segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

O melhor vinho do mundo (Contacto 2023 - 7/10)

Embora se trate apenas de uma escolha, ou seja 'vale o que vale', como se diz sempre nestes casos, ninguém em Portugal ficou indiferente ao facto da Food & Wine ter escolhido o Contacto 2022 como o melhor vinho (branco) do mundo. Tratando-se de um alvarinho, muito mais justificada a (minha e não só) atenção.

Começo por dizer que, quaisquer que sejam os 'mas...' que se associem à escolha, este é um motivo de orgulho. A revista tem prestígio internacional e colocar um alvarinho como melhor vinho do mundo (na verdade, quando se lê percebe-se que é o melhor vinho branco do ano) deveria levar Marcelo Rebelo de Sousa a condecorar Anselmo Mendes (já o fez por muito menos).

É o melhor vinho do mundo? Claro que não. O próprio Anselmo tem vinhos muito melhores.

O autor da escolha justifica a escolha também com o preço ("Este branco português de Anselmo Mendes é elegante e mineral, com muito mais nuances do que seria de esperar pelo preço e ganha o prémio de meu vinho branco favorito do ano") na medida em que é o mais barato dos 15 selecionados.

Voltei, por causa disto, a provar o Contacto, colheita 2023. Gosto da sua acidez, que não achei excessiva, com um perfil cítrico e mineral. Além do mais penso que o bebi cedo demais (está um vinho muito jovem).

O preço tem vindo a subir ao longo dos últimos anos. 




Ano da produção: 2023
Data de compra: janeiro 2025
Local de compra: Auchan
Preço de compra: €11,95
Data de consumo: janeiro 2025
Produtor: Anselmo Mendes
Localidade: Melgaço
Enólogo: Anselmo Mendes
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
(30)


Contacto 2015

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Adega do Mato Colheita Selecionada (2022): 3/10

A explicação para a pontuação tão baixa é simples: este é um vinho doce!

Tão doce que em certos momentos deixa de ser agradável bebê-lo.

Com uvas produzidas em Ribeira de Pena (concelho conhecido pelos bons vinhos azal ou arinto), mesmo no limite da zona dos vinhos verdes, é imposível que elas deem origem a um vinho tão doce. 

É o primeiro alvarinho que bebo com origem neste concelho.

Relação preço-qualidade: ninguém dirá que €7,5 é caro, mas todos sabemos que há vinhos (muito) melhores a 5 ou 6 euros.

Ano da produção: 2022
Data de compra: maio24
Preço de compra: €7,5
Local de compra: Wine & Blues Festival Viana do Castelo
Data de consumo: janeiro 25
Produtor: Vítor Magalhães
Localidade: Ribeira de Pena
Enologia: Winelords
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "...".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 3/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: filetes de pescada
Pode acompanhar por exemplo:
(463)


sábado, 4 de janeiro de 2025

Dom Ponciano Colheita Selecionada (2013): 6/10 [2ª prova, seis anos depois]

Continua a minha descoberta relativamente à capacidade de envelhecimento do alvarinho, que se sabe ser muita, mas não infinita.

A experiência desta vez é um pouco peculiar: Rui Esteves, dos Dom Ponciano, é o único que vende um alvarinho com mais de 10 anos, no caso o Dom Ponciano Colheita Selecionada 2013. Só por isso merece aplauso, até por estar eu estar convencido de que, cada vez mais, haverá oferta com envelhecimento. Veremos...

A experiência foi interessante porque bebi este 2013 pela primeira vez em 2018 (com cinco anos, portanto) e estava muito bom. Passaram seis anos e voltei a bebê-lo. A convicção é de que está em perda e que não só não vai melhorar como até pode estar no limite do prazo de validade. 

Está mais 'normal' (no sentido de banal), sem aquela vitalidade que antes identifiquei.

Fiz ainda mais uma experiência: bebi-o no dia seguinte e ainda dois dias depois (devidamente acondicionado). E não é que este último copo foi o melhor?!

