domingo, 22 de junho de 2025

Principais produtores de Monção e Melgaço continuam a boicotar o concurso dos Vinhos Verdes?

Das duas, uma:

- ou os grandes produtores (Soalheiro, Anselmo Mendes, Regueiro, Santiago, etc) participaram, enviando os seus melhores vinhos, que o júri recusou sistematicamente;

-ou não participaram. E se assim foi, só posso entender como um boicote (o que acontece, pelo menos, pelo segundo ano consecutivo).

Conheço bem os três vinhos que venceram a medalha de ouro, mas como dizer que são os melhores da Região Verde? O espumante Dona Paterna é bastante bom, mas posso, de memória, enumerar 15 melhores vinhos, só para citar um exemplo. O mesmo se passa com o Deu-la-Deu Reserva 2023. E o Quinta das Pirâmides Reserva 2021 não é, nem de perto nem de longe, o melhor vinho com estágio da Região!

Curioso observar como a presidente da CVRVV, Dora Simões afirmou que "a Região dos Vinhos Verdes está a apostar em segmentos premium que registam uma afirmação crescente no mercado” e os três vinhos vencedores são entradas de segmento ou quase.

Alguma coisa se passa.

Já não é a primeira vez que deteto situações estranhas neste concurso (O vencedor de 2021 não se vende em Portugal; em 2023 o vencedor foi tão surpreendente quanto absurdo e já no ano passado se percebia o boicote dos principais produtores da subregião, apesar do mérito do vencedor).

Porquê este boicote? Terá a ver com a incapacidade da Comissão em criar uma DO Monção e Melgaço?

A lista dos vencedores.



terça-feira, 17 de junho de 2025

Anselmo Mendes A Torre (2019): 9/10

É certo que o Parcela Única é um alvarinho de referência, mas faltava a Anselmo Mendes um vinho topo de gama (Tempo, pelo preço, destaca-se, mas continuava a faltar alguma coisa).

Provam e QM já tinham arriscado no patamar dos €50, fazia sentido que outros produtores, como Anselmo, fizessem o mesmo.

E este ano Anselmo Mendes decidiu resolver esse 'problema', com o lançamento de A Torre (2019), uma seleção das melhores vinhas da Quinta da Torre, que comprou vai para 20 anos, em Monção.

Como seria de esperar, trata-se de um vinho sofisticado, sobretudo na boca, com forte mineralidade. No nariz percebe-se os cítricos característicos da casta, mas na boca são muitas camadas, perfeitamente harmonizadas com a madeira das barricas usadas, que está lá, mas discretamente.

O ponto alto é o final: além de longo, mostra uma acidez vibrante, que o torna fresco e meio salino.

Daqui a 10 anos terá nota 10!

Relação preço-qualidade: é um dos mais caros da subregião (produção pequena), mas também um dos mais distintivos. 

Ano da produção: 2019
Data de compra: abril 25
Preço de compra: oferta (online varia entre os €43 e os €53]
Local de compra/prova: Feira do Alvarinho Melgaço
Data de consumo: junho 25
Produtor: Anselmo Mendes (alguns meses depois ainda não consta do site da empresa)
Localidade: Monção
Enologia: Anselmo Mendes
Acidez Total (g/dm): ?
Açúcares totais (g/L): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Fermentou em barricas usadas durante nove meses, com bâtonnge suave."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 9/10
Primeiro copo servido a: 12º/13º
Acompanhou: panados e arroz de le
Pode acompanhar, por exemplo: tudo, menos, talvez, carnes vermelhas mal passadas
(480)


sexta-feira, 13 de junho de 2025

Unfiltered (2020): 8/10

 Trata-se de um vinho produzido com uvas da Quinta de Paços / Casa do Capitão-mor (Monção) e enologia de Henrique Cizeron e Paulo MG Ramos, que se destaca pelo facto de não ter sido filtrado.

O mais curioso é que, mesmo assim, o vinho não parece ter depósito, apresentando-se muito limpo no copo.

Vinho com uma acidez excelente e muito fresco, destaca-se também pela complexidade de sabores, que tanto vão do cheiro de charuto à madeira de carvalho, passando por amêndoa torrada.

Relação qualidade-preço: não consegui saber o preço, mas a produção não ultrapassa as 400 garrafas. Em 2020 foi o primeiro ano.

