domingo, 13 de dezembro de 2020

Bolo-rei de alvarinho (Confeitaria Colonial, Barcelos)

Começo por lembrar - seria necessário? - que nada percebo de pastelaria e que provei este bolo-rei como qualquer outro bolo; deem por favor um desconto ao que a seguir se segue. Muito mais porque o que veio a público é bastante diferente do que aí vem...

Começo por dizer que o primeiro equívoco que detetei foi chamar bolo-rei a este bolo. É muito mais o que o afasta do que aquilo que o aproxima do conceito (clássico) de bolo-rei. Mas neste ponto não me custa aceitar a 'criatividade' dos criadores;

Em segundo lugar, queria dizer que não é a primeira vez que se tenta incorporar alvarinho em pastelaria; em Melgaço, pelo menos, há quem o faça há vários anos;

Só que, nesses casos, o alvarinho é misturado com a massa, enquanto aqui foi criada uma geleia (a partir do Muros de Melgaço, de Anselmo Mendes), que está concentrada no meio do bolo.

Essa geleia, que sabe principalmente a rosas, tem alvarinho, mas só se sente quando se encontra. No resto (95%), é um bolo como qualquer outro.

Finalmente, o recheio de chocolate branco, em cima da geleia, não serve nem quem procura o alvarinho nem quem busca o chocolate.

Em resumo: não me atrevo a dizer que é uma experiência falhada, mas - a continuar - tem de ser afinada. Até porque o preço (€20 por bolo de quilo) atira as expetativas para cima. 

Ou então é tão revolucionário que um básico como eu não chega lá e só me resta pedir desculpa...

(foto: Ernesto Fonseca)



   

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