro mas agora acabam de sair (pelo menos*) dois mono-varietais de alvarinho: este Reserva e um colheita, de que falarei em breve. 

Independentemente dos objetivos do produtor (tem para o mesmo segmento de preço o Muros Antigos e o Contacto, mas é preciso lembrar que vendeu recentemente a marca Contacto à família Symington), este é um vinho que parece ter condições para o por a competir, no mercado interno, com o Regueiro Reserva ou mesmo com o Soalheiro: aroma intenso, frutado q.b. e uma boa acidez. Um vinho fresco e jovem, um alvarinho a menos de €12~- preço a que o comprei, desconheço se era uma prmoção.

(* também encontrei um Reserva de Família no mercado brasileiro)

Relação preço-qualidade: boa, se estes€11,99 forem mesmo o preço do Pássaros

Ano da produção: 2022
Data de compra: março 2024
Preço de compra: €11,99
Local de compra: Pingo Doce
Data de consumo: abril 24
Produtor: Anselmo Mendes (não consta do site)
Localidade: Melgaço
Enologia: Anselmo Mendes
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar (g/l) ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: ""
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 11º
Acompanhou: massada de salmão
Pode acompanhar por exemplo:
(428)


quarta-feira, 3 de abril de 2024

Um espumante de alvarinho que custa metade dos outros

No supermercado Coca, de Monção (a loja de referência em termos de preços de alvarinho) o espumante de alvarinho mais barato custa cerca de €10. Penso que nem na Feira do Espumante, de Melgaço, se encontra mais barato.

Mas o espumante de alvarinho mais barato custa metade, pouco mais de €5, marca Pingo Doce.

A minha admiração é a seguinte: os supermercados arrasam na venda de vinhos de marca branca, mas se virmos os preços dos alvarinhos (colheita) a diferença não é assim tão grande: o Adega de Monção bate-se com os preços das marcas brancas, para referir apenas um vinho da subregião (todos à volta de €4). Na zona dos vinhos verdes há ainda outros exemplos.

Ou seja, como se explica uma diferença tão grande (o Pingo Doce custa metade do Bruto Regueiro, no Coca, por exemplo)? O produtor e o distribuidor estão a esmagar margens de lucro e a ganhar cêntimos? Ou são os outros produtores que 'exageram' no preço?

Resta acrescentar, para quem não saiba, que o espumante do Pingo Doce é produzido por Anselmo Mendes, o que só aumenta(ria) o seu valor.



Alvarinhos e doces, um casamento difícil

Uma das curiosidades das duas feiras do alvarinho (a de Melgaço, que hoje termina, e a de Monção) é a oferta de uma série de produtos deveri...

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