Ano da produção: 2020
Data de compra: junho 25
Preço de compra: oferta do produtor
Local de compra/prova: Essência do Vinho 2025
Data de consumo: junho 25
Produtor: Quinta de Paços /Casa do Capitão-mor
Localidade: Monção
Enologia: Henrique Cizeron e Paulo MG Ramos
Acidez Total (g/dm): 7,2
Açúcares totais (g/L): 2.0
Teor Alcoólico (%vol): 13,7º
Método de vinificação, segundo o produtor: "fim de fermentação e estágio em barricas de carvalho francês usadas, durante 15 meses com batonnage durante 8 meses, sem trasfegas e engarrafamento sem filtração. Sem estabilização tartárica. Sujeito a deposito. Estágio adicional em garrafa durante 28 meses. A produção das uvas está certificada como “Produção Integrada”."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: ?
Acompanhou: 
Pode acompanhar por exemplo: 
(479)


quarta-feira, 4 de junho de 2025

Soalheiro O Cubo (2022): 8/10

Uma curiosidade, para começar: se o leitor procurar informação sobre etse vinho não vai encontrar... a não ser no site do Soalheiro. Esta será, portanto, a primeira crítica online a um vinho de 2022, resultado daquilo a que Luis Cerdeira chamou a Cave da Inovação e que não teve distribuição/venda ao público. Acabei por o conseguir, solicitando uma garrafa ao produtor (não tenho, também por isso, informação sore o preço).

Outra nota: à semelhança de outras novidades que o Soalheiro lançou em ou até 2023, não houve, até agora, edição posterior.

Sobre o vinho: diz-se que está tudo inventado no vinho e no alvarinho, mas Cerdeira voltou realmente a inovar, com este vinho fermentado numa cuba de vidro (o Cubo): trata-se de um vinho muito salino, tão salino que as papilas gustativas ficam aos saltos! Chega a parecer picante, mas é só perceção. Boa acidez.

O aroma revela-se complexo, quer com fruta tropical madura quer com maçã verde (mais vegetal).

Relação preço-qualidade: como escrevi antes, não sei o preço ao certo, mas deduzo que andará pelos €20 já que o preço deste pack é €45.

Ano da produção: 2022
Data de compra: abril 25
Preço de compra: oferta do produtor
Local de compra/prova: 
Data de consumo: junho 25
Produtor: Quinta do Soalheiro
Localidade: Melgaço
Enologia: António Luís Cerdeira
Acidez Total (g/dm): 6,5
Açúcar residual (g/L): seco
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "utilizamos uma seleção de uvas de Alvarinho provenientes do vale de Monção e Melgaço, uvas de perfil semelhantes ao nosso Soalheiro Alvarinho Clássico, mas que fermentam e estagiam num recipiente de vidro." 
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: Bacalhau no forno
Pode acompanhar por exemplo: fiquei com vontade de experimentar com queijos
(478)



terça-feira, 27 de maio de 2025

Soalheiro Primeiras Vinhas (2020): 9/10

Este 2020 aberto em 2025 revelou-se brutal!

Sofisticação, complexidade, aroma, acidez. Excelente.

É mesmo preciso mudar a mentalidade do consumidor português, relativamente aos alvarinhos de Monçaõ e Melgaço: comprar e guardar em vez de comprar e beber logo.

Ano da produção: 2020
Data de compra: 2021
Preço de compra: oferta do produtor
Local de compra:
Data de consumo: maio 2025
Produtor: Quinta do Soalheiro
Localidade: Melgaço
Enologia: António Luis Cerdeira
Acidez Total (g/dm3): 6,9
Açúcar (g/l): seco (residual)
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor:
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 9/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: arroz de marisco
Pode acompanhar por exemplo:
(67)

Primeiras Vinhas 2016

Primeiras Vinhas 2017

Primeiras Vinhas 2018

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Casa de Oleiros (2023): 4/10

Este vinho custou €6 na última edição da UVVA em Amarante. Não se pode dizer que seja um vinho caro, embora saibamos que as grandes superfícies têm alvarinhos muito semelhantes ou até melhores, mas mais baratos. É, portanto, ingrato querer competir neste patamar.

Este Casa de Oleiros é um vinho que não se bebe com sacrifício, embora seja desinteressante. Destaca-se pelo aroma. No resto é curto.

