segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Quinta do Mascanho (2014): 7/10 [2ª prova]

Cada vez mais se percebe que o alvarinho envelhece muito bem, mesmo quando, é o caso, nada é feito nesse sentido.

Uma coisa é o próprio vinho, pelas características da vinificação, estar 'preparado' para esse envelhecimento (todos os reservas e por aí além), outro é tratar-se de um vinho 'corrente', lançado no ano seguinte à colheita. 

É o caso deste Quinta do Mascanho, colheita de 2014, que mostrou ter envelhecido muito bem.

Aroma suave, com notas torradas (amêndoa?) e fruta tropical muito madura (manga).

Falta-lhe um pouco de complexidade, sobretudo no final, para apoiar a acidez? É evidente, outra coisa não seria de esperar face às características descritas.

(francamente melhor este do que a outra prova de 2014)

Ano da produção: 2014
Data de compra: não se aplica
Preço de compra: não se aplica
Local de compra: oferta do produtor
Data de consumo: janeiro 23
Produtor: Produtor: Quinta do Mascanho
Localidade: Ceivães - Monção
Enólogo: José António Lourenço
Acidez Total: ?
Açúcares residuais (g): ?
Teor Alcoólico (%vol): ?
Método de vinificação: ?
Aberto quanto tempo antes: 30 minutos antes
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 13º
Acompanhou: salada de salmão
Pode acompanhar por exemplo: 
(4)

Quinta do Mascanho 2017

Quinta do Mascanho 2016


sábado, 28 de janeiro de 2023

Encosta dos Sobrais Espumante Bruto Velha Reserva (2016): muito bom!

O leitor já estranhou: em vez da pontuação, há um 'muito bom'?

A razão é simples: este vinho não está à venda e foi-me oferecido pelo produtor. 

Bento José Abreu decidiu guardar algumas centenas de litros da colheita de 2016 e pediu a Abel Codesso que lhe fizesse um espumante especial para 'oferecer aos amigos'.

Foi engarrafado em 2022, sem rótulo e sem preço.

Por esse conjunto de fatores, entendi que não deveria atribuir uma nota nem um número na contagem final.

Mas isso pouco importa quando estamos perante um espumante excelente, provavelmente o mais gastronómico que provei até hoje e melhor até do que alguns champanhes que bebi.

A bolha delicada já é uma marca do espumante Encosta dos Sobrais. E volta a confirmar-se. 

Só que na boca o alvarinho assume uma nova vida, tão evoluído se mostra.

Dizer que nem parece alvarinho é negativo? Não, porque sabemos que é percebemos que é (no nariz, por exemplo). No final já é outra coisa. O quê? Não interessa. Apenas que é muito boa!

(imagem: 123debbiei, a partir de Pixabay) 

Ano da produção: 2016
Data de compra: não se aplica
Preço de compra: não se aplica
Local de compra: oferta do produtor
Data de consumo: janeiro 23
Produtor: Bento José Abreu
Localidade: Remoães, Melgaço
Enólogo: Abel Codesso
Acidez Total: ?
Açúcares residuais (g): ?
Teor Alcoólico (%vol): ?
Método de vinificação: ?
Aberto quanto tempo antes: 30 minutos antes
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: não se aplica
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: arroz de camarão e doces conventuais
Pode acompanhar por exemplo: difícil é dizer o que é que não pode acompanhar...
(--)


sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

A melhor garrafeira de alvarinhos

A melhor garrafeira de alvarinhos, tanto quanto é do meu conhecimento, situa-se no centro de Monção... e não é propriamente uma garrafeira, mas uma mercearia que também vende vinhos.

A Saudáveis e Companhia distingue-se:

- pela quantidade (não conheço outro espaço com tantos alvarinhos à venda, dos 10 euros em diante, dos produtores mais conhecidos aos menos);

- pela qualidade (tem à venda os melhores, mesmo que menos conhecidos);

- pela diferença (é lá que encontro muitos dos que não conheço);

- pela ousadia (garrafas magnum de alvarinho afinal não são tão raras)

Um elogio final: há rivalidade entre Monção e Melgaço e isso reflete-se no facto de não ser normal ver produtos de Melgaço à venda em Monção (e vice-versa). Até nisto a Saudáveis e Companhia se afirma pela diferença.


PS - durante anos ouvi dizer, quer em Monção quer em Melgaço, que não valia a pena apostar em vender alvarinhos porque o Museu do Alvarinho e o Solar do Alvarinho, respetivamente, faziam concorrência desleal, ao venderem ao preço indicado pelo produtor. A Saudáveis e Companhia está a menos de 200 metros do Museu...


quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Sete Tentações (2019): 4/10

Este Sete Tentações posiciona-se numa faixa bastante concorrencial: alvarinhos a menos de 4 euros, que são basicamente as marcas brancas dos hipermercados (Pingo Doce, Continente e Mercadona, pelo menos). Este foi comprado no Auchan, que até agora não tinha essa oferta, mas tanto quanto percebi não é exclusivo, até porque o produtor, em Famalicão, o vende online. Neste hipermercado é uma proposta recente, mas encontrei referências à produção de, pelo menos, 2016.