Ano da produção: 2013
Data de compra: abril de 24
Preço de compra: €15
Local de compra: Feira do Alvarinho de Melgaço
Data de consumo: dezembro de 24
Produtor: Dom Ponciano
Localidade: Paderne, Melgaço
Enologia: 
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "envelhecido em cuba de inox".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: arroz de marisco
Pode acompanhar por exemplo:
(73)




sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Quinta da Pegadinha Escolha (2022): 6/10

Primeiro destaque: pela primeira vez encontrei um rótulo que nos dá verdadeiramente informação em vez do rol de adjetivos, muitos deles apenas tretas, que são habituais em quase todos os vinhos.
Caro leitor, veja como Miguel Lemos, viticultor e proprietário da Quinta, resolveu o problema:
Tem a minha admiração, mesmo não havendo site a suportar o produto!

Sobre o vinho: estamos perante um aroma menos frutado (quando muito cítrico) e mais vegetal.
Em boca não se revela muito personalizado, mas claramente distingue-se pela acidez final, bem marcante.

Relação preço-qualidade: caro. Custou €14,45 e percebo que a produção seja pequena (996 garrafas, segundo o produtor), mas não está ao nível de muitos alvarinhos da (sub)Região de Monção e Melgaço. No final, o cliente, quando vai comprar, tem uma enorme capacidade de escolha; duvido que escolha este, se puder comprar um vinho (vamos dizer igual, para não dizer melhor) a €10 euros (veja-se este exemplo recente)
Ano da produção: 2022
Data de compra: dezembro de 24
Preço de compra: €14,45
Local de compra: Portugal Vineyards
Data de consumo: dezembro de 24
Produtor: Quinta da Pegadinha
Localidade: Barcelos (VV DOC)
Enologia: Miguel Lemos
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "fermentação em inox, estágio em borras finas".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 11º
Acompanhou: robalos na brasa
Pode acompanhar por exemplo:
(462)


segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Contemporal (2021): 3/10

Guardei esta garrafa do alvarinho de marca branca do Continente, que comprei em 2022, até agora. A ideia era testar até que ponto um vinho de menos de 4 euros aguentaria dois ou três anos em garrafa.

Não aguentou e já foi sacrifício bebê-lo. Deveria ter sido bebido no ano de lançamento ou no seguinte, no máximo

Por isso, é importante dizê-lo: a culpa é minha e não do vinho. (quando bebi o 2016 e 2018 atribuí sempre notas positivas)

Em 2025 vou continuar a fazer experiências

Ano da produção: 2021
Data de compra: outubro 2022
Local de compra: Continente, Vila do Conde
Preço de compra: €3,79
Data de consumo: dezembro 2022
Produtor: Continente /"Engarrafado por Quintas de Melgaço"
Localidade: Melgaço
Acidez:
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 3/10
Primeiro copo servido a: 11º
Acompanhou: (ou iria acompanhar...) bacalhau assado
Pode acompanhar por exemplo:
(8)

Contemporal 2016

Contemporal 2018

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Chicane Voyage (I) (2020): 6/10

 Apesar de haver pouca informação, este Voyage tem algumas coisas que merecem ser ditas.

A primeira é que, com uvas plantadas em Vila Nova de Tazem, é o primeiro alvarinho cm origem na região do Dão.

A segunda é que surge como IVV e a única referência a alvarinho aparece neste código L.ALV20 (lote alvarinho, 2020, se bem percebo). Nas lojas online, onde está à venda, é apresentado como alvarinho.

Voyage é o nome do vinho, Chicane a marca criada pelos enólogos Carlos Ferreira e António Teixeira a partir de uvas criadas na Quinta dos Garnachos, Tazem.

E agora o vinho: vale os €17,25 que paguei? Não. Tem um aroma bastante vegetal e uma acidez interessante, mas em boca é mostra-se sem personalidade.

É, como agora se diz, uma interpretação do alvarinho? Claro que sim, com toda a legitimidade. Mas não me convenceram.

