quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Bagagem de Mão (2023): 7/10

Provei, pela primeira vez, este vinho na Feira de Monção deste ano, acabadinho de engarrafar. Pareceu-me, e Luís Moreira concordou, que precisava de mais tempo para 'estabilizar' e 'crescer'. E por isso guardei esta garrafa durante meio ano. Está, indiscutivelmente melhor. Mas estará ainda melhor daqui a dois/três anos, nomeadamente - acredito - na acidez final.

O que mais distingue este Bagagem de Mão (irmão mais novo do Bagagem) é a sua mineralidade. Os aromas são sobretudo cítricos e vegetais, mas na boca apresenta uma forte mineralidade, potenciada pela forma como foi vinificado. Veja-se o reduzido teor de açúcar residual.

Numa região em que a esmagadora maioria dos vinhos tende a ser iguais, frutados, além da acidez muito personalizada, este vinho de Luís Moreira distingue-se. E enriquece a oferta da (sub)Região Monção e Melgaço.

Relação preço-qualidade: boa.

Ano da produção: 2023
Data de compra: julho 24
Preço de compra: Oferta do produtor (€14,9 na Garrafeira Nacional)
Local de compra: 
Data de consumo: novembro de 24
Produtor: Luis Moreira
Localidade: Uvas de Monção, engarrafadas por Lua Cheia - Saven, Ílhavo
Enologia: Luis Moreira
Acidez Total (g/l): 6,9 g/l 
Açúcar residual (g/l): 0,49
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Vindima realizada manualmente, 12 horas de maceração pelicular com controlo de temperatura. Fermentação com leveduras indígenas em cuba de inox, seguido de um estágio sobre borras finas com bâtonnage regular."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: massada de salmão
Pode acompanhar por exemplo:
(458)

domingo, 24 de novembro de 2024

Feira do Espumante de Alvarinho de Melgaço numa encruzilhada

Mais uma vez voltei a Melgaço, para vistar a Feira do Espumante.

No geral, mantenho as observações feitas em 2022 (poucos produtores, muitos com apenas um espumante de alvarinho), o que torna a visita demasiado curta e desinteressante.

Outra observação que notei este ano: os produtores deixaram em casa ou então deixaram de produzir colheitas especiais (velhas reservas, por exemplo), apresentado pouco mais do que as gamas de entrada. Se não estou em erro, apenas Soalheiro e Provam tinham três ou mais espumantes. O espumante mais caro custava €20 * - ou seja, só havia os mais baratos; é assim que a Feira se distingue?

Mais uma nota: dos 12 produtores, apenas um trazia um vinho novo (Quinta da Pigarra, um Reserva). Muito pouco.

Saí de Melgaço convencido de que a Feira se realiza por vontade da Câmara e não tanto dos produtores, mas posso estar enganado.

Comprei uma garrafa de Côto de Manoelas Assemblage na Feira, a €20, e 15 quilómetros à frente, no Supermarcado Coca, custava €15,49. É justo???? Para quê ir à Feira, se posso comprar muito mais barato no Coca??


sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Convento do Paraíso (2021): 6/10

Vem de Silves, no Algarve, este alvarinho.

Como seria de esperar, e até de desejar, é bem diferente dos cultivados na subregião ou até no Minho.

Se no nariz percebemos um perfil cítrico, e aqui não há nada de especial, em boca mostra-se com bastante acidez. Um dos vinhos com mais acidez que provei nos últimos tempos. Pessoalmente, gosto deste perfil de vinhos, mas uma das consequências é que essa acidez bem vincada tende a abafar a restante estrutura do vinho (fica curto na boca).

Em suma, um vinho que não é para todos, nem para todas as refeições (evitar doces, por exemplo), mas que se bebe bem sem envelhecimento e a menos 10º de temperatira.

Relação preço-qualidade: menos um euro e seria perfeito. [na loja online já custa €16,95!!!]

[No rótulo é apenas um branco, só no contrarrótulo se diz que é alvarinho, provavelmente porque poucos associarão a casta ao Algarve]

Ano da produção: 2021
Data de compra: maio 24
Preço de compra: €10,76
Local de compra: Garrafeira Soares
Data de consumo: novembro de 24
Produtor: Convento do Paraíso
Localidade: Silves, Algarve
Enologia: ?
Acidez Total (g/l): 6,39 g/l em ácido tartáricop (2019)
Açúcar residual (g/l): 2,1
Teor Alcoólico (%vol): 13,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Fermentação e posterior estágio de 10 meses em inox na presença das borras finas" (colheita de 2019).
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 11º 
Acompanhou:  bacalhau no forno
Pode acompanhar por exemplo:
(457)






terça-feira, 12 de novembro de 2024

(casa de) Canhotos Sublime Espumante Bruto Natural (2020): 8/10

A diferença entre esta prova, feita no ano passado, é que passou ano e meio e agora o vinho ficou melhor.