No aroma, frutado, até se apresenta bem, mas na boca 'morre' quase imediatamente, revelando apenas acidez, um pouco excessiva. 

[não faria mais sentido vender a colheita de 2021, por exemplo? Este é um vinho para beber novo]

Relação preço-qualidade: apesar de não ser um bom vinho, vamos dizer que é caro?😁
Ano da produção: 2019
Data de compra: dezembro 22
Preço de compra: €3,99
Local de compra: Auchan, Maia
Data de consumo: janeiro 23
Produtor: Castro Vinhos
Localidade: Cavalões, Famalicão, Vinho Regional Minho
Enólogo: Joaquim Vasconcelos?
Acidez Total: ?
Açúcares residuais (g): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12º
Método de vinificação: ?
Aberto quanto tempo antes: 30 minutos antes
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 4/10
Primeiro copo servido a: 13º 
Acompanhou: polvo no forno
Pode acompanhar por exemplo: 
(371)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Longos Vales (2016): 7/10

Em 2018 provei duas vezes o Longos Vales e há coisas que é preciso 'retificar'.

A primeira é que este 2016, bebido em 2023, se revelou, sobretudo 12 horas depois da abertura da garrafa, um vinho muito equilibrado, com aroma de média intensidade e múltiplos sabores em boca (café torrado, caramelo, manga muito madura). 

O seu principal 'defeito' é ser um vinho discreto, pouco intenso. Isso reflete-se nomeadamente no final, onde a acidez não parece ter a força que os alvarinhos normalmente possuem.

Poderia ter envelhecido de outra forma? Provavelmente sim, mas estamos a falar de um vinho de 10/11 euros. Fiquei com a ideia de que não envelheceria mais.

[a garrafa foi aberta ao jantar e bebida depois, também, ao almoço; muito diferente, para melhor; perdeu uma certa mineralidade e ganhou em novos sabores]

Ano da produção: 2016
Data de compra: 2021
Preço de compra: €11
Local de compra: Garrafeira Portugal Vineyeards
Data de consumo: janeiro 23
Produtor: Quinta da Pedra / Ideal Drinks
Localidade: Monção
Enólogo: ?
Acidez Total: ?
Açúcares residuais (g): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13,5º
Aberto quanto tempo antes: 1 hora antes
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 13º 
Acompanhou: Arroz de polvo
Pode acompanhar por exemplo: 
(120)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Repartido (2018): 8/10

O mais certo é o leitor nunca ter ouvido falar deste alvarinho produzido na subregião, do qual foram engarrafadas menos de 2000 unidades, com enologia de Abel Codesso.

Trata-se de um projeto novo (primeira edição), promovido por dois jovens, que encontraram em Codesso o mestre que precisavam para os orientar.

Mas o mais interessante é o tipo de vinho: em Espanha há alguma tradição de vinhos 'solera' (como os xerez) mas em Portugal não. É o primeiro alvarinho feito em Portugal desta forma, estou certo.

'Solera' ou soleira porque as barricas com os vinhos mais antigos ficam em baixo, junto ao solo e as mais recentes em cima. E nessas barricas vão sendo adicionados vinhos mais recentes.

Ou seja, não é um vinho em que a mistura de lotes de diferentes anos se faz ao mesmo tempo (quando se decide criar o vinho, como o Jurássico, por exemplo) mas ao longo de vários anos.

A técnica é original entre nós, mas o resultado não o é menos: estamos perante o primeiro alvarinho de perfil salino, traço que se percebe no aroma e sobretudo na boca. É salivante! O final vai casar na perfeição com a acidez e prolonga-se até querermos mais um pouco.

[uma nota menos positiva: os produtores não fornecem qualquer informação sobre o vinho; quem o comprar fica cheio de dúvidas...; a nota atribuída também reflete essa preocupação]

Relação preço-qualidade: perfeitamente ajustado, face à forma como é desenhado.