Ano da produção: 2020
Data de compra: dezembro de 24
Preço de compra: €17,25
Local de compra: Portugal Vineyards
Data de consumo: dezembro de 24
Produtor: Vinhos Chicane
Localidade: Vila Nova de Tazem (IVV)
Enologia: Carlos Ferreira e António Teixeira
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "...".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 13º
Acompanhou: bacalhau cozido com legumes
Pode acompanhar por exemplo: 
(461)


sábado, 14 de dezembro de 2024

Quinta de Santiago Espumante Bruto Velha Reserva (2017): 8/10

Só muito recentemente os apreciadores de alvarinho (e, sem exagero, penso. muitos dos produtores) perceberam o potencial de guarda do alvarinho, seja para vinhos tranquilos seja para espumantes - ou colheitas tardias. 

Daqui a alguns anos saber-se-á muito mais do que hoje sobre quantos anos pode um vinho destes 'aguentar' sem começar a perder qualidades - como se imagina, a validade não é infinita.

Vem isto a propósito deste Velha Reserva (estágio em garrafa de pelo menos 36 meses) da Quinta de Santiago, se não estou enganado, o primeiro que produziram.

Abri-o com mais de uma hora de antecedência, tendo o cuidado de preservar ao máximo o gás carbónico. E mesmo assim, revelou-se muito fechado. Foi abrindo ao longo da refeição e estava bem melhor no final. Mas fiquei com a ideia de que deveria ter sido bebido um ou dois anos antes.

Relação preço-qualidade: paguei €30 e esse é, mais ou menos, o preço em garrafeira, hoje (2017 e 2018). Acho que há uma boa relação, que seria melhor se bebido quando foi lançado.

Ano da produção: 2017
Data de compra: abril de 24
Preço de compra: €30
Local de compra: Saudáveis e Companhia [nota: a loja fechou entretanto; que pena, pois tinha um serviço diferenciado]
Data de consumo: dezembro de 24
Produtor: Quinta de Santiago [site off, nesta altura]
Localidade: Monção
Enologia: Abel Codesso
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "...".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: arroz do mar
Pode acompanhar por exemplo: tem potencial para acompanhar quase todo o tipo de pratos
(460)


quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Borges Estagiado em Barrica (2022): 6/10 [ATUAL.]

Como os leitores saberão, valorizo diversos elementos, além do apreciação intrínseca do vinho.

É o caso deste Borges.

Comecemos pelo preço.

A Sociedade dos Vinhos Borges recomenda um preço de venda ao público de €17,90, que é o preço na loja do distribuidor oficial, mas comprado na loja física custou €20,80. Não percebi.
ATUALIZAÇÂO a 10/1/25: a empresa contactou-me, de uma forma muito correta, e explicou-me que houve uma falha, no momento da compra e emissão da fatura, explicação que eu aceitei.
A origem das uvas: a garrafa não nos dá qualquer informação sobre a origem das uvas, apenas pela leitura da imprensa se fica a saber que vêm da Quinta do Ôro (Felgueiras). Quem compra um alvarinho de quase €20 euros, fora da região Monção e Melgaço, 'exige' mais informação.

Finalmente o vinho: o aroma tropical é intenso, mas depois 'morre' um pouco na boca, onde lhe falta intensidade. Percebe-se a madeira, que está equilibrada, mas também falta que a acidez seja um pouco mais prolongada.

Relação preço-qualidade: se o extraordinário Regueiro Barricas custa mais ou menos o mesmo, concluo que este vinho é caro.

Ano da produção: 2022
Data de compra: fevereiro 24
Preço de compra: €20,80
Local de compra: JMV (Rio Tinto)
Data de consumo: dezembro de 24
Produtor: Vinhos Borges
Localidade: Uvas de Felgueiras?
Enologia: ?
Acidez Total (g/l):  7 g ac.tart (2023)
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "o mosto proveniente das uvas prensadas é arrefecido para 8-12 ºc de forma a decantar. Após decantação o mosto limpo é separado das borras e inicia-se a fermentação com controlo de temperatura (15-17 ºC). No final da fermentação o vinho estagia sobre as borras finas em barricas de carvalho francês durante 5 meses".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 13º
Acompanhou: bacalhau assado na brasa
Pode acompanhar por exemplo:
(459)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

O mercado resiste ao aumento do preço do Soalheiro (e o que acontece com a concorrência)

Talvez os leitores se lembrem dos textos que aqui escrevi sobre o 'movimento' de preços associados ao Soalheiro: a empresa a recomendar um pvp de €11,5 e o mercado (nós, portanto...) a resistir.

