sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Quinta da Pegadinha Escolha (2022): 6/10

Primeiro destaque: pela primeira vez encontrei um rótulo que nos dá verdadeiramente informação em vez do rol de adjetivos, muitos deles apenas tretas, que são habituais em quase todos os vinhos.
Caro leitor, veja como Miguel Lemos, viticultor e proprietário da Quinta, resolveu o problema:
Tem a minha admiração, mesmo não havendo site a suportar o produto!

Sobre o vinho: estamos perante um aroma menos frutado (quando muito cítrico) e mais vegetal.
Em boca não se revela muito personalizado, mas claramente distingue-se pela acidez final, bem marcante.

Relação preço-qualidade: caro. Custou €14,45 e percebo que a produção seja pequena (996 garrafas, segundo o produtor), mas não está ao nível de muitos alvarinhos da (sub)Região de Monção e Melgaço. No final, o cliente, quando vai comprar, tem uma enorme capacidade de escolha; duvido que escolha este, se puder comprar um vinho (vamos dizer igual, para não dizer melhor) a €10 euros (veja-se este exemplo recente)
Ano da produção: 2022
Data de compra: dezembro de 24
Preço de compra: €14,45
Local de compra: Portugal Vineyards
Data de consumo: dezembro de 24
Produtor: Quinta da Pegadinha
Localidade: Barcelos (VV DOC)
Enologia: Miguel Lemos
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "fermentação em inox, estágio em borras finas".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 11º
Acompanhou: robalos na brasa
Pode acompanhar por exemplo:
(462)


segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Contemporal (2021): 3/10

Guardei esta garrafa do alvarinho de marca branca do Continente, que comprei em 2022, até agora. A ideia era testar até que ponto um vinho de menos de 4 euros aguentaria dois ou três anos em garrafa.

Não aguentou e já foi sacrifício bebê-lo. Deveria ter sido bebido no ano de lançamento ou no seguinte, no máximo

Por isso, é importante dizê-lo: a culpa é minha e não do vinho. (quando bebi o 2016 e 2018 atribuí sempre notas positivas)

Em 2025 vou continuar a fazer experiências

Ano da produção: 2021
Data de compra: outubro 2022
Local de compra: Continente, Vila do Conde
Preço de compra: €3,79
Data de consumo: dezembro 2022
Produtor: Continente /"Engarrafado por Quintas de Melgaço"
Localidade: Melgaço
Acidez:
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 3/10
Primeiro copo servido a: 11º
Acompanhou: (ou iria acompanhar...) bacalhau assado
Pode acompanhar por exemplo:
(8)

Contemporal 2016

Contemporal 2018

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Chicane Voyage (I) (2020): 6/10

 Apesar de haver pouca informação, este Voyage tem algumas coisas que merecem ser ditas.

A primeira é que, com uvas plantadas em Vila Nova de Tazem, é o primeiro alvarinho cm origem na região do Dão.

A segunda é que surge como IVV e a única referência a alvarinho aparece neste código L.ALV20 (lote alvarinho, 2020, se bem percebo). Nas lojas online, onde está à venda, é apresentado como alvarinho.

Voyage é o nome do vinho, Chicane a marca criada pelos enólogos Carlos Ferreira e António Teixeira a partir de uvas criadas na Quinta dos Garnachos, Tazem.

E agora o vinho: vale os €17,25 que paguei? Não. Tem um aroma bastante vegetal e uma acidez interessante, mas em boca é mostra-se sem personalidade.

É, como agora se diz, uma interpretação do alvarinho? Claro que sim, com toda a legitimidade. Mas não me convenceram.

Ano da produção: 2020
Data de compra: dezembro de 24
Preço de compra: €17,25
Local de compra: Portugal Vineyards
Data de consumo: dezembro de 24
Produtor: Vinhos Chicane
Localidade: Vila Nova de Tazem (IVV)
Enologia: Carlos Ferreira e António Teixeira
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "...".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 13º
Acompanhou: bacalhau cozido com legumes
Pode acompanhar por exemplo: 
(461)


sábado, 14 de dezembro de 2024

Quinta de Santiago Espumante Bruto Velha Reserva (2017): 8/10

Só muito recentemente os apreciadores de alvarinho (e, sem exagero, penso. muitos dos produtores) perceberam o potencial de guarda do alvarinho, seja para vinhos tranquilos seja para espumantes - ou colheitas tardias. 

Daqui a alguns anos saber-se-á muito mais do que hoje sobre quantos anos pode um vinho destes 'aguentar' sem começar a perder qualidades - como se imagina, a validade não é infinita.

Vem isto a propósito deste Velha Reserva (estágio em garrafa de pelo menos 36 meses) da Quinta de Santiago, se não estou enganado, o primeiro que produziram.

Abri-o com mais de uma hora de antecedência, tendo o cuidado de preservar ao máximo o gás carbónico. E mesmo assim, revelou-se muito fechado. Foi abrindo ao longo da refeição e estava bem melhor no final. Mas fiquei com a ideia de que deveria ter sido bebido um ou dois anos antes.

Relação preço-qualidade: paguei €30 e esse é, mais ou menos, o preço em garrafeira, hoje (2017 e 2018). Acho que há uma boa relação, que seria melhor se bebido quando foi lançado.

Ano da produção: 2017
Data de compra: abril de 24
Preço de compra: €30
Local de compra: Saudáveis e Companhia [nota: a loja fechou entretanto; que pena, pois tinha um serviço diferenciado]
Data de consumo: dezembro de 24
Produtor: Quinta de Santiago [site off, nesta altura]
Localidade: Monção
Enologia: Abel Codesso
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "...".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: arroz do mar
Pode acompanhar por exemplo: tem potencial para acompanhar quase todo o tipo de pratos
(460)


quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Borges Estagiado em Barrica (2022): 6/10 [ATUAL.]

Como os leitores saberão, valorizo diversos elementos, além do apreciação intrínseca do vinho.

É o caso deste Borges.

Comecemos pelo preço.