Ano da produção: 2018
Data de compra: janeiro 2023
Preço de compra: €22,55
Local de compra: Garrafeira Garage Wines
Data de consumo: janeiro 23
Produtor: Repartido Wines (engarrafado na Provam)
Localidade: Monção e Melgaço
Enólogo: Abel Codesso
Acidez Total: ?
Açúcares residuais (g): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Aberto quanto tempo antes: 30 minutos antes
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 11º (mas apenas se revelou plenamente a 14º)
Acompanhou: arroz de marisco
Pode acompanhar por exemplo: ligou muito bem com doces, por exemplo figos secos;
(370)




domingo, 8 de janeiro de 2023

Encosta dos Castelos Espumante Bruto (sem data): 4/10

Encontrar este espumante do produtor Encosta dos Castelos foi uma surpresa, basicamente porque pensava conhecer todos os espumosos da subregião e porque o próprio produtor nunca o apresentou nas feiras da especialidade. Não há, aliás, qualquer referência a este vinho, que não seja esta de 2020!

Com a garrafa na mesa, a surpresa continuou: o vinho não tem contra rótulo e até para descobrir a palavra 'bruto' no rótulo, por baixo de 'alvarinho', foi preciso ligar a lanterna do telemóvel... 

Ao longo destes anos de publicações, sempre me tenho batido pela necessidade de informar o consumidor, com transparência (a crítica, neste caso, é sobretudo para o produtor, mas também para o restaurante, que aposta numa boa garrafeira). A apreciação final deste vinho também tem isso em conta.

Finalmente, o mais importante: o vinho. Pela cápsula, pelos cristais e pela leveza da bolha, pensei tratar-se de um pet nat. Mas se o produtor diz que é um 'bruto'...

Aroma pouco presente, pouco intenso na boca e sem acidez final. Ainda assim, não é um vinho desagradável e até acompanhou razoavelmente bem o arroz de coelho bravo, que estava bem (preparado e) condimentado. Outros convivas à mesa optaram depois por diferentes hipóteses, mas eu mantive a aposta até ao fim.

Relação preço-qualidade: €15 euros (em restaurante) é caro, mas imagino que custará menos de €10 no produtor, se estiver à venda. 

Ano da produção: ?
Data de compra: janeiro 2023
Preço de compra: €15
Local de compra: Restaurante O Dias, Covas, Vila Nova de Cerveira
Data de consumo: janeiro 23
Produtor: Encosta dos Castelos
Localidade: Penso, Melgaço
Enólogo: ?
Acidez Total: ?
Açúcares residuais (g): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Aberto quanto tempo antes: na hora
Quantidade de garrafas consumidas: várias (para duas dezenas de convivas)
Pontuação: 4/10
Primeiro copo servido a: ?10º
Acompanhou: arroz de coelho bravo
Pode acompanhar por exemplo:
(369)


quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Quinta das Pirâmides Reserva Estagiado em Borras Finas (2020): 7/10

A primeira coisa surpreendente é este produtor de Vila Nova de Famalicão produzir 4 alvarinhos diferentes (que aqui iremos apresentar, ao longo das próximas semanas). Mesmo na subregião não são muitos os produtores que têm quatro referências diferentes.

A segunda nota vai para a qualidade do vinho, de perfil elegante, com aroma frutado e alguma sensação mineral em boca. Excelente acidez, mas não muito prolongada.

Terceira observação: preço interessante.

Ano da produção: 2020
Data de compra: dezembro 2022
Preço de compra: €10,17
Local de compra: no produtor
Data de consumo: janeiro 23
Produtor: Quinta das Pirâmides
Localidade: Famalicão, Vinho Verde DOC
Enólogo: Gabriela Albuquerque
Acidez Total: - 7,2 - 7,7
Açucares residual (g): 1.3-1,4
Teor Alcoólico (%vol): 14º
Aberto quanto tempo antes: 30 minutos
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 14º
Acompanhou: arroz de robalo e gambas (acompanhou também figos secos de sobremesa e o resultado não foi famoso)
Pode acompanhar por exemplo:
(368)


segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Terras de Real (2021): 7/10

A colheita de 2021 saiu um pouco mais cítrica do que o habitual - o que mostra que fazer vinhos exatamente iguais, ano após ano, é muito difícil.

Continua a ser um dos bons vinhos da subregião, com um final poderoso.

Ano da produção: 2021
Data de compra: novembro 2022
Preço de compra: oferta do produtor [€8 online]
Local de compra: Feira do Alvarinho de Melgaço 22
Data de consumo: janeiro 23
Produtor: Leonor da Conceição Rodrigues
Localidade: Real, S. Paio, Melgaço
Enólogo: ?
Acidez Total: ?
Açucares: ?
Teor Alcoólico (%vol): 13,5º
Aberto quanto tempo antes: 30 minutos
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: polvo no forno 
Pode acompanhar por exemplo:
(59)

Terras de Real 2018

Terras de Real 2016


Casa do Capitão-Mor Reserva Maceração (2021): 6/10

Pontos fortes deste Casa do Capitão-Mor Maceração: o aroma (forte, personalizado) e a acidez final, bem marcada e longa. Já na boca o vinho ...

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