quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Regueiro Reserva (2019): 10/10

Esta garrafa de Regueiro Reserva 2019 foi comprada em junho de 2021 no Solar do Alvarinho em Monção e custou €6,76. Aberta cerca de cinco anos depois, revelou um vinho fantástico.

É difícil descrever este vinho sem juntar vários adjetivos, o que tento sempre evitar, mas o que posso dizer é que, sendo agora um vinho muito diferente do que seria em 2020, perdeu frescura, mas ganhou complexidade. É um vinho macio, muito rico em sabores e aromas... por (desculpem insistir) €6,76.

Na verdade nada disto me surpreende nem surpreenderá os leitores deste espaço, porque está mais do que visto que o alvarinho tem uma enorme capacidade de envelhecimento. Apenas é preciso que mais gente se convença disso e passe a guardar durante alguns anos um vinho que, há duas décadas, era para beber no ano da vindima ou deitar fora!


Ano da produção: 2019
Data de compra: junho 2021
Preço de compra: €6,76
Local de compra: Solar do Alvarinho, Monção
Data de consumo: fevereiro 2025
Produtor: Quinta do Regueiro
Localidade: Alvaredo, Melgaço
Enólogo:
Acidez total:
Quantidade de garrafas consumidas:
Pontuação: 10/10
Primeiro copo servido a: 13º
Passou pelo arejador? Não.
Acompanhou: filetes de pescada
Pode acompanhar por exemplo:
(55)

 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Quinta d'Amares Vinesa (2019): 7/10

A Quinta d'Amares tem um alvarinho em gama de entrada (que tem somado prémios), a um preço excelente, pelo que a aposta, neste caso, é fazer um vinho mais elaborado, em que a madeira assume protagonismo e em que surgem outros aromas, não primários da casta. A questão é que protagonismo? Parece-me que os 8 meses em barricas de carvalho francês estão no limite do que seria desejável, o que significa que, com grande probabilidade, uns acharão a madeira no ponto certo e outros talvez em demasia.

Eu gosto de alvarinhos que estagiam em madeira, desde que esta não abafe a identidade da casta, e gostei deste. Parece-me é que a acidez é um pouco curta.

Relação preço-qualidade: custa €15, o que, para uma produção de 2300 garrafas, não é um preço exagerado. [2019 foi a primeira edição, ainda não saiu mais nenhuma].

Ano da produção: 2019
Data de compra: 
Preço de compra: €15 (segundo o produtor)
Local de compra/prova: Essência do Vinho 2025
Data de consumo: fevereiro 25
Produtor: Quinta d'Amares
Localidade: Amares, Braga
Enologia: António Sousa e Diogo Schartt
Acidez Total (g/l): 5,6 g/dm3
Açúcar residual (g/l):  <1,5 g/dm3
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: " A fermentação e estágio de 8 meses com battonage, em barrica de carvalho francês. Lote de 2500 garrafas da colheita 2018."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: ?
Acompanhou: 
Pode acompanhar por exemplo:
(468)


terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Tempo (2020): 7/10

Começo por dizer que já provei este vinho várias vezes, ao longo dos últimos anos, mas sempre em circunstâncias que não me habilitavam a poder escrever. Preferi esperar pela possibilidade de ter uma garrafa à frente para o poder fazer.

Estamos perante aquele que foi, durante muitos anos, o alvarinho mais caro no mercado. Nesta altura será o segundo mais caro. Isto é bastante importante, porque - como os leitores regulares sabem - as minhas avaliações têm em conta aquilo que considero ser a relação qualidade-preço.

O produtor tem toda a legimitidade para recomendar um preço de venda, baseado em vários pressupostos (como o número reduzido de garrafas ou a vinificação quase tradicional, como acontece com este Tempo), da mesma forma que o comprador tem de fazer escolhas em face do seu orçamento.

Ora, não tendo eu comprado a garrafa e não sabendo exatamente quanto custa (uma ronda pelas garrafeiras aponta para €80 ou quase), não tenho problemas em afirmar que me parece caro. Não apenas caro em termos absolutos (€80 por um vinho!), mas também termos relativos - a tal relação qualidade-preço.