A Sociedade dos Vinhos Borges recomenda um preço de venda ao público de €17,90, que é o preço na loja do distribuidor oficial, mas comprado na loja física custou €20,80. Não percebi.
ATUALIZAÇÂO a 10/1/25: a empresa contactou-me, de uma forma muito correta, e explicou-me que houve uma falha, no momento da compra e emissão da fatura, explicação que eu aceitei.
A origem das uvas: a garrafa não nos dá qualquer informação sobre a origem das uvas, apenas pela leitura da imprensa se fica a saber que vêm da Quinta do Ôro (Felgueiras). Quem compra um alvarinho de quase €20 euros, fora da região Monção e Melgaço, 'exige' mais informação.

Finalmente o vinho: o aroma tropical é intenso, mas depois 'morre' um pouco na boca, onde lhe falta intensidade. Percebe-se a madeira, que está equilibrada, mas também falta que a acidez seja um pouco mais prolongada.

Relação preço-qualidade: se o extraordinário Regueiro Barricas custa mais ou menos o mesmo, concluo que este vinho é caro.

Ano da produção: 2022
Data de compra: fevereiro 24
Preço de compra: €20,80
Local de compra: JMV (Rio Tinto)
Data de consumo: dezembro de 24
Produtor: Vinhos Borges
Localidade: Uvas de Felgueiras?
Enologia: ?
Acidez Total (g/l):  7 g ac.tart (2023)
Açúcar residual (g/l): ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "o mosto proveniente das uvas prensadas é arrefecido para 8-12 ºc de forma a decantar. Após decantação o mosto limpo é separado das borras e inicia-se a fermentação com controlo de temperatura (15-17 ºC). No final da fermentação o vinho estagia sobre as borras finas em barricas de carvalho francês durante 5 meses".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 13º
Acompanhou: bacalhau assado na brasa
Pode acompanhar por exemplo:
(459)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

O mercado resiste ao aumento do preço do Soalheiro (e o que acontece com a concorrência)

Talvez os leitores se lembrem dos textos que aqui escrevi sobre o 'movimento' de preços associados ao Soalheiro: a empresa a recomendar um pvp de €11,5 e o mercado (nós, portanto...) a resistir.

Passou ano e meio desde o primeiro texto e eis o que encontrei num supermercado perto de casa:

Soalheiro a €9,99 (era €11,59).
QM a €8,89 (era €11,89)
Dona Paterna a €9,49 (era €11,99)
Muros de Melgaço a €9,99 (sem promoção)
Contacto a €8,99 (era €11,59)
E Regueiro a €9,09 (sem promoção)


Duas notas: 
- a luta está feroz neste segmento (as chamadas colheitas);
- em alguns casos a poupança é de quase dois euros em garrafa, o que significa 20%;

(mesmo que as marcas sejam alheias a estas promoções, como acredito que sejam, parece-me evidente que o supermercado em causa acha que só consegue vender estes alvarinhos, quase todos muito bons,  abaixo dos €10)


quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Duas cervejas de alvarinho Mesmo Boa

Carlos Araújo é um empresário sedeado na Póvoa de Varzim que trabalha há muitos anos com vários produtos relacionados/derivados do alvarinho.

Entre esses produtos destacam-se duas cervejas, a que deu o nome de Mesmo Boa.

Uma é apresentada como 'grape ale, cerveja especial' (no mercado desde 2016) e outra 'Portuguese grape ale, cerveja extra'.

Como tenho escrito diversas vezes, não é fácil evidenciar as características do alvarinho em produtos que incluem outras matérias.

Em ambas há mosto de cevada, lúpulo e mosto de alvarinho (além de um pouco de vinho alvarinho).

No caso da  'grape ale cerveja especial' o resultado é bem conseguido. Obviamente que não é vinho, mas, além da cerveja ser muito agradável, é possível, em boca perceber alguns traços da casta.

Já relativamente à 'Portuguese grape ale cerveja extra', a grande diferença é o nível de alcoól: 8,9%, contra 5,7º da anterior.
Emboara os ingredientes sejam os mesmos, gostei mais da primeira, por permitir perceber a sensação de alvarinho.
Em resumo, duas boas cervejas, compradas num pack de quatro (duas de cada), que custou €20 na Feira do Espumante de Melgaço, um preço muito bom.


Contactos do produtor: Bebipedala – Carlos Araújo, geral@bebipedala.pt ou +351919227419.

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Bagagem de Mão (2023): 7/10

Provei, pela primeira vez, este vinho na Feira de Monção deste ano, acabadinho de engarrafar. Pareceu-me, e Luís Moreira concordou, que precisava de mais tempo para 'estabilizar' e 'crescer'. E por isso guardei esta garrafa durante meio ano. Está, indiscutivelmente melhor. Mas estará ainda melhor daqui a dois/três anos, nomeadamente - acredito - na acidez final.

O que mais distingue este Bagagem de Mão (irmão mais novo do Bagagem) é a sua mineralidade. Os aromas são sobretudo cítricos e vegetais, mas na boca apresenta uma forte mineralidade, potenciada pela forma como foi vinificado. Veja-se o reduzido teor de açúcar residual.

Numa região em que a esmagadora maioria dos vinhos tende a ser iguais, frutados, além da acidez muito personalizada, este vinho de Luís Moreira distingue-se. E enriquece a oferta da (sub)Região Monção e Melgaço.

Relação preço-qualidade: boa.

Ano da produção: 2023
Data de compra: julho 24
Preço de compra: Oferta do produtor (€14,9 na Garrafeira Nacional)
Local de compra: 
Data de consumo: novembro de 24
Produtor: Luis Moreira
Localidade: Uvas de Monção, engarrafadas por Lua Cheia - Saven, Ílhavo
Enologia: Luis Moreira
Acidez Total (g/l): 6,9 g/l 
Açúcar residual (g/l): 0,49
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Vindima realizada manualmente, 12 horas de maceração pelicular com controlo de temperatura. Fermentação com leveduras indígenas em cuba de inox, seguido de um estágio sobre borras finas com bâtonnage regular."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: massada de salmão
Pode acompanhar por exemplo:
(458)

domingo, 24 de novembro de 2024

Feira do Espumante de Alvarinho de Melgaço numa encruzilhada

Mais uma vez voltei a Melgaço, para vistar a Feira do Espumante.

