domingo, 29 de novembro de 2020

Alvarinho, coisa de homens

São mais de 270 alvarinhos registados neste projeto - quantos tiveram mulheres como enólogas? Que me recorde, nenhum; pela consulta das fichas também não cheguei lá.

O alvarinho parece terra de homens, em que 'menina não entra'.

De Anselmo Mendes a António Luis Cerdeira, de Paulo Rodrigues a Abel Codesso, de Miguel Queimado a Jorge Sousa Pinto só encontramos homens!

Há algumas mulheres a produzir alvarinho, como Joana Santiago (Quinta de Santiago), mas quando se trata de criar os vinhos, Joana chama Abel Codesso ou outros enólogos. Leonor Rodrigues é a cara do Terras de Real, mas José António Gonçalves e Abel Codesso os enólogos.

Para quando o primeiro alvarinho feito por uma mulher?



Atualizo a 18/3 Em Monção, serão poucos aqueles que já terão ouvido falar deste grupo. No entanto, a familiaridade ficará mais forte ao explicarmos que a empresa Falua é a filial do grupo em Portugal. À frente desta última, está… Antonina Barbosa, premiada e reconhecida enóloga natural de Monção. https://www.radiovaledominho.com/moncao-vem-ai-um-tubarao-frances-investir-no-alvarinho-traz-moncanense/  


quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Sou (2018): 8/10

O pioneirismo de Anselmo Mendes deixou vários 'filhos' e um deles está na Quinta de Santiago.

Este Sou, resultado da colaboração da Joana com o enólogo Nuno Mira do Ó, é um vinho diferente dos alvarinhos convencionais, destacando-se pela forma como conjuga, sem hesitações, a acidez com as características mais profundas da casta - nomeadamente laivos de lima ou alguma fruta de caroço (maçã verde, por exemplo). Em contrapartida, a madeira não se nota.

No final, quando tudo acaba, fica na boca aquele sabor delicioso a vinho 'antigo' (no sentido de tradicional, de lavrador)

Mas o que mais distingue este vinho é que, pelo resultado obtido, ele pode ser combinado com quase todos os pratos da gastronomia portuguesa. Perfeito para um arroz de pato ou um cabrito no forno, acompanhará magistralmente um bacalhau à gomes de sá ou um arroz de peixe galo - e isto é, penso, o maior elogio que se pode fazer a este vinho.

(é um 8 e não um 9 porque gosto de alvarinhos menos ácidos, só isso)

(mais um vinho a experimentar o estágio de 9 meses em borras finas)

Análise ao preço: caro, evidentemente, mas ainda assim há mais caros e piores!

Ano da produção: 2018
Data de compra: novembro 20
Preço de compra: €33
Local de compra: Garrafeira Tua Vinharia, Póvoa de Varzim
Data de consumo: novembro 2020
Produtor: Quinta de Santiago
Localidade: Cortes, Monção
Enólogo: Nuno Mira do Ó
Acidez total: ?
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 12º (pode ser servido a 14 ou 15º)
Passou pelo arejador? Não
Acompanhou: pataniscas de bacalhau com arroz de feijão
Pode acompanhar por exemplo: tirando cozido à portuguesa, talvez tudo!
(272)


segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Deu-la-Deu Premium (2018): 5/10

A Adega de Monção diz que este vinho é feito com vinhas velhas, fermentado em barricas de carvalho francês, seguidos de 7 meses em borras finas (battonage) e mais 3 meses de repouso na Adega.

Honestamente, parece-me trabalho a mais para um vinho que não faz a diferença.

Um vinho sem grandes defeitos, é certo, mas poucas virtualidades (a madeira não enriquece o resultado final, a fruta parece apagar-se).

Um alvarinho discreto, em suma.

[Uma opinião muito pessoal: a Adega aposta sobretudo em fazer alvarinhos baratos, sejam eles o surpreendente Adega de Monção seja o clássico Deu-la-Deu, para já não falar dos 4 que faz para grandes superfícies. Mas com quase 2000 produtores, a Adega também se podia distinguir nos segmentos mais exigentes, o que me parece que - ainda? - não acontece]

Análise ao preço: o preço fora da Adega é bastante caro.