Ano da produção: 2023
Data de compra: outubro 24
Preço de compra: €6
Local de compra/prova: UVVA, Amarante
Data de consumo: maio 25
Produtor: Casa de Oleiros
Localidade: Amarante
Enologia: Jorge Sousa Pinto
Acidez Total (g/dm):7,0
Açúcar residual (g/L): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Após a escolha criteriosa das uvas, segue-se uma vinificação cuidada para enaltecer todo o potencial da casta Alvarinho. O Casa de Oleiros Alvarinho apresenta aspeto límpido e cor cítrica. Aroma predominante frutado, exibido em notas exóticas e revelando uma harmonia com notas florais delicadas. Fim de boca envolvente e prolongado." [haja criatividade!]
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 4/10
Primeiro copo servido a: 13º
Acompanhou: Pargo no forno
Pode acompanhar por exemplo:
(477)


quarta-feira, 21 de maio de 2025

ADN Anselmo Mendes & Dirk Niepoort (2024): 7/10

Desconheço quando Anselmo Mendes e Dick Niepoort começaram a produzir este alvarinho, a que deram o nome de ADN, mas provei o 2023 e agora o 2024, para confirmar que estamos perante um vinho 'de Verão'. Leve, forte aroma frutado, cítrico, salino.

Quando se juntaram, Anselmo Mendes e Dick Niepoort poderiam ter feito o alvarinho que quisessem. Optaram por um vinho que me parece menos gastronómico e mais de esplanada ao fim da tarde. Refrescante

Relação preço-qualidade: boa.

Ano da produção: 2024
Data de compra: maio 25
Preço de compra: €12,90
Local de compra/prova: garrafeira Vinhalvarinho
Data de consumo: maio 25
Produtor: Anselmo Mendes & Dick Niepoort
Localidade: Melgaço
Enologia: Anselmo Mendes & Dick Niepoort
Acidez Total (g/dm): ?
Açúcar residual (g/L): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12º
Método de vinificação, segundo o produtor: "As uvas inteiras desengaçadas foram prensadas, e de seguida decantadas a frio durante 48-72h. Foi feita uma longa fermentação a baixas temperaturas entre 14 a 18ºC. Estagiou sobre borras finas durante um período de 4 meses com bâtonnage regular. Vindima manual, fermentação em cuba de inox, estágio de 4 meses em cuba de inox."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: Bacalhau assado
Pode acompanhar por exemplo:
(473)

ADN 2023

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Abel Codesso junta-se a Anselmo Mendes

Abel Codesso, que deixou a Provam, assume a partir de hoje o cargo de responsável pelo departamento de enologia da empresa Anselmo Mendes Vinhos. Ou seja, vai passar a trabalhar com o seu velho amigo e mentor Anselmo.

Ao nível da subregião, é uma contratação de peso, quase como juntar Messi e Ronaldo na mesma equipa.

Abel vai trabalhar numa das mais prestigiadas e desenvolvidas empresas de vinhos de Monção e Melgaço (com mais de 30 referências e exportação para mais de 40 países), o que tanto pode ser um conforto como um desafio.

Uma coisa parece certa: sendo provavelmente o melhor espumanteiro da subregião, uma área que Anselmo tem pouco desenvolvida e onde ainda não se destacou, a mais valia parece evidente.




terça-feira, 13 de maio de 2025

Pequenos Rebentos Espumante Bruto Cuvée (2021): 8/10

É o primeiro espumante de alvarinho que Márcio Lopes produz. E, num mercado que já está muito bem ocupado, Márcio quis fazer algo diferente. Conseguiu-o.

Desde logo por se apresentar como um cuvée, ou seja, quando o suco extraído da primeira prensagem da uva é realizado de forma mais leve, o que, dizem os técnicos, permite conferir maior acidez, riqueza aromática e coloração mais clara.

Depois porque resulta da mistura de vários lotes. 

Finalmente, e mais importante para mim, porque tem uma bolha tão fina que quase parece um vinho tranquilo. Sem tanto gás, é naturalmente mais suave. Segundo o produtor, este cuvée, lançado na última Feira de Melgaço, não fermentou na totalidade, daí ter menos pressão (e, já agora, a rolha também é mais pequena que o habitual).

Devo dizer que, para um espumante, primeiro se estranha, mas depois...

