segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Quinta da Calçada Reserva (2023): 6/10

Começo pelo preço: este Quinta da Calçada Reserva foi bebido num dos restaurantes do grupo da Quinta da Calçada e custou €30. Do meu ponto de vista faria sentido que os vinhos 'da casa' tivessem preços mais baixos.

Por incrível que possa parecer, não encontrei este vinho à venda online, mas imagino que custe cerca de €15. Caro. Pelo que disse antes, €30 no restaurante é exagerado.

Quanto ao vinho, passa discretamente. Aroma interessante, boca com pouca estrutura e final curto.

Não é sacrifício bebê-lo, mas não marca nem deixou saudades.

Ano da produção: 2023
Data de compra: novembro 2025
Local de compra: Restautante Real by Quinta da Calçada, Porto
Preço de compra: €30
Data de consumo: novembro 2025
Produtor: Quinta da Calçada, (VV DOC)
Localidade: Amarante
Enólogo: João Cabral de Almeida
Acidez Total (g/dm ) ?
Açúcares residuais: ?
Teor Alcoólico (%vol): 12º
Método de vinificação, segundo o produtor: "?"
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 11/12º
Acompanhou: polvo com puré de batata doce
(497)





sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Soalheiro Espumante Bruto Barrica (2019): 8/10

Este 2019 revelou-se macio, rico em sabores secundários (caramelo, baunilha), sem perder autenticidade (toranja, clementina). 

No aroma manteve-se pujante.

Só no final se sentiu um pouco menos de intensidade, o que, bem vistas as coisas, está perfeitamente de acordo com o facto de, sendo um 2019, estar um espumante muito mais 'tranquilo'.

Ano da produção: 2019
Data de compra: agost 23
Local de compra: 
Preço de compra: oferta do produtor
Data de consumo: novembro 25
Produtor: Soalheiro
Localidade: Alvaredo, Melgaço
Enólogo: A. Luis Cerdeira
Acidez: 6,6º
Açúcar residual: Bruto
Acidez volátil (g/dm): 0.38
Vinificação, segundo o produtor: "A fermentação primária ocorre em barricas de carvalho usadas, onde o vinho vai estagiar durante 12 meses. Este estágio dá ao vinho um caráter de aroma mais evolutivo e mais intenso, bem como mais sabor e uma textura duradoura. A fermentação secundária ocorre depois em garrafa. O vinho estagia ainda durante 36 meses na nossa adega a uma temperatura constante e baixa. Findo este processo de estágio, procede-se ao dégorgement por forma a retirar as leveduras da garrafa e a cápsula metálica é substituída por uma rolha tradicional feita de cortiça portuguesa"
Quantidade de garrafas consumidas:
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 10º
Acompanhou: Pargo assado no forno
Pode acompanhar por exemplo: muito gastronómico, mesmo para carnes
(217)

Soalheiro Bruto Barrica 2014

terça-feira, 18 de novembro de 2025

Alv (2021): 5/10

 Ao beber os dois primeiros copos deste alentejano Alv lembrei-me de uma frase do falecido Padre Américo, que dizia 'não existem rapazes maus'. É como acontece com os vinhos, basta ler... No caso em apreço, não quero afirmar que existem vinhos maus, mas alguns não passam de... fracos.

As primeira impressões deste Alv foram realmente muito desinteressantes: o aroma ainda prometia, mas na boca havia muito pouco. O final era demasiado curto e quase sem acidez. Fiquei frustrado.

Como sempre acontece, e por defesa, optei por esperar e voltar a provar na refeição seguinte, 15 horas depois. Melhorou, sem passar do 10.

Isto remete-nos para uma questão mais vasta: porquê fazer um alvarinho no Alentejo se é pior do que a esmagadora maioria dos que se fazem na zona dos Vinhos Verdes (já nem falo da subregião)? Uma coisa é ter a casta pata equilibrar lotes, outra é fazer vinhos extreme, sem qualidade mínima.

Relação qualidade-preço: paguei €7,75, mas num supermercado, por menos dois ou três euros, comprava melhor.

Ano da produção: 2021
Data de compra: setembro 2025
Local de compra: Portugal Vineyeards
Preço de compra: €7,75
Data de consumo: novembro 2025
Produtor: Terra d'Alter (Imparwines)
Localidade: Fronteira (VR Alentejano)
Enólogo: Peter Bright
Acidez Total (g/dm ) 6.0
Açúcares residuais: 0,3
Teor Alcoólico (%vol): 13,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Uvas vindimadas à mão de vinhas pl antadas em solos calcários. Esmagamento suave, arrefecimento do mosto, seguido de contacto pelicular durante 24 horas. Defecação durante 48 horas, seguida de fermentação prolongada (50 di as) em cuba de inox, à temperatura de 12ºC e permanência sobre as borras finas at é ao engarrafamento"
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 5/10
Primeiro copo servido a: 13º
Acompanhou: frango assado no forno
(496)


sexta-feira, 14 de novembro de 2025

"Como o estágio com as borras está a transformar o Albariño no vinho branco mais surpreendente de Espanha". E em Portugal?