A crítica especializada não poupa nos elogios ao vinho e tem razão. Mas não é nem de perto o melhor alvarinho que bebi nem o melhor que Anselmo Mendes faz. O Parcela Única é um vinho mais completo e mais estimulante.

Sobre o Tempo, é, como seria de esperar, um vinho muito complexo (o produtor diz que pode aguentar até 20 anos!), com um aroma excelente (figos secos). Muito seco, como o enólogo gosta, há, na boca, fumados e casca de laranja, por exemplo. O final é bom mas não muito longo. [um segundo copo bebido 24 horas depois mostrou um vinho mais aberto e a presença mais acentuada de taninos, certamente em resultado do contacto com as películas].

Ano da produção: 2020
Data de compra: 
Preço de compra: 
Local de compra: 
Data de consumo: fevereiro 25
Produtor: Anselmo Mendes
Localidade: Melgaço
Enologia: Anselmo Mendes
Acidez Total (g/l): 5,2
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Metade do lote faz fermentação total com as películas. A outra metade efetua fermentação com o cacho inteiro não desengaçado. Após fermentação os lotes são reunidos em barrica de carvalho francês onde efetuam um estágio de 9 meses com bâttonage regular".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 11º-12º
Acompanhou: arroz de pato
Pode acompanhar por exemplo:
(468)



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Cadão (2023): 5/10

Este não é, nem de perto nem de longe, o primeiro alvarinho do Douro que bebi (é o nono!) e isso permitiu-me confirmar uma ideia: se é para fazer alvarinhos no Douro que não sejam meras colheitas em cubas de inox e battonage, mas sim algo mais complexo/elaborado.

Se este Cadão interpreta bem o terroir onde está plantado (Valongo dos Azeites, São João da Pesqueira), como os enólogos e produtores tanto gostam de proclamar, então é o terroir que não dá mais. O tempo de longevidade previsto pelo produtor é de apenas dois anos.

Um vinho banal, que pouco ou nada acrescenta. Ainda assim, noto que este vinho já vem sendo produzido nos últimos anos, sinal de que tem um público.

Relação preço-qualidade: compreendo que fazer vinhos em pequena escala (ainda por cima, naturais) obrigue a subir o preço, mas quem vai pagar €10 euros por este Cadão quando, pelo mesmo preço, tem alvarinhos muito mais interessantes (ainda que diferentes)?

Ano da produção: 2023
Data de compra: dezembro 24
Preço de compra: €8,95 (promoção; preço tabelado €11,25]
Local de compra: Portugal Vineyards
Data de consumo: fevereiro 25
Produtor: Mateus & Sequeira Vinhos
Localidade: Valongo dos Azeites, São João da Pesqueira
Enologia: Francisco Lemos
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Fermentação alcoólica com controlo Receção das uvas com desengace total sem esmagamento das massas. Prensagem suave e decantação estática. Fermentação alcoólica regular e controlada. Cuba de inox com batonnage regular".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 5/10
Primeiro copo servido a: 13º
Acompanhou: arroz de tamboril
Pode acompanhar por exemplo:
(467)


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Soalheiro (2015): 9/10

Ainda há dias aqui escrevi sobre a capacidade de envelhecimento dos alvarinhos, que depende de vários fatores, a começar pela qualidade das uvas e pela forma como é vinificado, entre outros.

Esta semana decidi abrir um Soalheiro de 2015, que estava guardado à espera de fazer 10 anos (na verdade, os 10 anos apenas se completarão em dezembro deste ano, mês a que foi lançado; não resisti...)

As minhas expetativas: em qualquer caso, 10 anos em garrafa transformam um vinho, mas certamente não seria aquele alvarinho vibrante e frutado que é a imagem de marca do clássico da Quinta. Confirmou-se. Estava 'outro' vinho, tão bom quanto o 'anterior', mas bastante diferente: a fruta amadureceu, a acidez evoluiu, ficou um vinho mais complexo e evoluído.

Acima de tudo é notável como um vinho (a menos de €10) de 2015 chega a 2025 neste magnífico estado.