No geral, mantenho as observações feitas em 2022 (poucos produtores, muitos com apenas um espumante de alvarinho), o que torna a visita demasiado curta e desinteressante.

Outra observação que notei este ano: os produtores deixaram em casa ou então deixaram de produzir colheitas especiais (velhas reservas, por exemplo), apresentado pouco mais do que as gamas de entrada. Se não estou em erro, apenas Soalheiro e Provam tinham três ou mais espumantes. O espumante mais caro custava €20 * - ou seja, só havia os mais baratos; é assim que a Feira se distingue?

Mais uma nota: dos 12 produtores, apenas um trazia um vinho novo (Quinta da Pigarra, um Reserva). Muito pouco.

Saí de Melgaço convencido de que a Feira se realiza por vontade da Câmara e não tanto dos produtores, mas posso estar enganado.

Comprei uma garrafa de Côto de Manoelas Assemblage na Feira, a €20, e 15 quilómetros à frente, no Supermarcado Coca, custava €15,49. É justo???? Para quê ir à Feira, se posso comprar muito mais barato no Coca??


sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Convento do Paraíso (2021): 6/10

Vem de Silves, no Algarve, este alvarinho.

Como seria de esperar, e até de desejar, é bem diferente dos cultivados na subregião ou até no Minho.

Se no nariz percebemos um perfil cítrico, e aqui não há nada de especial, em boca mostra-se com bastante acidez. Um dos vinhos com mais acidez que provei nos últimos tempos. Pessoalmente, gosto deste perfil de vinhos, mas uma das consequências é que essa acidez bem vincada tende a abafar a restante estrutura do vinho (fica curto na boca).

Em suma, um vinho que não é para todos, nem para todas as refeições (evitar doces, por exemplo), mas que se bebe bem sem envelhecimento e a menos 10º de temperatira.

Relação preço-qualidade: menos um euro e seria perfeito. [na loja online já custa €16,95!!!]

[No rótulo é apenas um branco, só no contrarrótulo se diz que é alvarinho, provavelmente porque poucos associarão a casta ao Algarve]

Ano da produção: 2021
Data de compra: maio 24
Preço de compra: €10,76
Local de compra: Garrafeira Soares
Data de consumo: novembro de 24
Produtor: Convento do Paraíso
Localidade: Silves, Algarve
Enologia: ?
Acidez Total (g/l): 6,39 g/l em ácido tartáricop (2019)
Açúcar residual (g/l): 2,1
Teor Alcoólico (%vol): 13,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Fermentação e posterior estágio de 10 meses em inox na presença das borras finas" (colheita de 2019).
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 11º 
Acompanhou:  bacalhau no forno
Pode acompanhar por exemplo:
(457)






terça-feira, 12 de novembro de 2024

(casa de) Canhotos Sublime Espumante Bruto Natural (2020): 8/10

A diferença entre esta prova, feita no ano passado, é que passou ano e meio e agora o vinho ficou melhor.

Tornou-se um vinho mais sugestivo, mais equilibrado e até a bolha deixou de ser tão intensa.

Ano da produção: 2020
Data de compra: maio 2023
Preço de compra: €15
Local de compra: Feira do Alvarinho de Melgaço
Data de consumo: novembro 24
Produtor: Casa de Canhotos
Localidade: Penso, Melgaço
Enólogo: ?
Acidez Total (g/dm3):
Açucares:
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação:
Aberto quanto tempo antes: 15 minutos (estava melhor ao segundo copo)
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: arroz de marisco
Pode acompanhar por exemplo:
(389)


 


terça-feira, 5 de novembro de 2024

Génese, o novo vinho de António Luís Cerdeira (e outras novidades)

 Nos últimos dias de outubro, António Luís Cerdeira começou finalmente a dar a conhecer o seu novo projeto, a partir de uma conta de Facebook chamada Vinevinu (o nome da nova empresa).

Ficamos por exemplo a saber que o coração do projeto será em Melgaço ("Temos uma casa ligada à família da minha mulher, antiga, com três andares e 6.000 metros de terreno, onde, devagarinho, não será no próximo ano, queremos construir o nosso projeto da adega. Melgaço é a nossa origem. É a nossa génese. É a nossa casa”, disse ao Jornal de Negócios), mas que haverá uma outra propriedade, em Requião (Famalicão), onde será feito “alvarinho em combinações improváveis”.

Em várias publicações, o pai Cerdeira anuncia que, pelo menos nesta fase, haverá duas marcas: “Almanua é o vinho da descoberta, da criação e da inovação, elaborado em Requião, este novo espaço com marcada influência atlântica. Para este lote o Alvarinho está em ‘blend’ com outras variedades autóctones, plantadas no mesmo local. Génese é o nosso vinho de Monção e Melgaço, vindima 2024, 100% Alvarinho e de vinhas plantadas nos declives da montanha, em Melgaço”. O Almanua será lançado no próximo mês e o Génese em março de 2025.



segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Gema Espumante Super Reserva (2019): 7/10

Primeira experiência do produtor Gema Wines nos espumantes, que lançou este ano a colheita referente a  2019.

Trata-se de um vnho com alguma complexidade, aliada a um nariz bem identificativo das características da casta (fruta tropical).

Em boca mantém essas características, com boa acidez. A bolha é elegante.

Relação preço-qualidade: é a velha questão de sempre; €15 na Feira de Monção é uma pechicha, €29 online na própria loja já é puxadote... Nota: este produtor, até por dirigir uma parte da pordução para o estrangeiro, nunca teve como prioridade o preço.

[e por falar em mercados estrangeiros, talvez no Dubai ninguém queira saber a origem do vinho, mas por cá já é difícil aceitar que surja a indicação no contrarrótulo de "engarrafado por Eng. 1268". Porque não mais transparência na informação, até por estarmos a falar de um vinho que 'exige' outro tipo de cliente, porventura mais exigente?]