Relação preço-qualidade: €19,5 está dentro daquilo que é o preço normal para um espumante com estas características e qualidade.

Ano da produção: 2021
Data de compra: abril 25
Preço de compra: €15 (€29,90 online)
Local de compra/prova: Feira do Alvarinho 2025, Melgaço
Data de consumo: maio 25
Produtor: Márcio Lopes Winemaker
Localidade: Melgaço
Enologia: Márcio Lopes
Acidez Total (g/dm): ?
Açúcar residual (g/L): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12º
Método de vinificação, segundo o produtor: "100% Alvarinho de Melgaço, com base na mistura de vários lotes. Fez estágio 24 meses com borras finas (70% em barricas + 30% em inox) e 18 meses estágio em garrafa. É um espumante bruto, que não fermentou na totalidade"
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 11º
Acompanhou: Arroz de camarão
Pode acompanhar por exemplo:
(476)


sexta-feira, 9 de maio de 2025

Quinta da Lixa Escolha (2024): 3/10

 Não há muito a dizer deste Quinta da Lixa Escolha: há uma aroma tropical muito intenso, na boca a fruta continua forte mas não há 'casamento' com a acidez, que está bem presente. Parece artificial.

(em 2019 bebi o 2017 e escrevi que no rótulo havia referência a vinho de Monção e Melgaço; isso agora desapareceu).

Relação preço-qualidade: há alvarinhos melhores e mais baratos.

Ano da produção: 2024
Data de compra: abril 25
Preço de compra: €7,49
Local de compra/prova: Continente, Norte Shopping
Data de consumo: maio 25
Produtor: Quinta da Lixa
Localidade: Lixa, Amarante. VV DOC
Enologia: ?
Acidez fixa (g/L): 5,7º
Açúcar residual (g/L): 3.0 g/l 
Teor Alcoólico (%vol): 13,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 3/10
Primeiro copo servido a: 11º
Acompanhou: bacalhau à Gomes de Sá
Pode acompanhar por exemplo:
(159)



terça-feira, 6 de maio de 2025

Exemplar (2020): 9/10

Exemplar é o último alvarinho que Abel Codesso produziu para a Provam e é também o seu melhor vinho nestes anos de gestão da empresa de Monção.

Exemplar ficará, assim, como uma imagem de marca, que Élio Lara tem de saber continuar.

É vinho só de uma parcela, com fermentação integral em madeira, uma parte teve contacto pelicular.

O aroma de alvarinho é profundo e rico, com destaque para a fruta. Mas é na boca que revela a sua complexidade e riqueza. Um vinho cremoso, quase meloso, em que a madeira não assume protagonismo mas enriquece. No fim, a tradicional acidez, muito bem integrada e prolongada.

Relação preço-qualidade: nem sequer é o vinho mais caro da Provam; €30 é um bom preço. E não é por serem menos de 2000 garrafas que tem de custar €50 ou €60...
Ano da produção: 2020
Data de compra: abril 25
Preço de compra: prova na Feira de Melgaço 2025 (€29,90 online)
Local de compra/prova: Feira do Alvarinho 2025, Melgaço
Data de consumo: abril 25
Produtor: Provam
Localidade: Monção
Enologia: Abel Codesso
Acidez Total (g/dm): 
Açúcar residual (g/L): 
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "."
Quantidade de garrafas consumidas: 
Pontuação: 9/10
Primeiro copo servido a: ?
Acompanhou:
Pode acompanhar por exemplo:
(475)


sábado, 26 de abril de 2025

Génese (2024): 8/10

Génese é o primeiro alvarinho produzido por António Luís e Manuel Cerdeira, pai e filho, que dão corpo ao projeto Vinevinu.

A Feira de Melgaço, que decorre até amanhã, serviu de montra e de lançamento de um vinho que nunca teria um nascimento fácil: depois de ter inventado praticamente todos os alvarinhos do Soalheiro, que poderia António Luís fazer de novo? Mais do mesmo? Escolher um dos seus filhos anteriores e explorá-lo?

Quem o conhece sabe que isso nunca aconteceria. Por todas as razões e mais uma, este Génese teria de ser um vinho diferente, mesmo tratando-se de um colheita.

E conseguiram-no.

O primeiro passo foi escolher vinhas de altitude, em Estivadas (Melgaço), onde podem ser colhidas a 500 metros - essa é (parte d)a explicação para um vinho que tem apenas 12,2º de alcool (12,5º na garrafa).

