O Soalheiro sempre foi uma empresa familiar e os - até agora - três sócios (mãe, filha e filho) sempre valorizaram isso. Sempre houve uma complementaridade no trabalho dos dois irmãos Maria João e António Luís, mas Luís era o homem do vinho - e todos sabemos que fez grandes vinhos nestes 30 anos.
Sendo indiscutivelmente um dos melhores enólogos da subregião, acho que não foi isso que fez a diferença: às suas qualidades como enólogo junta(va) duas características raras de compatibilizar - capacidades de gestão e de perceção do que é o negócio, incluindo na área internacional, e ideias muito claras de como comunicar. Não há outra marca na subregião como o Soalheiro, certamente, uma das mais reputadas a nível nacional. Isso deve-se a ele.
Os vinhos que Luís fez no Soalheiro (deveria dizer na Soalheiro...) podem não ser os melhores em termos absolutos, mas são os melhores na relação preço-qualidade entre todos os alvarinhos: o Soalheiro Clássico é a principal marca de alvarinho de Portugal (a única que se vende sozinha, garantem nos suspermercados, e a única que esgota) e o Soalheiro Reserva é indiscutivelmente o melhor alvarinho abaixo dos 30 euros.
Obviamente que o seu próximo projeto só pode ser um sucesso, mas a 'herança' que deixa a Maria João não é nada fácil.
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