Ano da produção: 2019
Data de compra: julho 24
Preço de compra: €15
Local de compra: Feira de Monção 2024
Data de consumo: outubro de 24
Produtor: Gema Wines
Localidade:  Merufe, Monção
Enologia: ?
Acidez Total (g/l): 6,0
Açúcar residual (g/l): 2,1 
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "O mosto é clarificado a 12ºC durante 48 horas e fermentado sob temperatura controlada durante 12-15 dias. Após a fermentação inicial, o vinho passa 5 meses sobre borras finas. O espumante é então engarrafado e passa por uma segunda fermentação na garrafa, seguido de um estágio de 24 meses. O processo conclui-se com remouage e degorgement".
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 13º [o segundo copo, 17 horas depois, foi bem melhor do que o primeiro, aberto muito em cima da refeição]
Acompanhou: arroz do mar
Pode acompanhar por exemplo:
(456)



quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Casa de Vilacetinho (2023): 5/10

A Casa de Vilacetinho, em Alpendorada, Marco de Canavezes, é bem conhecida pelo seu vinho verde, sobretudo avesso (mais de 80% da sua oferta tem avesso). Cheguei a ver o slogan 'Casa do Avesso' associada ao produtor. Bebi-o algumas vezes, sempre com agrado.

Durante alguns anos, o alvarinho servia sobretudo para associar ao avesso, mas também a Casa de Vilacetinho acabou por colocar no mercado um monocasta.

Poderia dizer que o seu avesso é melhor do que alvarinho, mas não será correto comparar duas castas.

O que me parece é que este alvarinho vale sobretudo pela acidez final, tensa, a entrar pela fruta.
O aroma é bom, mas a estrutura do vinho, em boca, parece-me curta, pois rapidamente passamos para o final.

[curiosidade: no rótulo aparece a expressão 'Fresco e citrino', o que é raro, para não dizer novidade]

Veremos se o produtor continuará a colocar no mercado o seu alvarinho.

Relação preço-qualidade: é algo que os produtores têm de pensar - se por este preço posso comprar o Regueiro Reserva, porquê comprar este?


Ano da produção: 2023
Data de compra: setembro 24
Preço de compra: €9,99
Local de compra: Continente Norte Shopping
Data de consumo: outubro de 24
Produtor: Casa de Vilacetinho
Localidade: Alpendorada, Marco de Canavezes
Enologia: José Manuel Antunes (enólogo residente)
Acidez Total (g/l): 5,7º (fixa)
Açúcar (g/l): <1.5 (redutores)
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: ?
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 5/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: Filetes de pescada
Pode acompanhar por exemplo:
(455)








sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Coroa do Vale (2023): 4/10

Este vinho é excessivamente doce.

Não tenho acesso à ficha técnica, mas chega a ser enjoativo - embora possa admitir que haja quem gosta.

Mas esta doçura demasiado presente adultera as características do alvarinho, sobretudo ao nível da acidez final, que fica escondida.

Relação preço-qualidade: apesar de ter custado apenas €7,5 (em Feira), não voltarei a comprá-lo.

Ano da produção: 2023
Data de compra: junho 24
Preço de compra: €7,50
Local de compra: UVVA Amarante
Data de consumo: outubro de 24
Produtor: Vitimarante
Localidade: Fridão, Amarante
Enologia: ?
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar (g/l) ?
Teor Alcoólico (%vol): 13,5º
Método de vinificação, segundo o produtor:
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 4/10
Primeiro copo servido a: 11º-12º
Acompanhou: arroz do mar
Pode acompanhar por exemplo:
(454)


segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Soalheiro Primeiras Vinhas (2017): 8/10

 Este projeto arrancou em setembro de 2017 e esta foi das primeiras garrafas que me ofereceram. Guardei-a estes quase sete anos para testar a longevidade. Se em 2017 ainda tinha dúvidas, pela inexperiência, agora é uma certeza: vinhos como este ganham em esperar para serem abertos. Tenho a certeza que estava melhor do que se tivesse sido aberto no início de 2018, por  exemplo (como foi...).

Ano da produção: 2017
Data de compra: dezwmbro 17
Preço de compra: oferta do produtor
Local de compra: 
Data de consumo: outubro de 2024
Produtor: Quinta do Soalheiro
Localidade: Melgaço
Enologia: ?
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar (g/l) ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor:
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 111º-12ºº
Acompanhou: arroz de pato
Pode acompanhar por exemplo:
(67)


quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Teixeiró (2023): 6/10

Primeira nota: mais um vinho com uvas produzidas em Baião (em pouco tempo, é o terceiro que registo).

Segunda nota: Paço de Teixeiró, a quinta, está associada à WineStone (grupo José de Mello/Ravasqueira).

Sobre o vinho: é agradável de beber, com um perfil cítrico (toranja, sem dúvida) e tem um aroma muito rico. Mas falta alguma intensidade. Há acidez no fim, mas curta.

Terceira nota: apenas 11,5º de álcool.

Relação preço-qualidade: menos um euro e estava perfeito (assim, compete com grandes vinhos da subregião, como o Regueiro Reserva, que tem o mesmo preço, e o Teixeiró fica a perder...)

Ano da produção: 2023
Data de compra: setembro 24
Preço de compra: €9,99 
Local de compra: Continente /Norte Shopping
Data de consumo: outubro de 24
Produtor: WineStone [engarrafado por Quinta do Côtto, Arraiolos]
Localidade: Baião
Enologia: ?
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar (g/l) ?
Teor Alcoólico (%vol): 11,5º
Método de vinificação, segundo o produtor:
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 10º-11º
Acompanhou: pizza vegetariana
Pode acompanhar por exemplo:
(453)


terça-feira, 8 de outubro de 2024

Pássaros Reserva de Família (2022): 7/10

 Há várias coisas a dizer sobre este vinho:

1) É produzido por Anselmo Mendes, mas não consta do seu site (ao contrário do Pássaros Alvarinho e Loureiro ou do Pássaros Loureiro); 

2) Segundo percebi é vendido em exlusivo, pelo menos em Portugal, pelo Pingo Doce, o mesmo acontecendo com o Pássaros Alvarinho. A ser assim, são quatro os alvarinhos que Mendes produz para o Pingo Doce (o Alvarinho Pingo Dice, o Espumante e estes dois Pássaros), o que faz desta cadeia de distribuição certamente o seu principal cliente em Portugal e a que tem mais alvarinhos em exclusivo (há ainda um excelente Reserva, com origem na Adega de Monção, o que dá cinco). Este vinho não consta do site do Pingo Doce.