Depois a aposta na fermentação malolática, que vai trazer um sabor mais suave e cremoso ao vinho. Apesar de reduzir a acidez málica (própria da uva),  a acidez final está bem presente e até surpreende.

Apesar de ter 20% de barrica, não encontrei sinais de madeira. 

Os Cerdeiras dizem que este é um vinho para boca, para a restauração. Acho que o conseguiram. E, sobretudo, têm um vinho diferenciador, o que não é fácil neste contexto.

Relação preço-qualidade: muito boa.

Ano da produção: 2024
Data de compra: abril 25
Preço de compra: oferta do produtor (€12 online)
Local de compra/prova: Feira do Alvarinho 2025, Melgaço
Data de consumo: abril 25
Produtor: Vinevinu
Localidade: uvas de Melgaço
Enologia: António Luís e Manuel Cerdeira
Acidez Total (g/dm): 5.4
Açúcar residual (g/L): seco
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "elaborado a partir de vinhas selecionadas no declive da montanha. A vinificação assume o lote entre a fermentação lenta em inox com malolática parcial e o estágio de 20% em Barricas Mixtus, barricas que na sua construção possuem madeiras de origem diferente."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: ?
Acompanhou: 
Pode acompanhar por exemplo:
(474)



sexta-feira, 25 de abril de 2025

Élio Lara substitui Abel Codesso na Provam

É a notícia do mês. Abel Codesso vai sair da Provam e para o seu lugar entra Élio Lara, que, em simultâneo, vai manter a sua própria marca.
Oficialmente saber-se-á do novo emprego de Abel Codesso daqui a duas semanas, mas será uma bomba...

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Encostas de Melgaço Espumante Bruto Reserva (2022): 7/10

Da Quinta da Pigarra saem alguns dos melhores vinhos de Melgaço. Dos quatro que nesta altura produzem, faltava provar o Espumante Reserva, lançado na última Feira do Espumante (novembro de 2024).

Antes ainda de ir ao vinho, uma observação: há muitos produtores que se limitam a comunicar via Instagram, mas, para quem já produz milhares de garrafas e tem uma aposta tão clara na qualidade, isso não pode dispensar uma página. Se quisermos saber alguma coisa da Quinta da Pigarra temos de ir ao Instagram, porque o site não existe. E se quisermos ler algum elemento da ficha técnica?

Vamos a um exemplo concreto: paguei €20 pela garrafa na Feira e agora queria saber quanto custa ao público. Não encontrei uma única referência. Salvo melhor opinião, parece-me coisa de amador.

Sobre o vinho: pelo que já disse antes, as expetativas eram altas (vários dos seus vinho receberam um 9/10), mas desta feita não saíram completamente confirmadas. Esperava que fosse excelente e não chega a esse patamar.É na boca que se sente alguma falta de complexidade, de resto quer no aroma quer na bolha quer na acidez final tudo bom.

Relação preço-qualidade: como disse, não sei quanto custa; sei que na Feira custou €20 euros, mas se tivermos em conta que o Espumante Bruto custa agora €18 euros, é difícil imaginar que o Reserva fique a muito menos de €25. Não o encontrei à venda online.
Ano da produção: 2022
Data de compra: nov 24
Preço de compra: €20,00
Local de compra/prova: Feira do Espumante, Melgaço
Data de consumo: abril 25
Produtor: Quinta da Pigarra
Localidade: Melgaço
Enologia: ?
Acidez Total (g/L): 
Açúcar residual (g/L): 
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: ""
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 10º
Acompanhou: filetes polvo com arroz do mesmo
Pode acompanhar por exemplo:
(473)

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Quinta do Peso (2023): 4/10

Talvez inspirados pelo sucesso da Quinta da Lixa, o vinho começou a ganhar grande preponderância no concelho de Amarante, sendo que o alvarinho passou a ser uma das apostas.

Já encontrei bons vinhos no concelho (Quinta do Carapeço, ABWines) mas também alguns desinteressantes.

É o caso deste QdP (Quinta do Peso), que tem um aroma indistinto e em que as características essenciais do alvarinho não se percebem. Para agravar, pareceu-me mais doce do que seria de desejar. Ponto positivo: a acidez.

Mais uma observação: 14º de teor alcoólico é exagerado.

