Não é o primeiro vinho produzido com vinhas sem enxertia (Luis Pato fez um há muitos anos e há mais alguns, poucos, exemplos), mas é o primeiro alvarinho que mostra como seriam os vinhos antes da chegada da filoxera.
A cor: impressiona. Parece curtimenta, tão alaranjado (aliás, as uvas são desengaçadas e fermentam em contacto com as películas, durante cerca de 2 semanas).
No nariz é intenso, mas adivinha-se logo que há qualquer coisa de diferente.
E a boca confirma isso, percebendo-se que estamos perante um vinho complexo, onde surgem nozes, avelãs, à mistura com alguma adstringência. A tradicional fruta é pouco percetível. E como explicar que se percebam traços do que parece ser conhaque?
O final é marcante mas não se prolonga.
Em resumo: um vinho diferente, claramente inovador, que testa a plasticidade do alvarinho com enorme sucesso. Excelente.
Relação preço-qualidade: é excelente, mas o preço pode chegar aos €45 euros.
Ano da produção: 2020Data de compra: março 2023
Preço de compra: €41,95 online
Local de compra: oferta do produtor
Data de consumo: abril 23
Produtor: Quinta do Soalheiro
Localidade: Alvaredo, Melgaço
Enólogo: António Luis Cerdeira
Acidez Total: (g/dm3) - 5,4º
Açucares residual (g/l): seco
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação: "As uvas são desengaçadas e fermentam em contacto com as películas, durante cerca de 2 semanas. Após este período, são prensadas e, já sem as películas, o vinho fica em barrica onde vai terminar a fermentação e estagiar. Ao longo do processo de evolução, a barrica é movimentada de forma a permitir uma batônnage total. Ou seja, ao girar a barrica, as borras finas que estão no fundo misturam-se totalmente com o vinho, o que lhe vai conferir mais estrutura e complexidade."
Aberto quanto tempo antes: 45 minutos
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 13º
Acompanhou: cabrito assado no forno
Pode acompanhar por exemplo: fez-se a experiência com dois doces, incluindo chocolate, mas não foi a mais satisfatória.
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