3) Não consegui perceber quanto custa realmente, mas sei quando paguei: €9,9 (beneficiando, pelos vistos, de um descontos de 50%). €20 euros é um preço absurdo para este vinho, mas €10 é bastante razoável;

4) Não encontrei qualquer informação sobre a vinificação (quanto tempo em barrica, por exemplo), o que me leva a dizer que um produtor como Anselmo Mendes tem de ter um comportamento a este nivel compatível com o seu prestígio (parece um vinho clandestino, do qual nada temos direito a saber).

5) Agora o vinho: foi aberto uma hora antes, mas mostrou-se fechado, com as notas cítricas muito presas (lima, um pouco de toranja) e a acidez curta; o segundo copo, 16 horas depois, já revelou mais abertura e mais madeira. Mas quem é que abre um vinho com 16 horas de antecedência? Considerei o segundo copo também para a nota.

Ano da produção: 2022
Data de compra: março 2024
Preço de compra: €9,99 (€19,99 antes do desconto)
Local de compra: Pingo Doce
Data de consumo: outubro de 24
Produtor: Anselmo Mendes (não consta do site)
Localidade: Melgaço
Enologia: Anselmo Mendes
Acidez Total (g/l): ?
Açúcar (g/l) ?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: 
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 11º
Acompanhou: lasanha
Pode acompanhar por exemplo:
(452)





quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Portal das Hortas Reserva (2023): 5/10

Portal das Hortas é um produtor de Baião que durante muito tempo produziu essencialmente avesso.

Na última edição do UVVA apareceu com um alvarinho que provei agora (e não encontrei no seu site).

A primeira nota vai para o preço, €12 euros no UVVA e €15 pvp é muito mais do que este vinho vale.

Provavelmente ainda está por provar que a zona de Baião produza bons alvarinhos.

Fico à espera, mas este é um vinho frágil, aroma muito leve e acidez a extinguir-se rapidamente.

Ano da produção: 2023
Data de compra: junho 24
Preço de compra: €12 (€15 pvp)
Local de compra: UVVA (Amarante)
Data de consumo: outubro 24
Produtor: Quinta e Casa das Hortas
Localidade: Baião
Enólogo: ?
Acidez Total (d/dm3): ?
Açúcar residual (g/dm3): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: ?
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 5/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: Pescada assada no forno
Pode acompanhar por exemplo:
(451)


terça-feira, 24 de setembro de 2024

Vianna (2023): 6/10

Primeira nota: é o segundo vinho do concelho de Viana que registo. São uvas de Geraz do Lima, mesmo encostado a Ponte de Lima (interior portanto).

Trata-se de um vinho muito frutado (tropical), sem excesso de açúcar, mas a que falta mais acidez, que a fruta está a pedir.

(curiosamente, bebi um copo - devidamente acondicionado - 12 horas depois e tinha perdido todo o vigor).

Relação preço- qualidade: os €8 euros, que paguei, parecem-me razoáveis, mas os €10,49 online já estão caros.

Ano da produção: 2023
Data de compra: maio 24
Preço de compra: €8
Local de compra: Viana Fest
Data de consumo: setembro 24
Produtor: Verde Impressionante, Vinificação /Solar do Louredo
Localidade: Geraz do Lima, Viana do Castelo
Enólogo: Rita Araújo
Acidez Total (d/dm3): 5,2g/L
Açúcar residual (g/dm3): <1,5g/L
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: ?
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 6/10
Primeiro copo servido a: 12º
Acompanhou: Arroz de bacalhau
Pode acompanhar por exemplo:
(450)


segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Confraria tambem quer D.O.



A Real Confraria do Vinho Alvarinho (RCVA) considera “muito importante” a criação de uma DO (Denominação de Origem) própria para a Sub-região Monção&Melgaço.

“Numa escala de importância de 1 a 10 é 10”, disse desde logo o Grão-Mestre da RCVA, Vítor Cardadeiro.

“Esperamos que, com a nova direção da Associação de Produtores de Alvarinho (APA) isto ganhe nova dinâmica. É que faz sempre alguma confusão chegar a um supermercado e ver vinhos de Monção&Melgaço com rótulo de Vinho Verde. Há várias marcas nas prateleiras. Todas dizem Vinho Verde, mas só na parte de trás é que pode ou não aparecer Monção&Melgaço”, exemplificou Vítor Cardadeiro.

“A criação da DO seria uma maneira de se diferenciar-nos e ajudar-nos no sentido das pessoas não terem dúvidas sobre aquilo que estão a comprar”, acrescentou.

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Os cinco melhores alvarinhos a menos de 20 euros

(por ordem alfabética; não inclui espumantes)

By Élio Lara Dos Seixos

Encostas de Melgaço Único

Regueiro Barricas

Soalheiro (clássico)

Vinha do Pardal (Quinta de Santiago)

(são cinco vinhos da subregião, embora pudesse também incluir o Casa do Barroso Estágio Prolongado, ou o Casal de Ventosela, que provei há vários anos, como exemplos)

Destes, o meu favorito? Sem dúvida, Regueiro Barricas.



terça-feira, 17 de setembro de 2024

Quinta do Mascanho (2013): 8/10

José Rodrigues, o médico que trocou, há duas décadas, a ortopedia pelo alvarinho da subregião, ofereceu-me esta garrafa em janeiro de 2023, uma das poucas que lhe restam e das mais antigas que ainda estão na sua posse.