Relação preço-qualidade: €8 em feira (€10 ao público?) é caro.

Ano da produção: 2023
Data de compra: out 24
Preço de compra: €8,00
Local de compra/prova: UVVA, Amarante
Data de consumo: abril 25
Produtor: Quinta do Peso
Localidade: Amarante
Enologia: ?
Acidez Total (g/L): 6,5
Açúcar residual (g/L): 2,2 
Teor Alcoólico (%vol): 14º
Método de vinificação, segundo o produtor: "A fermentação e estágio de 6 meses ocorreram em cubas de inox. "
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 4/10
Primeiro copo servido a: 13º
Acompanhou: filetes de pescada frita
Pode acompanhar por exemplo:
(472)


terça-feira, 1 de abril de 2025

Seleção de Enófilos Reserva (2023): 4/10

Seleção de Enófilos é a marca branca do Intermarché. 

Já existia um Seleção de Enófilos alvarinho (colheita), agora encontrei um Reserva, ambos produzidos pelas Quintas de Melgaço.

A diferença não é muito grande.

Estamos a falar de um vinho abaixo dos €5, com muitas limitações, sobretudo em boca, onde parece demasiado ácido e com pouca fruta. No nariz não desilude.

Relação preço-qualidade: é um vinho barato (mas não o melhor abaixo dos 5 euros) e a qualidade é fraca.

Ano da produção: 2023
Data de compra: nov 24
Preço de compra: €4,29
Local de compra/prova: Intermarché de Monção
Data de consumo: março 25
Produtor: QM para Intermarché
Localidade: Melgaço
Enologia: ?
Acidez Total (g/l):
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12º
Método de vinificação, segundo o produtor: ""
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 13º
Acompanhou: Arroz de bacalhau
Pode acompanhar por exemplo:
(471)


segunda-feira, 24 de março de 2025

Casa de Rodas (2023): 7/10

Casa de Rodas é o primeiro vinho produzido pela parceria Mendes & Symington. A aposta foi jogar pelo seguro, com Anselmo Mendes a titular. Claro que se pode perguntar quantos vinhos, de uma mesma casta, um enólogo pode fazer sem que comece a repetir, mas por outro lado há a certeza de que sairá um vinho bom.

Não é contudo um vinho marcante ou diferenciador: na minha perspetiva, não se tornará uma referência entre os apreciadores de alvarinho, subsistindo todavia a certeza de que se a garrafa vier para a mesa estamos bem servidos.

Felizmente este segmento até aos €20 está cheio de boas opções, pelo que fica a curiosidade em saber qual será o próximo passo da Mendes & Symington.

Sobre o vinho: destaca-se o aroma, muito intenso e floral. Na boca, sendo um vinho bastante equilibrado, revela frutos secos, como figos. Boa acidez. O final, sem ser arrebatador, é interessante.

Relação preço-qualidade: já vi vários preços, entre os €16 e os €19 euros. Bom no primeiro caso, puxadote no segundo.

Ano da produção: 2023
Data de compra: fevereiro 2025
Preço de compra: oferta particular
Local de compra/prova: 
Data de consumo: março 25
Produtor: Mendes & Symington 
Localidade: Quinta de Rodas, Monção
Enologia: Anselmo Mendes
Acidez Total (g/l): 
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Clarificação estática do mosto por frio a 12ºC durante 48h. Fermentação durante 3 semanas com temperaturas entre os 14ºC e os 22ºC. Estágio sobre borras finas durante 6 meses."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 13º
Acompanhou: Bacalhau à Gomes de Sá
Pode acompanhar por exemplo:
(470)


quarta-feira, 19 de março de 2025

Bustelo (2023): 6/10

Bustelo é uma nova marca de vinhos verdes, embora tenha começado pela exportação (Inglaterra, Brasil).

Na origem está a Cas’Amaro (produtor de Alenquer, com cinco quintas de Norte a Sul) que adquiriu a Quinta do Bustelo, uma propriedade de 25ha com vinhas, entre o Marco e Amarante.

No mercado há Loureiro, Azal, Arinto e Alvarinho.

E foi este que provei na última edição da Essência do Vinho, onde a Cas'Amaro fez a sua estreia.

Trata-se de um vinho frutado, fresco, por isso agradável. A acidez é média.

