Pelo menos desde 2022 que se fala na hipótese de criar uma Denominação de Origem (DO) específica para Monção e Melgaço. Anselmo Mendes, enquanto presidente da Associação de Produtores de Alvarinho (APA) foi a voz que mais falou sobre o assunto, juntando-se aos dois presidentes de câmara. Joana Santiago, a atual presidente da APA, também disse que essa seria a principal prioridade da sua Direção.
Mas a DO não avançou nem consta que vá avançar, apesar de um dos autarcas ser PS (Melgaço) e Monção, PSD - no sentido de que poderiam influenciar nos centros de decisão.
O que se passa é que Monção e Melgaço são uma pequena mancha no contexto dos vinhos verdes e os restantes produtores (nomeadamente aqueles que produzem alvarinho em toda a restante região) não querem essa DO. A presidente da Comissão dos Vinhos Verdes, à semelhança do seu antecessor, também nada faz nesse sentido.
Só que, na verdade, ninguém assume publicamente esse desconforto e mesmo desinteresse com a nova DO.
Até que numa recente reportagem da revista Harpers está lá o que não vimos antes na imprensa especializada de Portugal: "As iniciativas para criar uma denominação enfrentam uma forte oposição por parte dos influentes produtores de Vinho Verde, incluindo a Aveleda. “Somos mais fortes juntos como denominação única”, contrapôs [Martim] Guedes, co-CEO of Quinta da Aveleda.
À mesma revista, Guedes revela que "Fizemos uma grande aposta no Alvarinho”. Desde 2014, a Aveleda triplicou a sua propriedade de vinha para cerca de 450ha. “Compramos mais vinhas para controlar o terroir à medida que investimos nos nossos vinhos premium”.
Resta acrescentar que a Quinta da Aveleda é o maior produtor de Vinho Verde, tendo investido desde 2018 perto de 7 milhões de euros em 85ha de plantações em Cabração, Ponte de Lima.
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