Passou ano e meio desde o primeiro texto e eis o que encontrei num supermercado perto de casa:

Soalheiro a €9,99 (era €11,59).
QM a €8,89 (era €11,89)
Dona Paterna a €9,49 (era €11,99)
Muros de Melgaço a €9,99 (sem promoção)
Contacto a €8,99 (era €11,59)
E Regueiro a €9,09 (sem promoção)


Duas notas: 
- a luta está feroz neste segmento (as chamadas colheitas);
- em alguns casos a poupança é de quase dois euros em garrafa, o que significa 20%;

(mesmo que as marcas sejam alheias a estas promoções, como acredito que sejam, parece-me evidente que o supermercado em causa acha que só consegue vender estes alvarinhos, quase todos muito bons,  abaixo dos €10)


quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Duas cervejas de alvarinho Mesmo Boa

Carlos Araújo é um empresário sedeado na Póvoa de Varzim que trabalha há muitos anos com vários produtos relacionados/derivados do alvarinho.

Entre esses produtos destacam-se duas cervejas, a que deu o nome de Mesmo Boa.

Uma é apresentada como 'grape ale, cerveja especial' (no mercado desde 2016) e outra 'Portuguese grape ale, cerveja extra'.

Como tenho escrito diversas vezes, não é fácil evidenciar as características do alvarinho em produtos que incluem outras matérias.

Em ambas há mosto de cevada, lúpulo e mosto de alvarinho (além de um pouco de vinho alvarinho).

No caso da  'grape ale cerveja especial' o resultado é bem conseguido. Obviamente que não é vinho, mas, além da cerveja ser muito agradável, é possível, em boca perceber alguns traços da casta.

Já relativamente à 'Portuguese grape ale cerveja extra', a grande diferença é o nível de alcoól: 8,9%, contra 5,7º da anterior.
Emboara os ingredientes sejam os mesmos, gostei mais da primeira, por permitir perceber a sensação de alvarinho.
Em resumo, duas boas cervejas, compradas num pack de quatro (duas de cada), que custou €20 na Feira do Espumante de Melgaço, um preço muito bom.


Contactos do produtor: Bebipedala – Carlos Araújo, geral@bebipedala.pt ou +351919227419.

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Bagagem de Mão (2023): 7/10

Provei, pela primeira vez, este vinho na Feira de Monção deste ano, acabadinho de engarrafar. Pareceu-me, e Luís Moreira concordou, que precisava de mais tempo para 'estabilizar' e 'crescer'. E por isso guardei esta garrafa durante meio ano. Está, indiscutivelmente melhor. Mas estará ainda melhor daqui a dois/três anos, nomeadamente - acredito - na acidez final.

O que mais distingue este Bagagem de Mão (irmão mais novo do Bagagem) é a sua mineralidade. Os aromas são sobretudo cítricos e vegetais, mas na boca apresenta uma forte mineralidade, potenciada pela forma como foi vinificado. Veja-se o reduzido teor de açúcar residual.

Numa região em que a esmagadora maioria dos vinhos tende a ser iguais, frutados, além da acidez muito personalizada, este vinho de Luís Moreira distingue-se. E enriquece a oferta da (sub)Região Monção e Melgaço.

Relação preço-qualidade: boa.

Ano da produção: 2023
Data de compra: julho 24
Preço de compra: Oferta do produtor (€14,9 na Garrafeira Nacional)
Local de compra: 
Data de consumo: novembro de 24
Produtor: Luis Moreira
Localidade: Uvas de Monção, engarrafadas por Lua Cheia - Saven, Ílhavo
Enologia: Luis Moreira
Acidez Total (g/l): 6,9 g/l 
Açúcar residual (g/l): 0,49
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Vindima realizada manualmente, 12 horas de maceração pelicular com controlo de temperatura. Fermentação com leveduras indígenas em cuba de inox, seguido de um estágio sobre borras finas com bâtonnage regular."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: massada de salmão
Pode acompanhar por exemplo:
(458)

domingo, 24 de novembro de 2024

Feira do Espumante de Alvarinho de Melgaço numa encruzilhada

Mais uma vez voltei a Melgaço, para vistar a Feira do Espumante.

