quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Lata de alvarinho

 A Adega de Monção acaba de lançar o primeiro alvarinho em lata.

Na origem está o vinho que a Adega usa no seu Adega de Monção Alvarinho, o vinho de entrada.

Há alguma considerações que gostaria de partilhar:

- considero uma boa iniciativa, porque diversifica a oferta e pode trazer novos públicos para este vinho; quantas vezes nos apetece apenas um copo e em bares/cafés não há vinho a copo?

- o vinho em lata é uma novidade muito recente em Portugal, é provável que sejam necessários alguns anos para se tornar um hábito. Mas, até por isso, a Adega de Monção seria das poucas instituições em Portugal com 'peso' para suportar o investimento.

- se uma garrafa de Adega de Monção custa €5,29 (0,75 l) e uma lata tem 1/3 da quantidade, €2,25 parece um valor alto. Talvez tenham tido em conta o custo da lata e da distribuição, mas eu apostaria nos €2,00.

Quanto ao vinho, nada mais a dizer do que já foi dito.

Venha o verão e o calor para o bebermos na praia ou na esplanada.

(para já só está à venda na Adega)





domingo, 27 de novembro de 2022

Gelado de alvarinho

A casa Dona Paterna deu a provar, durante a Feira do Espumante de Melgaço, o seu novo gelado, feito pela Neveiros, a partir da extraordinária aguardente vínica de alvarinho Dona Paterna XO.

O gelado sabe essencialmente a aguardente, mas eu pelo menos não encontrei o alvarinho.

É uma crítica?

Na minha perspetiva, não.

É que, até hoje, não encontrei um produto (sólido...) derivado de alvarinho em que a essência da casta se evidencie ou, pelo menos, se distinga. 

Talvez exista ou venha a existir, mas provavelmente estaremos à procura da 'pedra filosofal': o que me parece é que a casta não 'suportará' essa transformação.

(ainda sobre o gelado: não percebo mesmo nada, mas talvez um sorvete funcionasse melhor do que um gelado clássico, onde o leite talvez não seja a melhor combinação com a aguardente)

PS - na mesma Feira comprei natas de alvarinho. Boas, sem dúvida. Mas, lá está, não encontrei o alvarinho.

A Feira do Espumante de Melgaço num impasse?

Hoje é o último dia da Feira do Espumante de Melgaço, uma importante (até porque única no género) iniciativa.

Mas depois da visita que realizei ontem fiquei com a sensação de que algo precisa de mudar.

Não me estou a referir às instalações (estavam mais de 30 graus dentro da tenda, mas se calhar é algo que tão cedo não se repete e que até poderá ser corrigido/previsto no futuro), mas ao facto de haver poucos produtores.

Por um lado, sabe-se que mais de metade dos produtores de alvarinho da sub região não fazem espumosos (a começar por Anselmo Mendes) e que vários, sobretudo os mais pequenos, não estavam presentes.

Finalmente, havia quase só produtores de Melgaço (contei quatro de Monção, incluindo Provam; pode-me ter falhado mais um; a Quinta de Santiago, por exemplo, está ausente). 

Ou seja, a visita é curta, porque faltam muitos produtores, mesmo de Melgaço, e porque muitos dos que estão (metade dos presentes?) têm apenas uma referência. Quinta do Regueiro ou Dom Ponciano por exemplo. 

Poucos produtores, pouco vinho, visita curta, menos público potencialmente interessado.

E é aqui que a organização pode (e deve?) mudar de prioridades, fazendo por atrair o máximo de produtores.

Por outro, não seria de permitir vender outro vinho alvarinho, que não espumante, ajudando a escoar stocks, antes da nova colheita que aí vem?