Estamos a falar de um colheita, sem madeira portanto, à partida pouco dado a envelhecimentos na garrafa, mas é esse mito precisamente que tenho tentado ajudar a destruir: não só não o bebi quando fazia dez anos em garrafa, como ainda esperei mais um ano.

Devo dizer que estava fantástico. Fruta muito evoluída, acidez muito boa. Alma cheia!

(este é o vinho nº 4, um dos primeiros a ser bebido em 2017, portanto. Ao longo destes anos tenho tido a possibilidade de apreciar a consistência deste produtor)

Ano da produção: 2013
Data de compra: oferta particular
Preço de compra: ?
Local de compra: ?
Data de consumo: setembro 2024
Produtor: Quinta do Mascanho
Localidade: Ceivães - Monção
Enólogo: José Lourenço
Acidez total: ?
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 12º
Passou pelo arejador? sim
Acompanhou: risotto de alheira
Pode acompanhar por exemplo:
(4)

Quinta do Mascanho 2014

Quinta do Mascanho 2016

Quinta do Mascanho 2017


quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Follies (2006): 7/10 [atualizado com informações de Martim Guedes]

 Várias coisas a dizer sobre este vinho:

- Pelo que percebi este 2006 foi o primeiro alvarinho produzido pela Aveleda, que ainda não tinha uvas da casta e foi comprá-las a Monção (ver no contrarrótulo a curiosidade sobre a 'sub-região de Monção'.

- É o alvarinho mais antigo que registei e, outra curiosidade, continua à venda na loja da Quinta da Aveleda (enquanto o stock não se esgotar; imagino que já não haja muitas).

- Pedir €18 por um vinho com quase 20 anos é de espantar. É sinal de que a marca confia que ele não se estragou.

E, na verdade, têm (alguma) razão. Apesar da rolha se ter desfeito, o vinho aguentou bem os quase 20 anos. Talvez tenha um pouco de acidez a mais, mas é fruto da evolução que sofreu e que, reconheço, tenho dificuldade em descrever, por nunca ter bebido um vinho parecido - parece-me que está muito mais mineral do frutado. É um vinho sem madeira, com muitos sabores secundários (no aroma, frutos secos e caramelo, por exemplo).

A nota atribuída, embora tenha conta que o preço é um pouco elevado, é sobretudo uma homenagem à capacidade de envelhecimento do alvarinho - nunca mais digam que tem de ser bebido ao fim de três ou quatro anos!

[gostaria de partilhar mais informação sobre este vinho, nomeadamente se continua a ser produzido, pelo menos para exportação, mas a Aveleda não esteve disponível para tal; Martim Guedes deixou algumas explicações como comentário a este texto. Ver pf]

Ano da produção: 2006
Data de compra: agosto 24
Preço de compra: €18,18
Local de compra: Loja da Quinta da Aveleda [online não surge qualquer referência]
Data de consumo: setembro 24
Produtor: Aveleda
Localidade: Penafiel
Enólogo: ?
Acidez Total (d/dm3):?
Açúcar residual (g/dm3):?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: ?
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 7/10
Primeiro copo servido a: 11º
Acompanhou: Bacalhau assado no forno
Pode acompanhar por exemplo:
(449)


sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Dona Paterna Reserva (2022): 8/10

É indiscutível que a qualidade geral dos alvarinhos produzidos na subregião tem vindo a subir nos últimos anos, sendo isso mais visivel nas categorias superiores.

Bebi o Reserva 2015 em 2018 e, tendo gostado, notei uma ou outra fragilidade.

Este 2022 é excelente (madeira qb, num vinho pujante, cheio de vitalidade). Um dos melhores reservas que bebi este ano. Provavelmente daqui a um ou dois anos ainda estará melhor.

É, pois, natural que o aumento de qualidade seja acompanhado por uma subida de preço.

Relação preço-qualidade: normal.

Ano da produção: 2022
Data de compra: abril 24
Preço de compra: oferta do produtor [€24,5 online]
Local de compra: 
Data de consumo: agosto 24
Produtor: Dona Paterna
Localidade: Paderne, Melgaço
Enólogo: Fernando Moura
Acidez Total (d/dm3): 6,7 
Açúcar residual (g/dm3): 6,8
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Produzido a partir das vinhas mais antigas, fermentado e estagiado em casco de carvalho francês durante dez meses."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 10º
Acompanhou: Massada de salmão
Pode acompanhar por exemplo: 
(146)

Dona Paterna 2015


sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Regueiro Barricas (2022): 9/10

Em 2019 provei a colheita de 2016 e fiquei muito bem impressionado.

Mais ainda fiquei agora que pude provar o 2022.

É um vinho que precisa de respirar (foi aberto uma hora antes) e de 'aquecer', porque a temperatura a que sai do frigorifico não é a melhor. Quando estava nos 12º/13º revelou-se totalmente.

Relação qualidade-preço: se a revista Esquire, em Espanha, considera o preço deste Barricas "um verdadeiro escândalo", quem sou eu para contrariar?

Ano da produção: 2022
Data de compra: agosto 24
Preço de compra: €19,99 [pelos vistos o preço ainda não subiu...]
Local de compra: Auchan
Data de consumo: agosto 24
Produtor: Quinta do Regueiro
Localidade: Alvaredo, Melgaço
Enólogo: ?
Acidez Total (d/dm3): 7g
Açúcar residual (g/dm3):?
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Fermentação a temperatura controlada, mantendo o respeito pelos métodos tradicionais; Fermentação em Barricas de 300 litros de carvalho Francês, com estágio de 8 meses, com Batonage."
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 9/10
Primeiro copo servido a: 8º/9º
Acompanhou: arroz de pato
Pode acompanhar por exemplo: provavelmente poucos ligariam um alvarinho com arroz de pato; este Barricas casou excelentemente, o que quer dizer que temos vinho para uma grande lista de opções.
(174)

Regueiro Barricas 2016

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Covela (2022): 5/10

Por alguma razão os vinhos Covela resistiram muito tempo a produzir um alvarinho. Provavelmente, digo eu, porque o terroir privilegia outras castas, como os avessos ou os arintos. Mas, para se sintonizar com a tendência, esta à venda o Covela Alvarinho 2022.