No geral, mantenho as observações feitas em 2022 (poucos produtores, muitos com apenas um espumante de alvarinho), o que torna a visita demasiado curta e desinteressante.

Outra observação que notei este ano: os produtores deixaram em casa ou então deixaram de produzir colheitas especiais (velhas reservas, por exemplo), apresentado pouco mais do que as gamas de entrada. Se não estou em erro, apenas Soalheiro e Provam tinham três ou mais espumantes. O espumante mais caro custava €20 * - ou seja, só havia os mais baratos; é assim que a Feira se distingue?

Mais uma nota: dos 12 produtores, apenas um trazia um vinho novo (Quinta da Pigarra, um Reserva). Muito pouco.

Saí de Melgaço convencido de que a Feira se realiza por vontade da Câmara e não tanto dos produtores, mas posso estar enganado.

Comprei uma garrafa de Côto de Manoelas Assemblage na Feira, a €20, e 15 quilómetros à frente, no Supermarcado Coca, custava €15,49. É justo???? Para quê ir à Feira, se posso comprar muito mais barato no Coca??


sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Convento do Paraíso (2021): 6/10

Vem de Silves, no Algarve, este alvarinho.

Como seria de esperar, e até de desejar, é bem diferente dos cultivados na subregião ou até no Minho.

Se no nariz percebemos um perfil cítrico, e aqui não há nada de especial, em boca mostra-se com bastante acidez. Um dos vinhos com mais acidez que provei nos últimos tempos. Pessoalmente, gosto deste perfil de vinhos, mas uma das consequências é que essa acidez bem vincada tende a abafar a restante estrutura do vinho (fica curto na boca).

Em suma, um vinho que não é para todos, nem para todas as refeições (evitar doces, por exemplo), mas que se bebe bem sem envelhecimento e a menos 10º de temperatira.

Relação preço-qualidade: menos um euro e seria perfeito. [na loja online já custa €16,95!!!]

[No rótulo é apenas um branco, só no contrarrótulo se diz que é alvarinho, provavelmente porque poucos associarão a casta ao Algarve]

Ano da produção: 2021
Data de compra: maio 24
Preço de compra: €10,76
Local de compra: Garrafeira Soares
Data de consumo: novembro de 24
Produtor: Convento do Paraíso
Localidade: Silves, Algarve
Enologia: ?
Acidez Total (g/l): 6,39 g/l em ácido tartáricop (2019)
Açúcar residual (g/l): 2,1
Teor Alcoólico (%vol): 13,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Fermentação e posterior estágio de 10 meses em inox na presença das borras finas" (colheita de 2019).
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 11º 
Acompanhou:  bacalhau no forno
Pode acompanhar por exemplo:
(457)






terça-feira, 12 de novembro de 2024

(casa de) Canhotos Sublime Espumante Bruto Natural (2020): 8/10

A diferença entre esta prova, feita no ano passado, é que passou ano e meio e agora o vinho ficou melhor.

Tornou-se um vinho mais sugestivo, mais equilibrado e até a bolha deixou de ser tão intensa.

Ano da produção: 2020
Data de compra: maio 2023
Preço de compra: €15
Local de compra: Feira do Alvarinho de Melgaço
Data de consumo: novembro 24
Produtor: Casa de Canhotos
Localidade: Penso, Melgaço
Enólogo: ?
Acidez Total (g/dm3):
Açucares:
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação:
Aberto quanto tempo antes: 15 minutos (estava melhor ao segundo copo)
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: arroz de marisco
Pode acompanhar por exemplo:
(389)


 


terça-feira, 5 de novembro de 2024

Génese, o novo vinho de António Luís Cerdeira (e outras novidades)

 Nos últimos dias de outubro, António Luís Cerdeira começou finalmente a dar a conhecer o seu novo projeto, a partir de uma conta de Facebook chamada Vinevinu (o nome da nova empresa).