Tornou-se um vinho mais sugestivo, mais equilibrado e até a bolha deixou de ser tão intensa.

Ano da produção: 2020
Data de compra: maio 2023
Preço de compra: €15
Local de compra: Feira do Alvarinho de Melgaço
Data de consumo: novembro 24
Produtor: Casa de Canhotos
Localidade: Penso, Melgaço
Enólogo: ?
Acidez Total (g/dm3):
Açucares:
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação:
Aberto quanto tempo antes: 15 minutos (estava melhor ao segundo copo)
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: arroz de marisco
Pode acompanhar por exemplo:
(389)


 


terça-feira, 5 de novembro de 2024

Génese, o novo vinho de António Luís Cerdeira (e outras novidades)

 Nos últimos dias de outubro, António Luís Cerdeira começou finalmente a dar a conhecer o seu novo projeto, a partir de uma conta de Facebook chamada Vinevinu (o nome da nova empresa).

Ficamos por exemplo a saber que o coração do projeto será em Melgaço ("Temos uma casa ligada à família da minha mulher, antiga, com três andares e 6.000 metros de terreno, onde, devagarinho, não será no próximo ano, queremos construir o nosso projeto da adega. Melgaço é a nossa origem. É a nossa génese. É a nossa casa”, disse ao Jornal de Negócios), mas que haverá uma outra propriedade, em Requião (Famalicão), onde será feito “alvarinho em combinações improváveis”.

Em várias publicações, o pai Cerdeira anuncia que, pelo menos nesta fase, haverá duas marcas: “Almanua é o vinho da descoberta, da criação e da inovação, elaborado em Requião, este novo espaço com marcada influência atlântica. Para este lote o Alvarinho está em ‘blend’ com outras variedades autóctones, plantadas no mesmo local. Génese é o nosso vinho de Monção e Melgaço, vindima 2024, 100% Alvarinho e de vinhas plantadas nos declives da montanha, em Melgaço”. O Almanua será lançado no próximo mês e o Génese em março de 2025.



segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Gema Espumante Super Reserva (2019): 7/10

Primeira experiência do produtor Gema Wines nos espumantes, que lançou este ano a colheita referente a  2019.

Trata-se de um vnho com alguma complexidade, aliada a um nariz bem identificativo das características da casta (fruta tropical).

Em boca mantém essas características, com boa acidez. A bolha é elegante.

Relação preço-qualidade: é a velha questão de sempre; €15 na Feira de Monção é uma pechicha, €29 online na própria loja já é puxadote... Nota: este produtor, até por dirigir uma parte da pordução para o estrangeiro, nunca teve como prioridade o preço.

[e por falar em mercados estrangeiros, talvez no Dubai ninguém queira saber a origem do vinho, mas por cá já é difícil aceitar que surja a indicação no contrarrótulo de "engarrafado por Eng. 1268". Porque não mais transparência na informação, até por estarmos a falar de um vinho que 'exige' outro tipo de cliente, porventura mais exigente?]

Ano da produção: 2019
Data de compra: julho 24
Preço de compra: €15
Local de compra: Feira de Monção 2024
Data de consumo: outubro de 24
Produtor: Gema Wines
Localidade:  Merufe, Monção
Enologia: ?
Acidez Total (g/l): 6,0
Açúcar residual (g/l): 2,1 
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "O mosto é clarificado a 12ºC durante 48 horas e fermentado sob temperatura controlada durante 12-15 dias. Após a fermentação inicial, o vinho passa 5 meses sobre borras finas. O espumante é então engarrafado e passa por uma segunda fermentação na garrafa, seguido de um estágio de 24 meses. O processo conclui-se com remouage e degorgement".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 13º [o segundo copo, 17 horas depois, foi bem melhor do que o primeiro, aberto muito em cima da refeição]
Acompanhou: arroz do mar
Pode acompanhar por exemplo:
(456)



Casa de Rodas (2023): 7/10

Casa de Rodas é o primeiro vinho produzido pela parceria Mendes & Symington. A aposta foi jogar pelo seguro, com Anselmo Mendes a titula...

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