domingo, 7 de setembro de 2025

Cozido à portuguesa e alvarinho (1ª tentativa)

Já todos sabemos que os mitos que rodearam décadas (centenas?) de anos de vinho branco estão felizmente a desfazer-se a uma grande velocidade.

No caso do verde e do alvarinho em concreto, assiste-se ao mesmo (tem de ser bebido no ano, só envelhece se tiver madeira; no máximo 3/4 anos em garrafa, etc. etc). 

Um dos mitos que rodeiam o vinho verde, e o alvarinho em concreto, é que serve para entradas, peixe e mariscos (sushi, agora). Pouco mais.

Ao longo dos anos oito que leva este projeto, sobretudo nos últimos quatro, gastei muitas da minhas energias a mostrar que o alvarinho vai bem com várias carnes e com vários pratos da gastronomia portuguesa que têm carne. Se em Monção acompanham a 'foda' com alvarinho e se em Ponte de Lima há cada vez mais gente a pedir alvarinho no sarrabulho, isso só pode ser verdade.

Há, contudo, alguns pratos que - sempre ouvi dizer - não faz sentido serem acompanhados por este vinho.

O cozido à portuguesa é um deles.

Ontem um grupo de amigos juntou-se à volta de um cozido bem caseiro e eu levei duas garrafas para uma primeira tentativa.

Pensei num vinho com fruta domesticada e isso é garantido pelo estágio em madeira. Claro que perde na acidez, menos efusiva, mas - como disse - foi uma primeira tentativa.

Em concreto, foram duas garrafas de Regueiro Barricas (2022), imbatível na sua espécie.

O resultado não foi o esperado, talvez porque fizesse falta um pouco mais de acidez (como o vinhão faz com comidas gordas e o cozido à portuguesa, com tanto porco, é sem dúvida uma comida gorda).

Voltarei a tentar oportunamente, desta vez com um alvarinho marcadamente mineral e boa acidez final.


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