Ficamos por exemplo a saber que o coração do projeto será em Melgaço ("Temos uma casa ligada à família da minha mulher, antiga, com três andares e 6.000 metros de terreno, onde, devagarinho, não será no próximo ano, queremos construir o nosso projeto da adega. Melgaço é a nossa origem. É a nossa génese. É a nossa casa”, disse ao Jornal de Negócios), mas que haverá uma outra propriedade, em Requião (Famalicão), onde será feito “alvarinho em combinações improváveis”.

Em várias publicações, o pai Cerdeira anuncia que, pelo menos nesta fase, haverá duas marcas: “Almanua é o vinho da descoberta, da criação e da inovação, elaborado em Requião, este novo espaço com marcada influência atlântica. Para este lote o Alvarinho está em ‘blend’ com outras variedades autóctones, plantadas no mesmo local. Génese é o nosso vinho de Monção e Melgaço, vindima 2024, 100% Alvarinho e de vinhas plantadas nos declives da montanha, em Melgaço”. O Almanua será lançado no próximo mês e o Génese em março de 2025.



segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Gema Espumante Super Reserva (2019): 7/10

Primeira experiência do produtor Gema Wines nos espumantes, que lançou este ano a colheita referente a  2019.

Trata-se de um vnho com alguma complexidade, aliada a um nariz bem identificativo das características da casta (fruta tropical).

Em boca mantém essas características, com boa acidez. A bolha é elegante.

Relação preço-qualidade: é a velha questão de sempre; €15 na Feira de Monção é uma pechicha, €29 online na própria loja já é puxadote... Nota: este produtor, até por dirigir uma parte da pordução para o estrangeiro, nunca teve como prioridade o preço.

[e por falar em mercados estrangeiros, talvez no Dubai ninguém queira saber a origem do vinho, mas por cá já é difícil aceitar que surja a indicação no contrarrótulo de "engarrafado por Eng. 1268". Porque não mais transparência na informação, até por estarmos a falar de um vinho que 'exige' outro tipo de cliente, porventura mais exigente?]

Ano da produção: 2019
Data de compra: julho 24
Preço de compra: €15
Local de compra: Feira de Monção 2024
Data de consumo: outubro de 24
Produtor: Gema Wines
Localidade:  Merufe, Monção
Enologia: ?
Acidez Total (g/l): 6,0
Açúcar residual (g/l): 2,1 
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "O mosto é clarificado a 12ºC durante 48 horas e fermentado sob temperatura controlada durante 12-15 dias. Após a fermentação inicial, o vinho passa 5 meses sobre borras finas. O espumante é então engarrafado e passa por uma segunda fermentação na garrafa, seguido de um estágio de 24 meses. O processo conclui-se com remouage e degorgement".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 13º [o segundo copo, 17 horas depois, foi bem melhor do que o primeiro, aberto muito em cima da refeição]
Acompanhou: arroz do mar
Pode acompanhar por exemplo:
(456)



quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Casa de Vilacetinho (2023): 5/10

A Casa de Vilacetinho, em Alpendorada, Marco de Canavezes, é bem conhecida pelo seu vinho verde, sobretudo avesso (mais de 80% da sua oferta tem avesso). Cheguei a ver o slogan 'Casa do Avesso' associada ao produtor. Bebi-o algumas vezes, sempre com agrado.

Durante alguns anos, o alvarinho servia sobretudo para associar ao avesso, mas também a Casa de Vilacetinho acabou por colocar no mercado um monocasta.

Poderia dizer que o seu avesso é melhor do que alvarinho, mas não será correto comparar duas castas.

O que me parece é que este alvarinho vale sobretudo pela acidez final, tensa, a entrar pela fruta.
O aroma é bom, mas a estrutura do vinho, em boca, parece-me curta, pois rapidamente passamos para o final.

[curiosidade: no rótulo aparece a expressão 'Fresco e citrino', o que é raro, para não dizer novidade]

Veremos se o produtor continuará a colocar no mercado o seu alvarinho.