PS - há momentos no programa paralelo que são realmente interessantes, mas talvez fosse mais assertivo fazer algo que valorizasse as marcas presentes, com provas comentadas, verticais ou não. Por exemplo, vários produtores apresentaram novidades (incluindo duas estreias absolutas em empumosos, Quinta da Pigarra e Encostas do Mouro), que poderiam ser valorizadas, com intervenções dos respetivos enólogos. 



quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Quinta do Montinho Reserva (2018): 7/10

Para quem, como eu, gosta de alvarinhos com um pouco de madeira (no caso, 12 meses em carvalho francês), este esteve muito bom.

As frutas tropicais, madurinhas, estão bem ligadas com a barrica e o final é agradável.

A verdade é que sendo um 2018, esperava um pouco mais do envelhecimento (e, portanto, de sabores secundários).

Relação preço-qualidade: estando já fora do mercado, e tendo sido uma oferta do produtor, não consegui determinar o preço, um dos critérios decisivos na atribuição da nota. Poderei reve-la posterioremente.

Ano da produção: 2018
Data de compra: outubro 22
Preço de compra: ?
Local de compra: oferta do produtor
Data de consumo: novembro 22
Produtor: Primórdio - Wines & More, S.A.[engarrafado en Anarante por Primórdio Wines & More]
Localidade: Vila Verde
Enólogo: António Sousa
Acidez Total (g/dm3): ?
Açúcar (g/dm3): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 10º
Acompanhou: arroz de marisco
Pode acompanhar por exemplo:
(362)


domingo, 20 de novembro de 2022

Muros Antigos (2021): 6/10

Um grupo de 12 convivas juntou-se para provar alguns dos melhores pratos que o magnífico António nos oferece em Leça da Palmeira - sobretudo o polvo no forno ou o cabrito, além de diversos peixes (destaque para a açorda com peixe galo).

Para encontrar um ponto em comum, pediram de imediato duas garrafas de Muros Antigos, mas enquanto a refeição decorria ia ficando a certa insatisfação: o vinho não conseguia acompanhar a refeição.

Seria do vinho? Seria dos comensais? Pediu-se uma terceira mas nada mudou.

Este 2021 parece ser um vinho distante de outros já provados da mesma referência: há 'pouco' alvarinho, pouca intensidade, quase nenhuma vibração. De Anselmo Mendes não se espera mais, é possível exigir mais!

Relação preço-qualidade: assim sendo, €19 euros é demasiado! [o almoço terminou com o Soalheiro clássico para nos reconciliarmos...]

Ano da produção: 2021
Data de compra: 
Preço de compra: €19 [€11 online]
Local de compra: Restaurante António, Leça
Data de consumo: novembro 22
Produtor: Anselmo Mendes
Localidade: "Monção e Melgaço"
Enólogo: Anselmo Mendes
Acidez Total (g/dm3): 6,9 g/L
Açúcar (g/dm3): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Quantidade de garrafas consumidas: 3
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 8/9º 
Acompanhou: Polvo no forno, Cabrito no forno, etc
Pode acompanhar por exemplo:
(60)

Muros Antigos 2018

Muros Antigos 2016


quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Edmun do Val Grande Reserva (2008): 5/10

Dir-se-á: quem anda à chuva, molha-se e eu, quando compro uma garrafa de 2008, tenho de estar preparado para o melhor e para o pior.

Talvez assim seja.

Mas, em minha defesa, gostava de dizer o seguinte: quando fiz a encomenda na garrafeira online, não me foi dada opção de escolher o ano (como é sabido, é muito raro encontrar várias colheitas do mesmo vinho disponíveis). Estavam a vender o 2008 e eu comprei. Mais: procurando no Google, é o Grande Reserva de 2008 que ainda surge disponível em várias garrafeiras.

Dito isto, acrescento apenas que, tratando-se de um Grande Reserva (com pelo menos dois anos de estágio], acreditei, embora tivesse consciência que era o alvarinho mais velho que bebi até hoje.

Mas o resultado não foi o esperado. Começou logo com a rolha, que quebrou. E continuou com o 'sabor' a essa mesma rolha. 