Devo dizer que conheço o avesso e o arinto da casa e que gosto. Mas este alvarinho desiludiu. É apenas um vinho satisfatório, demasiado leve e, surpresa minha, pouca acidez final. Obviamente que não é sacrifício bebê-lo, mas não é para repetir.

Para quê fazer um vinho se ele não é bom?

[por alguma razão, este alvarinho não consta da lista de vinhos à venda na propria loja]

[outra curiosidade: é o primeiro registo de um alvarinho produzido em Baião]

Relação preço-qualidade: equilibrada.

Ano da produção: 2022
Data de compra: maio 24
Preço de compra: €7,95
Local de compra: Garrafeira Soares
Data de consumo: agosto 24
Produtor: Lima & Smith /Quinta da Covela
Localidade: Baião, 
Enólogo: Rui Cunha
Acidez Total (d/dm3):?
Açúcar residual (g/dm3):?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Método de vinificação, segundo o produtor: ?
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 5/10
Primeiro copo servido a: 10/12º
Acompanhou: arroz de camarão
Pode acompanhar por exemplo:
(448)


quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Produtores de alvarinho não querem Valença na subregião

 Agora que a vindima começou, recupero as palavras do presidente da Câmara de Valença, que recentemente revelou que "Valença também produz uvas de muito boa qualidade e muitas dessas uvas vão sobretudo para adegas de Monção e já temos também uvas a seguir para Melgaço”.

Perguntámos à presidente da Associação de Produtores de Alvarinho o que pensam disto.

Joana Santiago foi clara: "Pertencer a uma sub-região não tem por base uma decisão ou vontade política de um município mas prende-se com divisões administrativas de representação cartográfica de fundo, as quais caracterizam uma área geográfica relacionadas com o clima, as castas, os solos, as práticas culturais, a história, etc … Considerando todos estes fatores a APA não vê qualquer fundamento na integração de Valença na sub-região de Monção e Melgaço. Sem prescindir que os vinhos aí produzidos ostentantam o selo DO vinho verde."



sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Casa de Vila Pouca (2021): 4/10

Este produtor de Celorico de Basto também produz um reserva de alvarinho que já tive oportunidade de provar e que achei, genericamente, agradável.

O mesmo não se passa com este colheita, que surge demasiado leve em boca, sem intensidade; desinteressante, em suma. Salva-se a acidez final.

Acresce a isto um pouco de sabor a rolha (mas pode ter sido azar, só nesta garrafa, por isso não penalizo).

Finalmente, o preço: €14 online é um exagero (mesmo €12 para o colheita de 2022 parece-me caro, quanto mais €14...).

Ano da produção: 2021
Data de compra: set23
Preço de compra: €14 na loja do produtor
Local de compra: DouviCoisas, Vila do Conde
Data de consumo: agosto 24
Produtor: Fernando Carvalho Teixeira
Localidade: Celorico de Basto (Vinho Regional Minho)
Enólogo:?
Acidez Total (d/dm3): 5,4 gramas
Açúcar residual (g/dm3): <1,5
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: fermentação em tanque de aço inoxidável durante 4 semanas. Repousou sobre borras finas durantes sete meses com batonage regular
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 4/10
Primeiro copo servido a: 11º
Acompanhou: salmão grelhado
Pode acompanhar por exemplo:
(447)




quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Maceração com neve carbónica: há ideias que não valem a pena...

O produtor Adegas Galegas, em Almuiña (Pontevedra), foi pioneiro a lançar um alvarinho que recorre a neve carbónica, para tentar extrair maior potencial aromático da pele das uvas (a maceração é feita a -4ºC com a neve).

O vinho chama-se mesmo Don Pedro Neve Carbónica Albariño, ou seja, 'vende' essa técnica como marketing.

Mas por alguma razão mais ninguém pegou na ideia: depois de o ter provado na Feira de Cambados do ano passado, voltei a fazê-lo este ano e o resultado foi o mesmo: é um vinho algo desequilibrado, pouco interessante, que não vale o que custa nem justifica a ousadia.



    PS- o vinho parece ter sido criado ou pelo menos desenvolvivido por Asunción Carballo, uma das mais elogiadas enólogas de Espanha, segundo a Wine Advocate, de Robert Parker, e que agora é a enóloga do Soalheiro.


quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Repartido 14.22 (2022): 9/10

 Sobretudo nos últimos anos tenho sido contactado por produtores que se querem iniciar no alvarinho, para algum tipo de 'aconselhamento'.

Se, nos próximos tempos, algum me perguntar o que fazer eu vou responder: comprem a produção Repartido! [sei lá eu se está à venda ou não...]

Para quem não sabe, Repartido é um marca lançada em 2018 por dois jovens, com enologia de Abel Codesso.

Rapidamente se afirmaram como a novidade mais transformadora do alvarinho da subregião (muito embora usem o selo IVV).

[o Repartido Dois Pontos obteve a primeira nota 10, atribuída a um vinho de mesa].

Os seus vinhos dão nova expressão ao alvarinho, potenciando o essencial da casta, mas com ganhos evidentes e surpreendentes.

Este 14.22 (no fundo, a continuação do vinho que lançaram pela primeira vez em 2018) é só mais um exemplo.

[este projeto também parece mostrar que o verdadeiro potencial de Abel Codesso está de alguma forma 'escondido' na Provam]

Relação preço-qualidade: imbatível.

Ano da produção: 2022
Data de compra: julho 24
Preço de compra: Oferecido pelo produtor (preço em garrafeira: €25)
Local de compra:
Data de consumo: agostos 24
Produtor: Repartido Wines (engarrafado na Provam)
Localidade: uvas da subregião, mas vinho IVV
Enólogo: Abel Codesso
Acidez Total: ?
Açúcares residuais (g): ?
Teor Alcoólico (%vol): 12,5º
Aberto quanto tempo antes: 30 minutos antes
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 9/10
Primeiro copo servido a: 10º (melhorou à medida em que foi aquecendo]
Acompanhou: polvo à lagareiro
Pode acompanhar por exemplo:
(370)



terça-feira, 6 de agosto de 2024

Barão do Hospital Espumante Reserva Brut Nature (2020): 8/10

 Um espumante que faz uma boca complexa (intenso, como diz a publicidade, e bem), com a fruta evoluída e uma acidez bem integrada e prolongada. Tudo o que é preciso para ser um excelente espumante.