Relação preço-qualidade: é algo que os produtores têm de pensar - se por este preço posso comprar o Regueiro Reserva, porquê comprar este?


Ano da produção: 2023
Data de compra: setembro 24
Preço de compra: €9,99
Local de compra: Continente Norte Shopping
Data de consumo: outubro de 24
Produtor: Casa de Vilacetinho
Localidade: Alpendorada, Marco de Canavezes
Enologia: José Manuel Antunes (enólogo residente)
Acidez Total (g/l): 5,7º (fixa)
Açúcar (g/l): <1.5 (redutores)
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: ?
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 5/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: Filetes de pescada
Pode acompanhar por exemplo:
(455)








sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Coroa do Vale (2023): 4/10

Este vinho é excessivamente doce.

Não tenho acesso à ficha técnica, mas chega a ser enjoativo - embora possa admitir que haja quem gosta.

Mas esta doçura demasiado presente adultera as características do alvarinho, sobretudo ao nível da acidez final, que fica escondida.

Relação preço-qualidade: apesar de ter custado apenas €7,5 (em Feira), não voltarei a comprá-lo.

Ano da produção: 2023
Data de compra: junho 24
Preço de compra: €7,50
Local de compra: UVVA Amarante
Data de consumo: outubro de 24
Produtor: Vitimarante
Localidade: Fridão, Amarante
Enologia: ?
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar (g/l) ?
Teor Alcoólico (%vol): 13,5º
Método de vinificação, segundo o produtor:
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 4/10
Primeiro copo servido a: 11º-12º
Acompanhou: arroz do mar
Pode acompanhar por exemplo:
(454)


segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Soalheiro Primeiras Vinhas (2017): 8/10

 Este projeto arrancou em setembro de 2017 e esta foi das primeiras garrafas que me ofereceram. Guardei-a estes quase sete anos para testar a longevidade. Se em 2017 ainda tinha dúvidas, pela inexperiência, agora é uma certeza: vinhos como este ganham em esperar para serem abertos. Tenho a certeza que estava melhor do que se tivesse sido aberto no início de 2018, por  exemplo (como foi...).

Ano da produção: 2017
Data de compra: dezwmbro 17
Preço de compra: oferta do produtor
Local de compra: 
Data de consumo: outubro de 2024
Produtor: Quinta do Soalheiro
Localidade: Melgaço
Enologia: ?
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar (g/l) ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor:
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 111º-12ºº
Acompanhou: arroz de pato
Pode acompanhar por exemplo:
(67)


quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Teixeiró (2023): 6/10

Primeira nota: mais um vinho com uvas produzidas em Baião (em pouco tempo, é o terceiro que registo).

Segunda nota: Paço de Teixeiró, a quinta, está associada à WineStone (grupo José de Mello/Ravasqueira).

Sobre o vinho: é agradável de beber, com um perfil cítrico (toranja, sem dúvida) e tem um aroma muito rico. Mas falta alguma intensidade. Há acidez no fim, mas curta.

Terceira nota: apenas 11,5º de álcool.

Relação preço-qualidade: menos um euro e estava perfeito (assim, compete com grandes vinhos da subregião, como o Regueiro Reserva, que tem o mesmo preço, e o Teixeiró fica a perder...)

Ano da produção: 2023
Data de compra: setembro 24
Preço de compra: €9,99 
Local de compra: Continente /Norte Shopping
Data de consumo: outubro de 24
Produtor: WineStone [engarrafado por Quinta do Côtto, Arraiolos]
Localidade: Baião
Enologia: ?
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar (g/l) ?
Teor Alcoólico (%vol): 11,5º
Método de vinificação, segundo o produtor:
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 10º-11º
Acompanhou: pizza vegetariana
Pode acompanhar por exemplo:
(453)


O melhor vinho do mundo (Contacto 2023 - 7/10)

Embora se trate apenas de uma escolha, ou seja 'vale o que vale', como se diz sempre nestes casos, ninguém em Portugal ficou indifer...

Textos mais vistos