Sendo verdade que, mesmo assim, o aroma se mostrou muito agradável (frutas diversas), não é menos certo que fiquei com a sensação de que passou tempo de mais (14 anos?), o que se manifestou também numa acidez desequilibrada. [tinha a garrafa há ano e meia em casa, assumo também a minha parte...]

Termino com esta ideia: fará sentido, para o produtor e até para o comerciante, continuar a vender um vinho de 2008? Para o cliente, pelos vistos, não. Penso que seria mais sensato recolhê-lo. Ou então fui eu que tive azar...

Relação preço-qualidade: a partir desta experiência, obviamente má.

Ano da produção: 2008
Data de compra: março 2021
Preço de compra: €26,95
Local de compra: Decanter
Data de consumo: novembro 22
Produtor: Quinta Edmun do Val [não consta do site]
Localidade: Valença,  Vinho Regional Minho
Enólogo: ?
Acidez Total (g/dm3): ?
Açúcar (g/dm3): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 5/10
Primeiro copo servido a: 13º [o produtor sugere enhtre 14º e 16º, só vi depois]
Acompanhou: Cabrito no forno
Pode acompanhar por exemplo:
(361)


segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Hobby (2016): 6/10

Bebi este Hobby 2016 com a expetativa de perceber como teria envelhecido.

Tenho encontrado bons e maus exemplos e o tema fascina-me.

A verdade é que não há grandes elogios a fazer a este vinho.

Aliás, foi preciso voltar a bebê-lo 24 horas depois do primeiro copo para encontrar alguns sinais positivos desse envelhecimento.

Em geral, parece que o vinho perdeu força e não compensou isso ao nível dos sabores secundários.

Relação preço-qualidade: reservo melhor opinião para uma colheita mais recente.
Ano da produção: 2016
Data de compra: janeiro 22
Preço de compra: €8,75
Local de compra: Wine House Portugal
Data de consumo: novembro 22
Produtor: Hobbywines
Localidade: ?  [Vinho Regional Tejo]
Enólogo: Diogo Campilho, Pedro Pinhão
Acidez Total (g/dm3): ?
Açúcar (g/dm3): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12º
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: pargo no forno
Pode acompanhar por exemplo:
(360)

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Palácio da Brejoeira (2021): 7/10

Passaram cinco anos desde que registei o Palácio da Brejoeira e, no essencial, mantenho a avaliação então feita: este é não apenas um dos mais conhecidos alvarinhos de Portugal, como um dos mais prestigiados. Mas a minha avaliação não o confirma plenamente: é um vinho bom, mas não mais do que isso. Há, seguramente, 50 alvarinhos, só na subregião, melhores ou até muito melhores. Palácio da Brejoeira é um vinho delicado, suave, equilibrado, mas ninguém vai a Monção a pé... para o provar!

Relação qualidade-preço: por tudo o que foi dito, fica a ideia de que estamos a pagar mais o prestígio da marca do que a qualidade do vinho [PS - existe a ideia de que é preciso,, de uma forma geral, elevar os preços dos alvarinhos da subregião, que são muito baratos, mas não é este consumidor que, mesmo percebendo alguns dos motivos, o vai defender...]. 

Ano da produção: 2021
Data de compra: abril 22
Preço de compra: €16,99 [nas garrafeiras este vinho tem preços muito díspares, que podem chegar aos €22]
Local de compra: Auchan Maia
Data de consumo: outubro 22
Produtor: Palácio da Brejoeira
Localidade: Pinheiros, Monção
Enólogo: João Garrido
Acidez Total (g/dm3): 
Açúcar (g/dm3): 
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 11º
Acompanhou: pargo no forno
Pode acompanhar por exemplo:
(29)

Palácio da Brejoeira 2016

Casa do Capitão-Mor Reserva Maceração (2021): 6/10

Pontos fortes deste Casa do Capitão-Mor Maceração: o aroma (forte, personalizado) e a acidez final, bem marcada e longa. Já na boca o vinho ...

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