"How Lees Aging Is Transforming Albariño Into Spain’s Most Surprising White Wine" é o título de uma peça da Food & Wine sobre como o contacto com as borras "can do some magical things: It adds roundness and texture to the mouthfeel, helps protect the wine from future oxidation, and can impart a distinctive savory edge to its flavors — think baked bread, nuts, and a kind of overall umami depth." ["acrescenta corpo e textura à sensação na boca, ajuda a proteger o vinho da oxidação futura e pode conferir um toque salgado distinto aos seus sabores — pense em pão cozido, nozes e uma espécie de profundidade umami geral."].Exemplo: O melhor vinho de Espanha, relativo a 2025, tem estágio em borras durante 24 meses!

E em Portugal?

A primeira nota é que ainda há poucos vinhos que se declaram com estágio em borras; nenhum dos big-5 da subregião (Adega de Monção, Soalheiro, Anselmo Mendes, Provam e Quintas de Melgaço) apresenta um vinho com esse designativo.

A segunda é que os produtores hesitam entre o uso da palavra (sobre) lias, que é uma expressão em castelhano, e borras, neste caso acrescentando o adjetivo 'finas'. A Comissão dos Vinhos Verdes regista as duas palavras e até distingue borras finas ("Conjunto de lementos insolúveis dos mostos ou vinhos, que se depositam depois das borras grossas.") de borras grossas ("Elementos insolúveis que, por maior densidade, são os primeiros a depositarem-se nos vinhos e nos mostos, e constituem a camada inferior das borras").

A Quinta de Paços terá sido pioneira em Portugal ao lançar o Casa do Capitão-Mor Alvarinho sobre lias, relativo a 2016. Com uma exceção, todos os conheço são da subregião.

Da lista que se segue, percebe-se que ainda não houve um vinho (dos que apresentam essa designação no rótulo) que me tenha surpreendido.

Todos os vinhos registados que tenham essa designação:







Além destes, há outros vinhos que fazem estágio sobre borras, mas não o anunciam nos rótulos. Um exemplo: o excelente Sou (2018): 8/10 (tem estágio de 9 meses em borras finas)

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Muros Antigos (2012): 7/10

Os leitores desta página sabem, certamente, como me fascina a capacidade de envelhecimento da casta, mesmo quando os vinhos em questão não foram pensados para serem consumidos mais de 5 ou 10 anos depois. Como não existe um 'manual' sobre a capacidade de resistência do alvarinho em vários contextos de enologia, tenho vindo a experimentar e, em certos casos, mesmo a forçar prolongamentos excessivos, à procura de compreender melhor.

Foi o que aconteceu com este Muros Antigos de 2012. E o primeiro sinal veio logo com a rolha. Não tinha perda, mas desfez-se em três bocados. Depois, em boca, mostrou algum 'pico' (estranho...) e um sabor um pouco acre (o aroma também estava contido, mas neste contexto é perfeitamente natural). Salvou-se o final, quase vinho do Porto, com aquela acidez que só o alvarinho proporciona, e que veio confirmar que, bebido entre os cinco e os 10 anos após o lançamento, teria sido extraordinário.

[a nota tenta refletir o equilíbrio entre a qualidade intrínseca do vinho e a forma como o tratei...]

Claro que fiquei com pena, mas são os riscos de quem quer aprender a andar de bicicleta com ela em andamento.🚴💪

Ano da produção: 2012
Data de compra: ?
Preço de compra: ?
Local de compra: ?
Data de consumo: novembro 25
Produtor: Anselmo Mendes
Localidade: "Monção e Melgaço"
Enólogo: Anselmo Mendes
Acidez Total (g/dm3): ?
Açúcar (g/dm3): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 13º
Acompanhou: Arroz de polvo
Pode acompanhar por exemplo:
(60)

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Paco & Lola Prime 2021

 

El mejor vino de España es gallego y es candidato a mejor del mundo: "Cada sorbo es un bocado de mar, granito y bosque"

La bodega gallega Paco & Lola, con sede en Meaño, en pleno corazón del Val do Salnés, está viviendo uno de los momentos más brillantes de su historia. Su vino Paco & Lola Prime 2021 ha sido elegido Mejor Vino Blanco de España 2025 en los Premios Alimentos de España, otorgados por el Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentación, y además la cooperativa ha sido nominada al White Wine Producer Trophy 2025 del International Wine & Spirit Competition (IWSC), uno de los certámenes más prestigiosos del mundo. El premio fue entregado el pasado mes de octubre en un acto celebrado en Madrid, donde el jurado destacó la excelencia, pureza varietal y equilibrio de este albariño amparado por la Denominación de Origen Rías Baixas. El Paco & Lola Prime 2021 se elabora con uvas seleccionadas del Val do Salnés y pasa una crianza sobre lías finas durante 24 meses, lo que aporta al vino una mayor complejidad aromática, notas balsámicas, minerales y una textura envolvente que refleja la esencia del Atlántico. https://www.elespanol.com/quincemil/vivir/gastrogalicia/20251109/vino-gallego-nominado-mejor-mundo-sorbo-bocado-mar-granito-bosque/1003744005629_0.html