Ano da produção: 2018
Data de compra: julho 20
Preço de compra: €10,00 na Adega [€16,40 online]
Local de compra: Adega de Monção
Data de consumo: novembro 2020
Produtor: Adega de Monção
Localidade: Monção
Enólogo:
Acidez total: 5,2º
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 5/10
Primeiro copo servido a: 10º
Passou pelo arejador? Não
Acompanhou: linguados grelhados
Pode acompanhar por exemplo:
(271)


segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Aveleda Solos de Xisto (2018): 6/10

Começo por confessar uma limitação: embora o vinho, no contra-rótulo, prometa a possibilidade de se descobrirem as diferenças de solos, sendo esta vinha plantada em solo de xisto, não chego lá e por isso não me atrevo a dizer que é apenas marketing.

Para mim é um alvarinho agradável, de perfil muito mais cítrico do que tropical (embora outras frutas que não cítricas possam surgir na boca), a testar os limites da acidez, sem no entanto 'descair'. 

Análise ao preço: um euro a menos e estaria perfeito.

Ano da produção: 2018
Data de compra: outubro 20
Preço de compra: €9,69
Local de compra: Auchan, Maia
Data de consumo: novembro 2020
Produtor: Aveleda [Vinho Regional Minho]
Localidade: [engarrafado] Penafiel
Enólogo:
Acidez total: 6º
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 11º
Passou pelo arejador? Não
Acompanhou: arroz de peixe galo
Pode acompanhar por exemplo:
(270)


terça-feira, 10 de novembro de 2020

Vidigal (2016): 4/10

 As Caves Vidigal, de Leiria,  entenderam que faltava um alvarinho ao seu portfolio. E trataram de o encomendar em Valença, ao produtor registado com o número 2585.

(a quem interessa esta omissão de informação? Ao comprador, certamente não.)

O Vidigal Alvarinho (que não consta da lista de vinhos da empresa, por ter sido descontinuado? O último que se econtra é o 2016, precisamente) não é uma aposta ganha. Um vinho com um aroma interessante, mas na boca falta casta e consistência e prevalece a acidez.

Análise ao preço: há melhores por este preço


Ano da produção: 2016
Data de compra: Outubro 20
Preço de compra: €8,75
Local de compra: Portugal Vineyards
Data de consumo: fevereiro 2020
Produtor: Eng. nº 2585 [Vinho Regional Minho]
Localidade: Valença
Enólogo: 
Acidez total:
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 4/10
Primeiro copo servido a: 9º 
Passou pelo arejador? Não
Acompanhou: salmão no forno
Pode acompanhar por exemplo:
(269)


quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Rebouça Sweet Experience (2010): 6/10

Este Rebouça Sweet Experience é de certeza - apesar da ausência de informação (mesmo tratando-se de um vinho 2010) - um colheita tardia, com 12,5%.

Um vinho agradável na boca, mas a que lhe falta alguma presença da casta.

Positivo: aguentou bem o envelhecimento.

Análise ao preço: sendo uma colheita tardia, é um preço muito barato.

Ano da produção: 2010
Data de compra: julho 20
Preço de compra: €5,31
Local de compra: Garrafeira Covas, Monção
Data de consumo: novembro 2020
Produtor: Rebouça
Localidade: "Monção e Melgaço"
Enólogo: Luis Euclides Rodrigues
Acidez total: 
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 19º (segundo a 11º). Melhor o primeiro.
Passou pelo arejador? Não
Acompanhou: queijo de serpa
Pode acompanhar por exemplo:
(268)



Pássaros Reserva (2022): 8/10

Pássaros é uma marca da produção Anselmo Mendes. Nos últimos tempos ouvi falar de um alvarinho+loureiro mas agora acabam de sair (pelo menos...

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