Ano da produção: 2015
Data de compra:
Preço de compra: oferta do produtor em 2018
Local de compra: 
Data de consumo: fevereiro 2025
Produtor: Quinta do Soalheiro,
Localidade: Alvaredo, Melgaço
Enologia: António Luis Cerdeira
Acidez Total (g/dm3): 7
Açúcar (residual) seco
Teor Alcoólico (%vol): 12,8º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Após a prensagem, o mosto obtido decanta durante 48 horas, segue-se a fermentação, a temperatura controlada, usando leveduras pré-seleccionadas para o efeito. O engarrafamento efectua-se após a estabilização do vinho, sendo seguido de um estágio em garrafa. A vinificação do Alvarinho Soalheiro está direccionada para obter um vinho que concentre a qualidade das uvas e permita uma boa evolução após o engarrafamento"
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 9/10
Primeiro copo servido a: 13º
Acompanhou: bacalhau assado no forno
Pode acompanhar por exemplo:
(45)

Soalheiro 2020
Soalheiro 2021
Soalheiro 2022

Soalheiro 2023


domingo, 9 de fevereiro de 2025

Graça da Pedra (2022): 8/10

Já aqui tinha dado conta do lançamento do primeiro alvarinho depois da compra da Quinta da Pedra, em Monção, pelo grupo Fladgate, o Graça da Pedra.

Tive oportunidade de o provar agora, com grande satisfação.

É um mais um colheita de qualidade, que respeita bem a essência da (sub)Região: aroma marcante, fruta (cítrica) e aquela acidez tradicional e longa, a um bom preço (pelo menos aquele que eu paguei... Isto porque é possível encontrar este vinho num intervalo de preços entre os €14 e os €12

Ano da produção: 2022
Data de compra: dezembro 24
Preço de compra: €11,45 (promoção; preço tabelado €14,45]
Local de compra: Portugal Vineyards
Data de consumo: fevereiro 25
Produtor: Fladgate Wines
Localidade: Quinta da Pedra/Monção
Enologia: José Maria Machado/Márcia Gonçalves?
Acidez Total (g/l): 5,5 gr/lt (expressa Ac. Tartarico)
Açúcar residual (g/l): <1,5 gr/lt
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Maceração pré-fermentativa levemente refrigerada. Pressão suave. Fermentação em aço inoxidável com temperatura controlada. Após 6 a 9 meses, o vinho é clarificado, filtrado e engarrafado para ser lançado no mercado.".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 12º [o produtor aconselha servir a uma temperatura de 6 a 8 Cº, o que me parece muito exagerado, sobretudo no Inverno].
Acompanhou: Arroz de lavagante
Pode acompanhar por exemplo:
(466)


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Anégia (2017): 4/10 [2ª prova]

Qual é a probabilidade de um vinho, que neste momento está a ser vendido a pouco mais de 5 euros (já custou mais de €10), envelhecer bem em garrafa durante mais de sete anos? Acho que todos concordarão que é muito baixa.

E foi exatamente isso que aconteceu com este Anégia de 2017.

Dirá o leitor: que culpa tem o vinho se o deixei tanto tempo à espera?

Sim, isso já aconteceu antes, mas este não é o caso. O vinho foi comprado há menos de dois meses e neste momento continua à venda.

Para agravar, sabia a rolha, apesar desta aparentar estar impecável.

Resta acrescentar que o vinho se transformou de tal maneira que já nem parecia alvarinho. Perdeu força, perdeu acidez. Ainda assim, o copo bebido 24 horas depois estava mais aberto e até com mais aromas do que o primeiro.

Em resumo: sem o sabor a rolha, apesar de não ser um grande vinho, não teria sido sacrifício bebê-lo. Comparando com a primeira prova, em 2020, melhorou muito o preço, mas tive o azar da rolha,
Ano da produção: 2017
Data de compra: dezembro 24
Preço de compra: €6,35
Local de compra: Portugal Vineyards
Data de consumo: fevereiro 25
Produtor: Caves Velhas/Enoport Wines
Localidade: não é identificado o local de origem das uvas (Anégia é nome antigo para as terras do Vale do Sousa). Vinho Regional Minho
Enologia: ?
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "...".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 4/10
Primeiro copo servido a: 13-14º
Acompanhou: Pescada cozida com legumes
Pode acompanhar por exemplo:
(261)


Encostas de Melgaço Espumante Bruto Reserva (2022): 7/10

Da Quinta da Pigarra saem alguns dos melhores vinhos de Melgaço. Dos quatro que nesta altura produzem, faltava provar o Espumante Reserva, l...

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