Relação preço-qualidade: €25 é o preço normal neste tipo de espumantes.



Ano da produção: 2020
Data de compra/prova: julho 2024
Preço de compra: €20 na Feira, €25 pvp
Local de compra: Feira do Alvarinho de Monção 2024
Data de consumo: agosto 24
Produtor: Falua
Localidade: Monção
Enologia: ?
Acidez total: 7º
Açúcares Totais:  AÇÚCARES REDUTORES <2 g/l 
Teor Alcoólico (%vol): 13º
Método de vinificação, segundo o produtor: "Após prévio arrefecimento a 5ºC, as uvas foram prensadas, suavemente, sem esmagamento nem desengace. O mosto obtido foi clarificado por decantação estática, seguindo-se a fermentação alcoólica, a temperatura controlada, para se obter o vinho base de espumante, o qual permaneceu sobre as borras finas da fermentação durante 1 ano.  Após a tiragem ocorreu a segunda fermentação em garrafa (método champanhes).  O estágio sobre as borras de fermentação foi aproximadamente de 15 meses em garrafa, tendo ocorrido o dégorgement em Julho de 2023.."
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a: 10º
Acompanhou: risotto de alheira
Pode acompanhar por exemplo:
(446)



sábado, 3 de agosto de 2024

Cêpa Velha (2017): 8/10 [segunda prova]

Nunca fui fã dos vinhos Cêpa Velha, uma das marcas mais antigas da subregião, um vinho que se vende a €6/7 na distribuição local ou no próprio produtor.

Imaginem agora a surpresa quando bebi este 2017 e se revelou excelente,

Para aumentar o inesperado, uma garrafa de 2017 tinha sido bebida há seis anos, com resultados pouco interessantes.

Última nota: qundo abrimos e de imediato bebemos o vinho na sexta-feira pareceu 'morto', sem vivacidade e demasiado ácido.

Felizmente decidimos arrolhar devidamente e aguardar 24 horas.

E não é que se revelou completamente diferente, já com complexidade e a acidez bem 'casada' com a fruta? 

Reparem que estamos a falar de um vinho de 2017, custa €6/7.

Ano da produção: 2017
Data de compra: setembro 2018
Local de compra: no produtor, em Monção
Preço de compra: €6,22
Data de consumo: agosto 2024
Produtor: Vinhos de Monção
Localidade: Monção
Enólogo: ?
Acidez: ?
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 8/10
Primeiro copo servido a:11º
Acompanhou: carapeus fritos com arroz de legumes
Pode acompanhar: 
(124)

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

colheita 2024: Na região dos VERDES é esperada uma quebra na produção de 5%

 Na região dos VERDES é esperada uma quebra na produção de 5%. O aumento das temperaturas médias e precipitação, face a 2023, favoreceram o desenvolvimento vegetativo, mas aumentaram a incidência de míldio e Black Rot. O ciclo vegetativo teve um abrolhamento precoce, mas devido às baixas temperaturas ocorridas em maio houve um atraso na floração, o que originou problemas de bagoinha e desavinho. 

Nota n.º 08/2024 - Previsão de Colheita - Campanha 2024/2025
Estimativa de diminuição de 8% na produção de vinho na campanha 2024/25 face a 2023/24
https://www.ivv.gov.pt/np4/10639.html

terça-feira, 30 de julho de 2024

Fladgate altera estratégia de produção na Quinta da Pedra

Como é público, The Fladgate Partnership (TFP) adquiriu, entre outras, a Quinta da Pedra em 2023, à Ideal Drinks.

Situada em Monção, é uma das mais belas entre as que produzem alvarinho.

Ali se produziam três alvarinhos: Milagres, Quinta da Pedra e Longos Vales.

Já a partir deste ano assistimos a uma mudança na estratégia de produção:

- Quinta da Pedra e Longos Vales são descontinuados;

- a aposta principal será feita na marca Milagres (apresentado pela empresa como "o Alvarinho perfeito, com maior concentração de fruta e mineralidade incisiva e será lançado após alguns anos de envelhecimento em garrafa").

- Aproveitando o potencial da marca Milagres, a empresa pensa continuar a lançar, como aconteceu em 2014 ou 2016, os Milagres Purple Edition, "que serão edições limitadas de colheitas mais antigas que mostram excelente envelhecimento em garrafa."

- e finalmente, haverá uma entrada de gama, que não existia, chamado Graça da Pedra, "que é um Alvarinho de estilo jovem, fresco, vibrante e que mostra os aromas primários da casta, é lançado 6 a 9 meses após a colheita;" Este Graça da Pedra (2022) já está à venda, aqui abaixo dos €12 e está na lista de espera para ser provado.



segunda-feira, 29 de julho de 2024

Tordo (2023): 4/10

Este Tordo foi provado em 2020 e o resultado não foi famoso.

Quatro anos depois pude prová-lo novamente e mantenho tudo o que então disse.

É um vinho bastante barato, mas a €5 encontra-se melhor.

Ano da produção: 2023
Data de compra:
Preço de compra: €5,34 online
Local de compra: Restaurante Ópina
Data de consumo: julho 2024
Produtor: Carneiro Wines (Sete Castas de Basto)
Localidade: Atei, Mondim de Basto
Enólogo: ?
Acidez total: nd
Quantidade de garrafas consumidas: 1
Pontuação: 4/10
Primeiro copo servido a: 9º-11º
Acompanhou: entradas variadas
Pode acompanhar por exemplo:
(255)


Casa de Rodas (2023): 7/10

Casa de Rodas é o primeiro vinho produzido pela parceria Mendes & Symington. A aposta foi jogar pelo seguro, com Anselmo Mendes a titula...

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