Este está siendo un muy buen año para la Cooperativa Vitivinícola Arousana, que comercializa sus vinos de Rías Baixas bajo la marca Paco & Lola. Porque si hace solo unas semanas recogía el premio Alimentos de España al mejor vino blanco, este miércoles recibió el galardón a la mejor bodega productora de vino blanco del mundo. Un reconocimiento que se otorga en el prestigioso International Wine and Spirit Competition, que se celebró en Londres.
https://www.lavozdegalicia.es/noticia/somosagro/agricultura/2025/11/13/paco-amp-lola-mejor-bodega-productora-vino-blanco-mundo/00031763029484285868109.htm

Reguengo de Melgaço Espumante Reserva Bruto (2020): 8/10

Passaram 7 anos desde que bebi pela primeira vez o espumante do projeto hoteleiro Reguengo de Melgaço. E se na altura não fiquei entusiasmado, beber o 2020 foi uma experiência bastante diferente: um vinho evoluído, que dá mais do que fruta (pastelaria, alguns frutos secos), mantendo uma bolha delicada. A acidez está bem doseada.

O vinho foi bebido num restaurante e custou €20. Se pensarmos que terá um pvp a rondar os €15, percebemos que ainda há restaurantes que estimam os (bolsos dos) clientes.

(por falar em preços, como é possível o mesmo espumante custar €23,15 e €13,90 em duas garrafeiras online diferentes)?

Ano da produção: 2020
Data de compra: novembro 2025
Preço de compra: €20,00
Local de compra: Restaurante O Dias, Covas, Cerveira
Data de consumo: novembro 2025
Produtor: Hotel Rural Reguengo de Melgaço
Localidade: Melgaço
Enólogo: Abel Codesso
Acidez total (g /dm3): 6.6
Açúcares (g /dm3) <0.6
Acidez volátil (g/dm3) <0.24
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 10º?
Acompanhou: arroz de coelho bravo
Pode acompanhar por exemplo: 
(148)



quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Alvarinho Nórtico, o mistério

A primeira vez que ouvi falar do Nórtico foi em 2021 quando recebeu a medalha de prata do Concurso de Vinhos Verdes. Percebi, na altura, que era um vinho produzido pela Adega de Monção para ser vendido no mercado internacional (Estados Unidos, sobretudo).

Mais recentemente descobri que afinal o vinho também se vende em Portugal (online) e que são dois e não um (colheita e reserva).

Tentei comprar, mas sem resultados. Como se o site não funcionasse (coincidência ou não, a última publicação no Instagram é de 2023...).
Pedi a um amigo para fazer o mesmo, despistando eventuais problemas, mas novamente sem resultados.
Honestamente não percebi o que se passou (até porque o site está em português e os preços em euros). Este texto, de julho deste ano, na Forbes, mostra que o negócio está ativo.

Fiquei contudo a saber que as uvas destes dois Nórticos têm origem em Monção & Melgaço (onde?) e que o enólogo é o espanhol Alberto Orte, que faz vinhos noutras zonas da Península Ibérica. O vinho aparece à venda em sites internacionais (outro exemplo). 

Apenas um enorme amadorismo? 


segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Camaleão Espumante Bruto (sem data): 8/10

Começo por dizer que comprei esta garrafa juntamente com a Revista de Vinhos (em dezembro de 2024) e que avalio em função dos €7 que paguei. Já percebi que, online, custa quase o dobro, o que faria necessariamente baixar um ponto na nota atribuída.

Em segundo lugar, uma observação crítica para a falta de informação. É um non-vintage e por isso não tem data de produção, mas, não sendo um champanhe, poderia ter pelo menos o ano em que foi lançado ao público. No contrarrótulo há o endereço online do produtor/enólogo, mas não funciona. E finalmente o produtor/enólogo opta por esta indicação nesse mesmo espaço: "Preparado por João Cabral Almeida". Preparado significa o quê? Em inglês, logo a seguir, diz 'engarrafado por'. 

Sobre o vinho: um espumante acima da média, com a casta bem tratada e bem potenciada. Guloso e muito gastronómico.

Relação preço-qualidade: a €7 é uma verdadeira pechincha!

Ano da produção: ?
Data de compra: dezembro 2024
Local de compra: promoção Revista de Vinhos
Preço de compra: €7
Data de consumo: novembro 2025
Produtor: João Cabral de Almeida (IG Minho)
Localidade: 
Enólogo: João Cabral de Almeida
Acidez Total (g/dm ) ?
Açúcares residuais: Bruto
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: cabrito no forno
(495)


 

Messala (2013): 9/10

Comecámos mal, eu e a garrafa, quando a rolha se partiu a meio. Pensei imediatamente: 'o que queres, um vinho de 2013! Estavas à espera ...

Textos mais vistos