Relação qualidade-preço: faço a pergunta do costume - quem é que em Portugal vai comprar este Bustelo, quando tem o Regueiro Reserva ao mesmo preço. Um euro menos e estaria mais adequado.
Ano da produção: 2023
Data de compra:
Preço de compra: €9,50 (segundo o produtor)
Local de compra/prova: Essência do Vinho 2025
Data de consumo: fevereiro 25
Produtor: Cas'Amaro /Quinta do Bustelo
Localidade: Marco de Canavezes
Enologia: Ricardo Santos
Acidez Total (g/l): 5,90g/L
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "O mosto é sujeito a refrigeração até 8ºC e faz a decantação estática durante 2 dias. Após separação das borras, inicia a fermentação que ocorre durante cerca de 3 semanas, a 12-14ºC. Após a fermentação estagia durante 3 meses sobre borras finas, seguindo-se o engarrafamento"
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: ?
Acompanhou:
Pode acompanhar por exemplo:
(469)



domingo, 9 de março de 2025

Pedra Antiga (2023): 7/10

O primeiro Pedra Antiga (uma marca da Provam, exclusiva do Auchan) que provei foi o 2016. Provei depois o 2018 e o 2021, o que, penso, me permite ter uma ideia da forma como este vinho tem vindo a evoluir. Este 2023 é um vinho mais equilibrado, menos cítrico. O aroma é bem frutado (já a acidez é curta).

Se a qualidade tem vindo a aumentar, o preço também: o 2016 custava €4,99, depois passou para €5,99 (2021) e agora €7,99. Não é o melhor vinho abaixo dos 8 euros, mas não se pode falar em exagero.
(também a imagem tem vindo a mudar, este é o terceiro rótulo que registo, completamente diferente dos anteriores)

Ano da produção: 2023
Data de compra: fevereiro 2025
Preço de compra: €7,99
Local de compra: Auchan, Maia
Data de consumo: março 2025
Produtor: Provam
Localidade: Monção
Enólogo: Abel Codesso
Acidez Total (g/dm3):
Açúcar (g/dm3):
Teor Alcoólico (%vol): 12º
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 11-12º
Acompanhou: filetes de pescada e arroz de feijão
Pode acompanhar por exemplo:
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terça-feira, 4 de março de 2025

Vinha Antiga Escolha (2007): 10/10

Nas últimas semanas tenho tido a oportunidade (o privilégio) de provar vários vinhos com envelhecimento em garrafa, vinhos que, como este Vinha Antiga, custaram no momento do lançamento menos de 10 euros. Quer o Soalheiro 2015 quer o Regueiro Reserva 2019 revelaram-se excelentes, suplantando o que era oferecido na data de lançamento.

Na última Essência do Vinho houve uma prova em que foi aberto um Vinha Antiga 2007, um dos vinhos mais antigos que provei até hoje.

E mais uma vez superou todas as expetativas. 

Estamos a falar de um vinho com quase 20 anos em garrafa, que - acredito - superou os próprios produtores e enólogo.O facto de terem sido 6000 garrafas e ainda existirem algumas hoje comprova-o, na minha opinião (e as pontuações que dei a colheitas mais recentes comprovam a minha surpresa). 

O facto de ter estagiado em madeira ajudou a este notável envelhecimento. No nariz e na boca há diversos sabores/aromas secundários, como o marmelo, o mel ou especiarias. O final não perdeu vitalidade.

(foram abertas duas garrafas, ambas em excelente estado)

Ano da produção: 2007
Data de compra/prova: fevereiro 2025 
Preço de compra: ?
Local de compra: Essência do Vinho 2025 
Data de consumo: fevereiro 23
Produtor: Provam
Localidade: Barbeita, Monção
Enólogo: Abel Codesso
Acidez Total: (g/l): 
Açúcares (g/l): 
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação: "." (produtor)
Aberto quanto tempo antes: na hora
Quantidade de garrafas consumidas: 2
Pontuação: 10/10
Primeiro copo servido a: 11º-13º
Acompanhou: 
Pode acompanhar por exemplo:
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Vinha Antiga (2015)


Principais produtores de Monção e Melgaço continuam a boicotar o concurso dos Vinhos Verdes?

Das duas, uma: - ou os grandes produtores (Soalheiro, Anselmo Mendes, Regueiro, Santiago, etc) participaram, enviando os seus melhores vinho...

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